“Descobri o câncer ao fazer uma plástica”: a história de Keyd Lozorio
A recepcionista, de 31 anos, retirou as glândulas mamárias e, quando o médico fez a biópsia, diagnosticou o tumor
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Uma carreata chamou a atenção de capixabas em Vila Velha e Cariacica nesta quarta-feira (30) e o motivo não poderia ser melhor. A recepcionista Keyd Lozorio, de 31 anos, resolveu celebrar a sua última sessão de quimioterapia após ser diagnosticada com câncer de mama em outubro de 2022.
Para ela, a comemoração durante todo o caminho até o hospital foi importante para concluir um ciclo – 16 quimioterapias – e a sensação foi de alívio. “Só consegui ter essa sensação de alívio e gratidão a Deus por conseguir concluir esse ciclo”, afirmou ela, que descobriu o câncer após realizar um procedimento estético.
“Fui fazer uma cirurgia plástica e descobri um câncer. Passar por todo o processo de quimio, além da cirurgia, foi muito difícil. Mas agora é só vitória”, ressaltou.
Depois de retirar as glândulas mamárias de Keyd, em outubro do ano passado, o cirurgião responsável decidiu enviar tudo o que foi retirado dos seios para biópsia, despretensiosamente, seguindo protocolo. Passados 30 dias, a análise retornou indicando a presença de um tumor maligno.
Entre o diagnóstico do câncer e a última quimio (nesta quarta-feira), a capixaba ainda passou por uma cirurgia para retirar o seio esquerdo em fevereiro. Durante todo esse processo, Keyd contou com o apoio da família, como o marido Marcos Vinicius e a filha Ana Beatriz, de 9 anos.
Para a oncologista Camila Oliveira, da Rede Meridional, a rede de apoio é essencial. “É importante a paciente se sentir autoconfiante, ser ajudada na organização da agenda, nas consultas e ser motivada nos cuidados”, afirmou ela.
“Às vezes, as pessoas confundem prevenção e detecção precoce. São coisas diferentes. A prevenção significa adotar hábitos saudáveis e evitar a exposição a fatores de risco. Já a detecção precoce é o ato de descobrir a doença na forma inicial. Isso é feito por meio de métodos de rastreamento, como a mamografia e o ultrassom”, explicou.
Já Fernanda César Oliveira, oncologista clínica da Cecon Oncoclínicas, lembrou que o tratamento é diferente para cada paciente e que não existem sintomas iniciais.
“O câncer, quando apresenta algum sintoma, é sinal de que a doença está avançada. Então a chave é detectar em estágio inicial. O tratamento vai depender do estágio e do tipo de câncer”, frisou.
“Mesmo que não exista um histórico familiar da doença, é essencial manter os exames em dia. E não tenham medo do diagnóstico. Existem tratamentos e, mesmo que alguns casos não tenham cura, é possível fazer o controle”.
Keyd Lozorio, recepcionista
“É preciso ter fé e esperança”
O diagnóstico de uma doença não costuma ser fácil. Por isso, a rede de apoio é fundamental para que os pacientes percorram todos os altos e baixos dos tratamentos. No caso da recepcionista Keyd Lozorio, de 31 anos, o apoio da família foi essencial para que ela chegasse até a última sessão de quimioterapia.
A capixaba percorreu nesta quarta todo o caminho entre a sua casa em Rio Marinho, Vila Velha, até o Hospital Meridional, em Cariacica, em uma carreata de celebração.
No carro de Keyd, a frase: “Buzine!! Minha última quimioterapia”, fez com que os automóveis ao redor participassem do momento de alegria e alívio.
Em relação aos próximos passos, Keyd afirmou que ainda vai se consultar com os médicos para saber o caminho. “Iremos passar pela junta médica para saber se irei precisar de radioterapia, além da reconstrução mamária”, contou ela.
A Tribuna – Foi a sua última quimio. Qual foi a sensação enquanto estava indo para lá?
Keyd Lozorio – Foi uma sensação de alívio e gratidão a Deus por conseguir concluir esse ciclo.
Quais os próximos passos?
Iremos passar pela junta médica para saber se irei precisar de radioterapia, além da reconstrução mamária.
Qual a importância do apoio familiar durante esse processo?
Ter o apoio deles foi muito importante. Tanto nos momentos ruins quanto nos bons. Foi essencial ter sempre alguém por perto para amparar.
Como foi lidar com a quimio e a retirada de um seio?
Fui fazer uma cirurgia plástica e descobri um câncer. Passar por todo o processo de quimio, além da cirurgia, foi muito difícil. Mas agora é só vitória. Irei passar pela reconstrução mamária.
O que você diria para outras mulheres que estão passando pelo diagnóstico do câncer de mama?
É preciso ter muita fé e esperança durante todo o processo. Além disso, temos de fazer o que precisa ser feito. Sem medo.
SAIBA MAIS
Câncer de mama
• As chances de cura quando o câncer de mama é identificado e tratado em fase inicial chegam a 95%.
• Existem formas de reduzir a mortalidade da doença com tratamentos menos invasivos e mais eficientes.
• Também é importante enfatizar a importância da prevenção e da detecção precoce da doença. A prevenção remete à ação de adotar hábitos mais saudáveis, como uma alimentação adequada, e à prática de exercícios físicos, além de ser necessário evitar a exposição a fatores de risco como sedentarismo, obesidade e má alimentação.
Detecção
• A detecção precoce é o ato de descobrir a doença na forma inicial utilizando métodos de rastreamento como a mamografia e o ultrassom.
• O autoexame também é importante. Por isso, é essencial se tocar e se atentar para quaisquer mudanças que surgirem no corpo.
• A realização da mamografia é recomendada a partir dos 40 anos, pelo menos uma vez ao ano. Caso exista incidência na família, o exame pode ser feito antes. É importante analisar caso a caso.
• Os tratamentos também são variados. Cada paciente é analisado de forma individual para definir a melhor abordagem para combater a doença.
Fonte: Especialistas entrevistadas.
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