Osteoporose é doença silenciosa que pode matar
Médica explica que mortalidade depois de uma fratura de quadril, por exemplo, pode chegar a 50% dos casos no primeiro ano
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Cuidar do coração, da saúde mental e da saúde da pele são preocupações que aumentam à medida que a idade chega. Mas, nem sempre, o cuidado com a saúde dos ossos está na lista de prioridades para um envelhecimento saudável.
Estima-se que cerca de 50% das mulheres e 20% dos homens com idade igual ou superior a 50 anos sofrerão uma fratura osteoporótica ao longo da vida, segundo o Ministério da Saúde.
O mais perigoso é que a osteoporose é uma doença silenciosa que pode levar à morte, alerta a reumatologista Laiza Hombre Dias.
“A mortalidade, depois de uma fratura de quadril, por exemplo, vai de 20% a 50% no primeiro ano, porque há complicações de uma pessoa ativa se tornando acamada ou em uso de uma cadeira de rodas, aumentando o risco de doenças cardiovasculares e outras complicações”.
A médica, que é membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia e da Sociedade de Reumatologia do Estado, esteve no TribunaLab e explicou ainda que diabetes e artrite aumentam o risco de osteoporose.
Leia abaixo a entrevista
A Tribuna – Como se caracteriza a osteoporose? Como ela se desenvolve?
Laiza Hombre Dias – A osteoporose é o osso fraco. A qualidade do osso está comprometida. Falamos muito em densidade mineral óssea, que é quanto de osso tem em um centímetro quadrado.
Nesse paciente, ao longo do tempo ou devido a alguma doença, essa qualidade do osso perde massa em relação àquela área, então fica frágil.
Após uma possível queda que uma pessoa pode ter da própria altura, como, por exemplo, tropeçar no banheiro ou cair da cama, em tese, nosso osso teria de aguentar sem quebrar. Mas, quando o paciente tem o osso fraco, esses menores traumas, as quedas de baixo impacto, provocam fratura.
É uma doença silenciosa ou há algum sinal claro?
A maioria das pessoas acredita que a osteoporose dói, mas ela não dói. E quando a pessoa percebe a dor é porque a fratura já aconteceu. A fratura, sim, causa dor. Mas, normalmente, a osteoporose é uma doença silenciosa, que não provoca sintomas, e é diagnosticada, na maioria das vezes, com exames ou, infelizmente, depois que ocorre a fratura.
Existem outras doenças que podem acelerar o aparecimento da osteoporose?
Existem. Falamos que os fatores de risco da osteoporose são vários. É importante destacar história familiar, principalmente os parentes de primeiro grau (pai e mãe). Se eles tiveram alguma fratura, principalmente a de quadril, isso é um grande risco de desenvolvimento da doença.
Além disso, pessoas muito magras, assim como as que fumam, as que têm diabetes, doenças infecciosas, reumatológicas, como artrite reumatoide, lúpus e espondilite, têm o risco aumentado de desenvolver a osteoporose.
Crianças e jovens podem ser afetados?
Podem. Chamamos de baixa massa óssea e, apesar de a nomenclatura ser diferente, basicamente é o mesmo contexto. Normalmente, são causas secundárias, ou seja, existe uma doença que provocou e levou a qualidade óssea a ficar tão ruim a ponto de se tornar fraca: doenças genéticas, metabólicas, inflamatórias e de tireoide, podem surgir nessa faixa etária e levar à osteoporose.
Outra causa comum, mas pouco falada, é a utilização de algumas medicações de uso crônico. Entre elas, a mais associada à osteoporose em crianças é o corticoide. Crianças com asma e artrites juvenis que acontecem na infância, onde há a necessidade desse uso crônico de corticoide, precisam de avaliação profissional e acompanhamento para a prevenção da osteoporose.
O consumo do leite pode ajudar na prevenção?
Leite e derivados são nossa principal fonte nutricional de cálcio. Precisamos, em média, entre mil e 1.200 miligramas de cálcio todos os dias. Isso varia de acordo com a fase da vida (infância, gravidez). Sendo o leite a nossa principal fonte de cálcio, não há por que restringir esse uso.
Há outros alimentos?
Tem pacientes com intolerância à lactose e alergia à proteína do leite, e hoje há opções de leites que não são animais, como soja e amêndoas, e são enriquecidos com cálcio, sendo uma opção, assim como feijão-branco, chia, folhas verdes escuras, sardinha e gergelim.
Quando essa prevenção deve iniciar?
A formação óssea acontece antes de nascer. Mas a criança mais ativa, que pula e brinca, tem uma melhor produção óssea. Na adolescência e vida adulta, ela terá um pico maior de osso.
Uma criança com vida ativa, com prática de esporte, ingesta adequada de cálcio e exposição solar já está prevenindo a osteoporose. Na idade adulta, vale o mesmo raciocínio, já que o osso é metabolicamente ativo, e o principal estímulo é a atividade física, sendo a musculação um dos exercícios mais recomendados.
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FIQUE POR DENTRO
Osteoporose é uma doença que pode atingir todos os ossos do corpo, fazendo com que fiquem fracos e com possibilidade de quebrarem aos mínimos esforços.
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A produção de massa óssea vai, em média, até os 30 anos, quando ocorre a estabilização. Depois dos 30 anos a massa óssea começa a cair.
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A exposição ao sol é importante, já que a vitamina D é responsável pela absorção, no intestino, do cálcio.
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O exame mais adequado para o diagnóstico da doença é a densiometria óssea, que permite avaliar o estágio da doença e serve como método de acompanhamento do tratamento.
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Ingerir cálcio é fundamental para o fortalecimento dos ossos.
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Osteoporótica - São as fraturas causadas pela osteoporose.
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Ingesta - Alimentos que foram ingeridos e consumidos.
> 50% das mulheres acima dos
> 50 anos sofrerão uma fratura osteoporótica ao longo da vida
> 20% das pessoas que sofrem uma fratura de quadril morrem no ano seguinte ao acidente
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