Conheça Bryan Adams, o jovem que superou desafios e estreou no cinema
Bryan Adams Andrade, que enfrentou baixa autoestima, foi selecionado para a equipe do filme de cineasta capixaba
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O filme “Prédio Vazio”, do cineasta capixaba Rodrigo Aragão, já estreou nos cinemas do País. Uma das pessoas que integraram a equipe do longa-metragem foi Bryan Adams Andrade Santos, de 22 anos, ex-aluno da rede estadual de ensino.
O que chama atenção na história do jovem é que ele pensou em abandonar os estudos e agora colhe os resultados da persistência.
Bryan, que vem de uma família com quatro irmãos, cursou o ensino médio integrado ao técnico em Multimídia na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Luiz Manoel Vellozo, no bairro Glória, em Vila Velha.
Durante a época em que esteve na escola, ele passou por dificuldades pessoais, trabalhava meio período como atendente de farmácia antes das aulas, além de enfrentar a baixa autoestima e a desmotivação.
Bryan vive em Morada da Barra, Vila Velha, e precisava passar por longos deslocamentos para chegar na escola.
Antes de terminar o curso técnico, ele foi escolhido para participar do filme de Aragão, atuando como segundo assistente de fotografia. Desde então, foi selecionado e participou da produção de outros audiovisuais capixabas.
“Valeu muito a pena, estou animado! Todas as vezes que o Rodrigo Aragão me chamar para fazer filmes, eu vou! Ele disse que meu nome está no caderninho dele para o próximo filme”, disse Bryan.
“Prédio Vazio” foi totalmente produzido em Guarapari, cidade natal do diretor, e foi premiado na 28ª Mostra de Tiradentes, no início do ano. O prédio do filme fica na Praia do Morro e parte das cenas foi gravada em Santa Mônica.
Com uma equipe composta em 50% por alunos de oficinas ministradas pelo cineasta, o projeto foi um “filme-escola”, oferecendo formação e oportunidade para 280 pessoas.
A história acompanha Luna, jovem que procura pela mãe desaparecida no último dia de Carnaval em Guarapari. Sua busca a leva a um edifício aparentemente desabitado, mas que guarda presenças perturbadoras.
Rodrigo Aragão, conhecido por obras como “Mangue Negro”, define “Prédio Vazio” como seu trabalho mais assustador até hoje, com referências ao cinema japonês e forte identidade brasileira.
A Tribuna - Você já conhecia os filmes do cineasta Rodrigo Aragão?
Bryan Adams - Nunca tinha ouvido falar antes de participar das filmagens. Em uma das oficinas da escola, eu escutei sobre o longa-metragem, e pensei 'caraca, quero muito fazer esse filme'. Mas eu não tinha muita expectativa de que seria selecionado.
O que fazia você pensar dessa forma?
Eu não me dedicava integralmente aos estudos, trabalhava meio período em uma farmácia antes das aulas, todos os dias. Tinha que sair de Morada da Barra, que é um bairro longe da Glória, onde estudava, e a viagem é grande. Pensei em desistir várias vezes e começar a só trabalhar.
Quem te incentivou?
Minha mãe sempre dizia que eu tinha que terminar os estudos. Minha professora, Nathália, de Multimídia, também nunca me deixou desistir, sempre disse que eu precisava focar, crescer e terminar meus estudos.
Como foi a sensação de ser selecionado?
Incrível. Outro professor meu disse ao diretor de fotografia do filme que estava precisando de um segundo assistente de imagem. Quando eu soube que fui selecionado, saí correndo por toda a escola, e fui contando aos professores.
Como foram as filmagens?
Ficamos um mês em uma casa alugada, em Guarapari, e filmando em um prédio vazio, que dá o nome do longa.
Você já participou de outras produções desde então?
Sim, participei do curta-metragem “Vinil Riscado”, e de outro curta sobre o Espírito Santo com a equipe do Movimento Cidade, além de outra produção com o Rodrigo Aragão.
Valeu a pena perseverar e seguir nos estudos?
Muito! É uma maravilha trabalhar com audiovisual, eu não sabia que o Espírito Santo tinha um audiovisual tão forte. É incrível trabalhar com várias pessoas que vivem disso, e é uma honra trabalhar com o Rodrigo Aragão. Foi maravilhoso assistir ao filme e pensar que eu estava lá na produção.
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