Greve nas instituições federais de educação ainda sem previsão para acabar
Representantes dos professores da Ufes e do Ifes apontam reivindicações, apesar do anúncio do MEC de R$ 5,5 bi em recursos
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Apesar do anúncio de R$ 5,5 bilhões em recursos do Ministério da Educação (MEC) para obras de infraestrutura para o ensino superior, na última segunda-feira (10), a greve dos servidores da universidade e do instituto federal do Espírito Santo continua. A paralisação começou em 15 de abril.
“Na Ufes, não há previsão para término, assim como em outras mais de 60 instituições, conforme levantamento do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior. A greve é por tempo indeterminado”, informa a assessoria de comunicação da Associação dos Docentes da Ufes (Adufes) e do Comando de Greve Local (CLG).
Para a entidade, a paralisação pressionou o governo federal, o que acarretou em avanços como o anúncio de um PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para as universidades com recursos para expansão e custeio. No entanto, é visto como insuficiente.
“Mas, antes, não havia nenhuma proposta relativa à recomposição do orçamento. Na recomposição salarial, o governo avançou dos 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026 para 9% em 2025 e 3,5% em 2026. Também não contempla o que a categoria reivindica porque não houve nenhuma proposta de percentual para 2024”.
A entidade ainda afirma que a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) não foi contemplada com recursos para áreas que fazem parte das reivindicações locais da greve, como a moradia estudantil.
“Diversas outras universidades foram contempladas nesse item. A Ufes é uma das universidades sem moradia estudantil no Brasil, que é um dos pontos fundamentais para garantir a permanência de estudantes na universidade”.
Para a Ufes, houve anúncio de recursos para novas salas de aula, sem especificar valores e centros ou cursos contemplados, e para o Hucam (Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes), dentro do conjunto de verbas destinado aos hospitais universitários em todo o país, também sem informar valores.
Flávia Cândida, coordenadora de comunicação do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe-ES), diz que a forma como os recursos chegarão às instituições é importante para determinar o quão positivo esse anúncio será.
“Defendemos que cada instituição tenha orçamento que seja capaz de suprir seus gastos anuais e investir em pesquisa e extensão, que fazem parte das obrigações”.
Governo aumenta proposta de reajuste
A nova proposta do governo federal para os técnicos administrativos prevê reajuste médio de 29,6% em quatro anos. Esses aumentos variam de 25% para os que ganham mais a 44% para os que têm os menores salários.
Nessa conta, o governo federal já considera o aumento dado em 2023 e reajustes que seriam concedidos até 2026, mas não detalhou em quantas parcelas.
Segundo o Ministério da Gestão e Inovação no Serviço Público, também foi proposto a aceleração na progressão na carreira, o que geraria ganhos de 4% a partir de 2026 a cada progressão e incentivo à qualificação dos servidores. Com isso, há expectativa do governo da greve terminar esta semana.
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