ES já registrou 298 mortes por acidentes de motos este ano
Especialistas apontam a imprudência, como o excesso de velocidade e desrespeito às regras básicas de segurança, como a maior causa
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As mortes de motociclistas, no Espírito Santo, chegam a 298 este ano, e especialistas apontam a imprudência, como o excesso de velocidade e desrespeito às regras básicas de segurança viária, como a maior causa.
Os dados são do Observatório da Segurança Pública, da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), de janeiro a julho.
E a insegurança do trânsito, mais do que números, se reflete em perdas para diversas famílias, a maioria com vítimas entre 15 e 24 anos. Há pouco mais de uma semana, dois jovens de 22 anos perderam a vida em acidentes de moto.
No dia 16, Lucas Nicolini morreu no km 379 da BR-101, em Iconha, no Sul do Estado. Um dia depois, João Vitor Rodrigues da Silva morreu no km 3 da rodovia que liga São Mateus a Nova Venécia. Conhecido como DJ JV Rodrigues, ele foi encontrado caído fora da pista, a cerca de 15 metros de distância da moto.
São as rodovias estaduais os locais onde acontecem a maior parte dos acidentes de moto, com 39,26% dos casos, seguidas das vias municipais (25,5%) e federais (23,83%).
Segundo a agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Ana Carolina Albuquerque Cavalcanti, essas ocorrências aumentaram 14,63% até o dia 17 deste mês, totalizando 47 registros contra 41 no mesmo período de 2024. “A moto é um veículo muito vulnerável, e em qualquer acidente o próprio corpo do condutor serve como para-choque. Falta obediência às leis, há ultrapassagens proibidas, excesso de velocidade e falta o uso de equipamentos de proteção”.
O tenente Lucas Lourenço, chefe da Comunicação do Batalhão de Trânsito (BPTran) da PM, lembra que motociclistas são vítimas, mas também cometem imprudências.
“O choque é um tipo de acidente em que a vítima está sozinha, representando 19,8% dos casos. É quando o motociclista bate contra um muro, um poste, por exemplo. Em um em cada cinco acidentes de moto a vítima se chocou sozinha”.
Para o representante do Observatório Nacional de Segurança Viária, capitão Anthony Moraes Costa, a mudança dessa realidade só ocorrerá com conscientização, por meio da educação, desde a infância, em casa, passando por toda vida escolar do futuro condutor.
A curto prazo, o especialista aponta a implantação de faixas exclusivas, fiscalização eletrônica nas ruas e das empresas que contratam entregadores e mototaxistas, exigindo o cumprimento da legislação, como medidas necessárias.
Saiba Mais
Maioria das vítimas tem entre 15 e 24 anos
Acidentes com motos (mortes)
298 mortes
Tipo de acidente
Colisão — 60,4%
Choque — 19,8%
Tombamento — 18,12%
Desconhecido — 1,01%
Colisão frontal — 0,67%
Total — 100%
Dia da semana
Domingo — 21,14%
Segunda-feira — 11,74%
Terça-feira — 11,74%
Quarta-feira — 10,74%
Quinta-feira — 10,07%
Sexta-feira — 15,77%
Sábado — 18,79%
Faixa horária dos óbitos
Noite — 28,19%
Tarde — 26,85%
Manhã — 25,84%
Madrugada — 18,79%
Não informada — 0,34%
Tipo de via
Estadual — 39,26%
Municipal — 25,5%
Federal — 23,83%
Desconhecido — 11,41%
Faixa etária das vítimas
0 a 14 anos — 1,01%
15 a 24 anos — 23,49%
25 a 34 anos — 22,15%
35 a 44 anos — 21,81%
45 a 54 anos — 15,77%
55 a 64 anos — 9,40%
65 anos ou mais — 5,70%
Não informado — 0,67%
Vítima
Motociclista — 92,95%
Carona — 7,05%
Ranking de cidades
1º Serra — 22
2º Linhares — 18
3º São Mateus — 17
4º Cachoeiro — 14
5º Cariacica — 14
6º Desconhecido — 13
7º Vila Velha — 12
8º Colatina — 11
9º Guarapari — 9
10º Nova Venécia — 8
Causas
Para especialistas, a imprudência é a maior causa das mortes de motociclistas.
Ela se reflete no excesso de velocidade e desrespeito às regras básicas de segurança viária, como a sinalização semafórica, sinais de parada e ultrapassagens indevidas.
Os motociclistas também são vítimas da imprudência de outros condutores, uma vez que a moto é um veículo que os deixa mais vulneráveis, comparado a quem está dentro de um carro, por exemplo.
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