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Cidades

Hérnia de disco lidera casos de afastamento no trabalho

Dados do Ministério da Previdência apontam que mais de 51.400 brasileiros foram afastados por conta do transtorno em 2023


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Imagem ilustrativa da imagem Hérnia de disco lidera casos de afastamento no trabalho
A obesidade e a vida de sacoleira, carregando peso, levaram a vendedora Isnara Viana Gomes, de 40 anos, a conviver por oito anos com dores na região do pescoço e no tórax. “Fiz vários exames, suspeitávamos de fibromialgia, fiz o tratamento para esse diagnóstico”. A vendedora de Guarapari conta que fez a cirurgia bariátrica há um ano e um mês e eliminou 8 kg. “Na última crise fui encaminhada para internação, pois não conseguia ficar sentada e nem em pé devido às dores fortes. Fiz ressonância e descobrimos o problema real: quatro hérnias danificadas”, afirma. Isnara fez cirurgia e diz que as dores estão moderadas. “Precisei do INSS, pois devido às dores e à cirurgia fiquei impossibilitada de trabalhar”. |  Foto: Roberta Bourguignon

A hérnia de disco foi a doença que mais causou afastamento do trabalho no Brasil em 2023. Dados do Ministério da Previdência Social apontam que mais de 51.400 beneficiários no País foram afastados ao longo do ano passado por conta do transtorno.

No ranking da pasta, a hérnia é dividida em duas classificações que somam 89.200 afastamentos. Ocupando o primeiro lugar, vêm os “transtornos de discos lombares e de outros discos intervertebrais com radiculopatia” (CID M51.1), e na quinta posição, “outros transtornos de discos intervertebrais” (CID M51).

Membro da Sociedade Brasileira de Coluna, o ortopedista Lourimar Tolêdo diz que entre os fatores de risco estão a predisposição genética, o sedentarismo, a obesidade, a postura incorreta, o traumatismo repentino e o envelhecimento.

O ortopedista Nilo Neto reforça que a hérnia de disco é o extravasamento do conteúdo do disco intervertebral. “O disco intervertebral é uma estrutura que está localizada entre duas vértebras, a função dele é dar mobilidade e absorver os impactos também da coluna”.

Segundo os especialistas, esse disco tem um anel duro, que se chama de anel fibroso. E dentro desse anel tem um núcleo gelatinoso. Se existe a ruptura desse anel fibroso, esse conteúdo gelatinoso extravasa.

“Em volta do disco vertebral, nós temos os nervos da coluna, que a gente chama de raiz nervosa, e quando esse conteúdo gelatinoso toca esses nervos, dá um sintoma de compressão. Então, dá uma dormência, um formigamento, dor, isso é o sintoma da hérnia de disco. A perda da estrutura do disco vertebral terá várias consequências”, explica Nilo Neto.

Segundo Lourimar Tolêdo, a região lombar é onde ocorrem mais lesões, causando dores nas pernas, seguida da cervical, causando dores no pescoço que irradiam para os braços e, nos casos mais graves, para as pernas, e por último, no tórax, onde as costelas tendem a estabilizar a coluna.

Tratamento

“O tratamento envolve controle da ansiedade, fazer atividade física, com acompanhamento de professor de Educação Física e evitar o tabagismo. Nos casos de crises, medicamentos e fisioterapia”, afirmou Lourimar.

Os especialistas destacam que de 80% a 90% dos casos são resolvidos com tratamentos não cirúrgicos. Já 10% a 20% evoluem para cirurgia, mas estas estão menos agressivas com próteses mais delicadas.

Saiba mais

Mais lesões na região lombar

- O que é?

Hérnia de disco é o extravasamento do conteúdo do disco intervertebral, que é uma estrutura localizada entre duas vértebras.

- Função

Sua função é dar mobilidade e absorver os impactos da coluna.

- Ruptura

Esse disco tem um anel duro, que se chama anel fibroso.

Dentro desse anel tem um núcleo gelatinoso. Se existe a ruptura desse anel fibroso, esse conteúdo gelatinoso, ele extravasa.

Em volta do disco vertebral, temos os nervos da coluna, que a gente chama de raiz nervosa.

E quando esse conteúdo gelatinoso toca esses nervos, dá um sintoma de compressão. Então, dá dormência, formigamento e dor, isso é o sintoma da hérnia de disco.

A perda da estrutura do disco vertebral terá várias consequências.

- Áreas atingidas

A região lombar, segundo os médicos, é onde ocorrem mais lesões, causando dores nas pernas. Seguida da região cervical, causando dores no pescoço – que irradiam para os braços e, nos casos mais graves, para as pernas. Por último, no tórax, onde as costelas tendem a estabilizar a coluna.

Fonte: Especialistas consultados.

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