Bióloga descobre espécies de serpentes no Estado
Jane de Oliveira pesquisa cobras na Região Sul e diz que o difícil é convencer as pessoas a preservarem o meio ambiente
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Ela é bióloga e tem dois pós-doutorados (PhD), além de ser herpetóloga (trabalha com anfíbios e répteis), ecóloga (que estuda ecologia) e é especialista em anfíbios e répteis.
Por ter descoberto uma serpente recentemente e participado da descoberta de uma jararaca em 2016, na Ilha dos Franceses, em Itapemirim, Jane de Oliveira, de 40 anos, é conhecida como a “encantadora de serpentes”.
A bióloga descobriu uma espécie de cobra-cega no Monumento Natural da Serra das Torres (Monast), entre as cidades de Mimoso do Sul, Muqui e Atílio Vivácqua, na Região Sul do Espírito Santo.
Jane de Oliveira destaca que o nome da nova serpente que descobriu na Ilha dos Franceses só poderá ser divulgado no fim do ano.
“Não podemos divulgar o nome dela ainda, já que o artigo não foi publicado. Já a cobra-cega levou o nome de Luetkenotyphlus fredi. Sempre tentei fazer estudos que preenchiam lacunas de conhecimento e, desde o mestrado, cumpri esse papel, pesquisando em áreas onde ninguém tinha ido e revelando informações novas para a ciência. Muitas pessoas querem os louros, mas não têm disposição.”
Jane destaca também que, das espécies raras de répteis do Espírito Santo, 27% estão no Monast, sendo exclusivas da Mata Atlântica.
De acordo com a bióloga, a paixão por pesquisar cobras e outros animais começou na infância, e ela resolveu se profissionalizar.
“Aos poucos, isso veio como consequência do aprendizado que fui tendo na faculdade. O pesquisador é só alguém muito curioso, que tem mais perguntas do que respostas e que quer responder a tudo isso. Ele nunca para, é um ciclo viciante de querer saber mais”.
Para ela, a Mata Atlântica é um novo universo a ser descoberto. “Cada vez que um pesquisador olha para uma floresta, ele enxerga uma infinidade de 'miniuniversos' e quer explorar todos eles”.
Jane completa: “Um único riacho dentro de uma floresta pode responder centenas de perguntas que passam pela nossa cabeça e isso, quase sempre, nasce com a gente. Todos nós podemos ser cientistas, desde que a gente desperte esse sentimento de curiosidade”.
Para ela, é essencial que as pessoas se conscientizem sobre os problemas que o desmatamento traz a todos os animais e à sociedade.
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