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Cidades

Casos de dengue aumentam 813% em um ano no ES

Foram 98 mortes e 191.131 casos no ano passado, enquanto aconteceram seis óbitos e 20.929 registros em 2022


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Imagem ilustrativa da imagem Casos de dengue aumentam 813% em um ano no ES
Agentes de combate a dengue eliminam focos do mosquito em casas e espaços públicos, inclusive bueiros |  Foto: Dayana Souza - 10/01/2019

Uma explosão de casos de dengue marcou 2023 no Espírito Santo, representando aumento de 813%. No ano passado, foram 98 mortes e 191.131 casos, enquanto aconteceram seis mortes e 20.929 registros em 2022.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) explicou, por meio de nota, que as epidemias de dengue “são cíclicas, ou seja, ocorrem, geralmente, a cada três ou quatro anos, tendo a última epidemia ocorrido em 2019, com 50 óbitos”.

Informou ainda que, aliando o histórico temporal de epidemias, as chuvas e as altas temperaturas que predominam no Espírito Santo, “a expectativa é de que o aumento de casos continue ocorrendo nas próximas semanas”. Ressalta ainda que os dados são inseridos no sistema pelos municípios.

A infectologista Rúbia Miossi destaca as férias como um agravante. “O período de férias é também particularmente complicado, porque as pessoas saem de casa e deixam vasos sanitários abertos, ralos abertos, plantas com pratos que retêm água, vasilhames de pets cheios de água que não será trocada. Isso transforma a casa das pessoas num excelente ambiente para a proliferação de mosquitos”.

Taynah Repsold, médica da família e comunidade, mestre e doutoranda em Doenças Infecciosas pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), observa que a circulação dos quatro sorotipos do vírus da dengue no Brasil é uma preocupação significativa, pois aumenta a demanda ao sistema de saúde e o risco de complicações da doença.

“Uma pessoa que teve dengue causada por um sorotipo específico ainda pode ser infectada por outro sorotipo no futuro”, afirma.

A especialista destaca que a chegada da vacina da dengue no SUS, no mês que vem é um marco.

“É um marco na saúde pública, mas é importante lembrarmos dos esforços contínuos na vigilância epidemiológica e no controle vetorial para prevenirmos essa enfermidade e suas complicações”.

De acordo com a especialista em imunizações Ana Paula Burian, inicialmente, são 5,5 milhões de doses. “Mas é necessária imunização com duas doses. Então, seriam menos de 3 milhões de pessoas imunizadas para um país inteiro. O governo precisa definir qual o público-alvo, a idade”.

A especialista observa que a vacina já está disponível na rede particular, ao custo de cerca de R$ 400 a dose. “Quem teve dengue deve esperar seis meses para se imunizar, mas a vacina pode ser feita em quem teve ou não dengue”.

SAIBA MAIS

Prevenção

O controle do vetor – mosquito – é não deixar água parada para que ele não possa se multiplicar; utilizar repelente diariamente.

Evitar deixar recipientes em áreas abertas que possam acumular água de chuva.

Cobrir as caixas d´agua, deixar os vasos sanitários fechados antes de viajar, manter os ralos da casa fechados.

Trocar frequentemente a água dos animais de estimação, lavando com esponja e sabão os vasilhames para remover os ovos de mosquito que, porventura, estiverem nos recipientes.

Sintomas

Os sintomas clássicos de uma virose – doença causada por vírus: febre, dor no corpo, dor de cabeça, dor nos olhos. Podem aparecer manchas vermelhas pelo corpo. Em alguns casos podem ocorrer diarreia e vômitos.

Vacina

Está disponível apenas na rede particular, com previsão de ser disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS) mês que vem. É uma medida de controle da doença.

São necessárias duas doses. Na rede particular, o custo é de cerca de R$ 400 a dose.

Casos em 2023

Foram notificados 191.131 casos de dengue no Espírito Santo, com incidência de 4.702,97 casos por 100 mil habitantes entre a semana epidemiológica (SE) 01 (1º de janeiro de 2023 a 7 de janeiro de 2023) e a semana epidemiológica (SE) 52 (24 de dezembro de 2023 a 30 de dezembro do ano passado).

Foram confirmados 98 óbitos neste período.

O Ministério da Saúde considera três níveis de incidência acumulada das quatro últimas semanas dos casos de dengue: baixa (menos de 100 casos/100 mil habitantes), média (de 100 a 300 casos/100 mil habitantes) e alta (mais de 300 casos/100 mil habitantes).

A taxa de incidência é um importante indicador de alerta e ajuda a orientar ações de combate à dengue.

Casos de 2022

Foram notificados 20.929 casos de dengue no Estado com incidência de 514,98 casos por 100 mil habitantes entre a semana epidemiológica (SE) 01 (2 de janeiro de 2022 a 8 de janeiro de 2022) e a semana epidemiológica (SE) 52 (25 de dezembro de 2022 a 31 de dezembro de 2022).

Foram confirmados seis óbitos neste período.

Fonte: Especialistas e Sesa.

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