Golpe da cesta básica: prefeitura de Cariacica faz alerta e orienta moradores
Em novembro, idosa foi vítima do golpe e levou prejuízo de R$ 33 mil
Escute essa reportagem
A Prefeitura de Cariacica publicou, nesta quarta-feira (18), um alerta para moradores do município: de acordo com a administração, criminosos estão se passando por funcionários do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) para aplicar o golpe da cesta básica.
O golpe começa por uma ligação de telefone, onde os criminosos fingem trabalhar em uma unidade do Cras. Eles, então, dizem ao morador que ele possui direito a uma cesta de alimentos — e se dirigem até o endereço da vítima afirmando que precisam atualizar dados.
Durante a visita, os falsos funcionários coletam números de documentos, assinaturas e vão embora. Dias depois, o morador descobre que foi feito empréstimo em seu nome em uma instituição financeira.
LEIA TAMBÉM: Idosa cai em golpe e fica com dívida de R$ 33 mil
Danyelle Lirio, secretária de Assistência Social de Cariacica, orienta que os moradores devem sempre verificar a identificação dos agentes que visitam sua casa. “Funcionários verdadeiros devem estar com coletes da secretaria e portar crachás de identificação. Em caso de dúvida, entre em contato com seu Cras de referência”.
“Nunca forneça dados pessoais, bancários ou de cartões a desconhecidos. Instituições confiáveis não solicitam informações sensíveis dessa maneira. E os funcionários dos Cras não ligam para nenhum beneficiário para oferecer cestas ou confirmar dados”, concluiu Danyelle Lirio.
Idosa foi vítima do golpe e teve prejuízo de R$ 33 mil
A aposentada Elzina Soares Dias, de 66 anos, foi uma das vítimas do golpe da cesta básica na cidade de Cariacica. O crime resultou em uma dívida de R$ 33 mil em empréstimo no nome da idosa, que recebeu a ligação dos criminosos no dia 25 de novembro.
Ao jornal A Tribuna, ela contou que recebeu uma ligação de uma pessoa que dizia ser do Cras Mucur. A pessoa informava que ela estaria apta a receber uma cesta básica, já que seu rendimento é abaixo de dois salários mínimos.
Na ligação, a pessoa disse que a entrega da cesta seria feita no mesmo dia. Eles tinham todos os meus dados, tanto que não passei endereço. Mais tarde, duas mulheres chegaram em minha casa, com um uniforme e a cesta básica”.
Elzina revelou que as mulheres disseram que ela precisava assinar o recibo da cesta. As mulheres também pediram para tirar uma foto dela e dos documentos, comprovando que tinha recebido.
“A noite nem consegui dormir, porque comecei a achar estranho a história de tirar a foto e pedir os documentos. Então, liguei para minha filha e, no dia seguinte, fomos ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Lá, descobrimos o empréstimo de R$ 17 mil em um banco virtual”.
A foto pedida pelas golpistas, na verdade, era um mecanismo de reconhecimento facial para acessar a conta da aposentada do celular das golpistas. De lá, elas conseguiram não só solicitar o empréstimo, como também transferir R$ 7.500 via Pix para a conta dos criminosos.
A filha de Elzina, Carla Fabrícia Soares Dias, de 36 anos, relatou que as golpistas não conseguiram transferir o restante do valor – R$ 9.500 – já que havia limite diário. “Vimos que o total da dívida está em R$ 33 mil, referente aos juros. Eles só não transferiram o resto porque no dia seguinte já bloqueamos”.
Comentários