Identificada primeira vítima de deslizamento na BR-376
Imagens feitas no local do incidente mostram um caminhão semelhante ao do motorista, com a carreta vermelha
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A primeira vítima do deslizamento de terra na BR-376 foi identificada na manhã desta quarta (30) pela Polícia Científica do Paraná: é o caminhoneiro João Maria Pires, 60, morador de São Francisco do Sul (SC).
Imagens feitas no local do incidente mostram um caminhão semelhante ao do motorista, com a carreta vermelha. O veículo ficou pendurado às margens da pista da rodovia, principal ligação entre Paraná a Santa Catarina.
O diretor-geral da Polícia Científica, Rodrigo Grochocki, informou que a família do caminhoneiro já foi avisada sobre a identificação do corpo. Uma segunda vítima encontrada sem vida ontem pelas equipes de resgate ainda não teve o nome confirmado.
Além das mortes já confirmadas, o Corpo de Bombeiros do Paraná estima que ao menos 30 pessoas estão desaparecidas. Até a manhã de hoje, 19 familiares entraram em contato com a Central de Atendimento da Polícia Científica, aberta no telefone (41) 3361-7242, para registrar o sumiço de parentes. O serviço 24 horas foi criado para coletar informações que ajudem as equipes de resgate.
"Trabalhamos de forma ininterrupta para receber as famílias, para que nos deem as informações que ajudem a identificar essas vítimas mais facilmente, incluindo a entrega de documentos, descrição de tatuagem e outras particularidades. Por outro lado, é feito o exame pericial da vítima para tentar cruzar essas informações com o que é apresentado anteriormente. Pela natureza desse desastre, não devemos ter dificuldade em identificar as vítimas", afirmou o perito André Langowiski, que lidera a identificação de envolvidos na tragédia, em nota divulgada pelo governo paranaense.
CHUVA DIFICULTA BUSCAS
Apesar do esforço das autoridades para identificar possíveis vítimas, o trabalho de resgate na BR-376 é dificultado pelas condições meteorológicas da região, que continua sendo atingida por uma forte chuva.
"Está totalmente instável, (tem o risco) não só de desmoronamento -ou deslocamento de massa, como a gente fala- como também do rompimento da pista. Essa terra tem um peso muito grande sobre essa pista, que está em uma região suspensa, então é um cenário muito complexo para se trabalhar", declarou ontem, à emissora RPC, o Cel. Fernando Schunig, coordenador estadual da Defesa Civil do estado.
A concessionária Arteris, responsável pela gestão da rodovia, declarou que está tentando abrir uma passagem de serviço na BR-376, para facilitar a passagem de ambulâncias, guindastes e viaturas, mas o mau tempo também prejudica a operação.
"(A situação) tem que ser tratada com cuidado, o monitoramento da encosta tem que ser feito permanentemente e à medida que for possível nós vamos avançando na limpeza das áreas e no reconhecimento das áreas que foram afetadas", afirmou Renato Lima, geólogo do Cenacid (Centro de Apoio Científico em Desastres) da UFPR (Universidade Federal do Paraná).
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