“Já perdoei, mas quero justiça”, diz advogada ferida com pedrada
Michaella Zukowski fez procedimentos reparadores após ser agredida na Rodovia do Sol, como reconstrução facial e rinoplastia
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Quatro procedimentos cirúrgicos, incluindo reconstrução facial e até uma rinoplastia, além de edema ocular e problemas respiratórios causados por um desvio de septo. Essas são algumas das consequências deixadas pela ação de um bandido na vida da advogada Michaella Zukowski Reis, de 25 anos.
A jovem, que está prestes a realizar a 5ª cirurgia reparadora, levou uma pedrada no rosto, em julho deste ano, ao passar de carro pela Rodovia do Sol. O autor do crime, de 40 anos, está preso e deve passar por julgamento no próximo mês. Apesar de perdoar o suspeito e não guardar mágoas, a advogada afirma que deseja justiça.
“Vamos ter agora, no dia 4 de dezembro, o julgamento. Inclusive, eu pedi para não vê-lo no salão do júri. Eu já o perdoei, mas quero justiça. É só isso”, afirmou, na tarde de ontem em entrevista à reportagem de A Tribuna.
Michaella contou que, desde o dia do acidente, sua vida mudou completamente. Por conta do pós-operatório das quatro cirurgias que precisou fazer, ela ficou três meses sem poder trabalhar.
“O acidente em si não me deixou mal, mas sim o pós-operatório da reconstrução facial, que foi muito difícil. Eu não conseguia ficar em pé, lidar com problemas do dia a dia, porque sentia muita dor de cabeça. Agora, estou retornando aos poucos”, disse.
Sobre passar no local onde ela foi atingida pela pedra, a advogada afirma sentir um certo desconforto. “Passo por lá todos os dias para ir para o trabalho. É uma sensação estranha, de que foi ali naquele lugar que a minha vida mudou”, contou.
Mesmo com toda a experiência vivida e a marca deixada em seu rosto, Michaella não questiona, não reclama. Pelo contrário, ela só agradece. “Hoje eu sei que sou um milagre. Os médicos disseram que, se a pedra tivesse acertado um centímetro para o lado esquerdo da cabeça, eu teria entrado até em coma. Deus sabe de tudo e eu só agradeço”, disse.
Crime
A advogada foi atingida por uma pedra na cabeça no dia 8 de julho, no momento que passava de carro pela Rodovia do Sol, em Guarapari. Ela, o pai e o irmão seguiam para o Aeroporto de Vitória, onde pegariam um voo para Minas Gerais.
Durante o trajeto, na altura da Barra do Jucu, um homem, identificado pela polícia como Gelson Aparecido dos Santos, de 40 anos, arremessou um paralelepípedo que acertou a advogada. Ele foi preso e deve passar por julgamento no mês que vem.
"Eu já perdoei, mas quero justiça"
Mesmo depois de tudo que passou, a advogada Michaella Zukowski Reis, de 25 anos, diz que só tem a agradecer. Ela revelou que não tem mágoas do suspeito de ter arremessado a pedra que a atingiu, mas quer justiça.
A Tribuna – Como está sua vida hoje?
Michaella Zukowski – Desde o dia do acidente, a minha vida mudou completamente, porque eu parei de trabalhar por quase três meses. O acidente em si não me deixou mal, mas sim o pós-operatório da reconstrução facial, que foi muito difícil.
- Por que?
Porque eu não conseguia ficar em pé, lidar com problemas do dia a dia porque sentia muita dor de cabeça.
- Fez quantas cirurgias?
Estou indo para a quinta. Praticamente uma cirurgia por mês. A primeira foi para fechar a ferida na testa e as demais foram de reconstrução facial. Cheguei até a fazer uma rinoplastia. Depois, descobri que estava com desvio de septo.
- Você está acompanhando o que aconteceu com o suspeito?
Sim, agora dia 4 acontece o julgamento. Eu até pedi para que ele não estivesse no salão do júri na hora que eu for ouvida. Eu perdoei, mas quero justiça.
- O que sente quando passa no local onde tudo aconteceu?
É uma sensação estranha. Passo por lá todos os dias por conta do trabalho e sinto medo. Eu tenho medo dele ser solto e vir atrás de mim, não sei explicar.
- Hoje você se considera uma pessoa diferente?
Sim. Eu creio fielmente que eu sou um milagre, não tenho dúvida disso. Então, depois daquele dia, eu entendi que tudo tem um propósito. Deus nos dá provações para que a gente fique forte.
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