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Cidades

Gravidez acima dos 40 anos bate recorde, diz pesquisa

Estudo do IBGE revela que número de mães entre 40 e 49 anos no Estado passou de 1.006, em 2010, para 2.283 em 2022


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Depois de dois anos tentando engravidar do segundo filho, a designer de joias Janaina Medice, de 46 anos, contou que a confirmação da gravidez veio acompanhada da certeza que era o tempo que Deus preparou para a família. “Guilherme (5 anos) nasceu quando eu tinha 41 anos. Ele veio como um milagre”. |  Foto: Leone Iglesias/ AT

As mudanças na sociedade nos últimos anos também têm alterado o momento em que as mulheres têm filhos.

De um lado, o número de crianças nascidas de mães com até 19 anos caiu 37,2% nos últimos 12 anos. Por outro, o número de mães após os 40 anos aumentou 129% no mesmo período no Estado, batendo recorde.

Os dados fazem parte do estudo Estatísticas de Gênero – Indicadores sociais das mulheres no Brasil. Em sua 3ª edição, o estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) analisa as condições de vida das mulheres no País, a partir de um conjunto de indicadores proposto pelas Nações Unidas.

Entre os dados do levantamento, foi possível verificar que o número de nascimentos no grupo de mães entre 40 e 49 anos no Estado passou de 1.006, em 2010, para 2.283 em 2022.

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Com 1 ano e 10 meses, a pequena Sofia chegou para completar a família da advogada Carolina Zanchetta Vieira e do eletricista João Paulo Marim, de 32. “Por questões de trabalho e para dar condições melhores para um filho, acabei adiando o sonho de engravidar”. Segundo ela, aos 38 anos resolveu parar de tomar remédio. “O problema de postergar a gravidez é que aumenta também a pressão e a preocupação com a gestação”. |  Foto: Acervo pessoal

Considerando esse recorte temporal, houve aumento na proporção de nascimentos com mães nessa faixa etária dentre o total de nascimentos. Em 2010, as mães após os 40 anos representavam 1,94% e, em 2022, o índice passou para 4,41%.

A coordenadora de divulgação do IBGE no Espírito Santo, Renata Coutinho Nunes, revelou que enquanto o número de nascidos vivos no caso de mães de mais 40 anos aumentou nos últimos anos, houve queda na taxa de fecundidade entre mulheres de 15 a 19 anos.

Ela apontou que em 2022, segundo a projeção da população do Brasil para o período 2010-2060, essa taxa era de 55,8 nascimentos a cada 1.000 mulheres de 15 a 19 anos de idade. Em 2019, a taxa chegava a 58,1. 

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Trabalho

A ginecologista e especialista em cirurgia minimamente invasiva Gabriele Lomonte destacou que o aumento na proporção de mulheres grávidas acima de 40 anos pode estar associado à maior participação das mulheres no mercado de trabalho.

“No mundo empresarial tem sido observado cada vez mais mulheres ocupando postos de destaque na hierarquia corporativa, resultando na opção pela maternidade tardia. Vale ressaltar que os avanços nas técnicas de reprodução assistida permitiram que a mulher postergasse com mais segurança para a maternidade”.

Em contrapartida, a ginecologista observou a diminuição no numero de adolescentes grávidas.

“Embora os números sejam positivos, ainda observamos um número alarmante de adolescentes grávidas no Brasil, tratando-se de um problema crônico que ainda precisa ser corretamente abordado”, apontou Gabriele Lomonte.

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Saiba mais

Estudo

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados do estudo “Estatísticas de Gênero - Indicadores sociais das mulheres no Brasil”. Entre os indicadores estão informações sobre fecundidade e número de nascidos vivos, de acordo com a idade das mães.

Diferenças em 12 anos

- 129% foi o aumento do número de nascidos vivos de mães com mais de 40 anos entre 2010 e 2022

- 37,2% foi a queda do número de nascidos vivos de mães entre 10 e 19 anos, em 12 anos

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