Avança modelo de parceria para administrar Cais das Artes
Segundo o secretário de Estado da Cultura, Fabricio Noronha, ideia é que o complexo seja gerido em parceria com instituição do 3º setor
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Com as obras em pleno vapor, o Cais das Artes tem avançado não apenas nos contornos arquitetônicos, mas nas definições de como será a gestão após a inauguração.
O governo do Estado vai definir até o final do ano como será o modelo de parceria para administrar o complexo cultural, que contará com museu, teatro, biblioteca, praça, restaurantes e café. O prazo de conclusão vai até janeiro de 2026.
Segundo o secretário de Estado da Cultura, Fabricio Noronha, a ideia é que o complexo seja gerido em parceria com uma instituição do terceiro setor.
“Esse é o modelo que se desenha. Não é privatizar, mas ter uma de parceria de gestão, como a gente faz com a Orquestra Sinfônica do Espírito Santo, por exemplo. A orquestra é do Estado, mas tem uma gestora. Dessa forma, continua servindo à população, mas com uma equipe de gestão administrativa, que cria uma dinâmica própria de curadoria e, no final, entrega um resultado eficiente”.
O secretário enfatizou que os grandes museus do Brasil trabalham com esse tipo de parceria com instituições da sociedade civil.
“É um modelo que a gente tem observado durante visitas a alguns espaços. Na última semana, estivemos no Museu de Arte do Rio (MAR), no Rio de Janeiro, e também em alguns espaços em Salvador (BA). Conhecemos a parte administrativa, de conservação de acervo, além de outro ponto que é muito importante para nós, que são as iniciativas educacionais promovidas nos equipamentos”.
Ele enfatizou que a ideia é que o Cais das Artes tenha uma relação forte com a educação, com as escolas e também com a comunidade do entorno.
“O Cais das Artes é o equipamento que o Espírito Santo merece, que conecta o Estado ao que é produzido em outros lugares e até em outros países. É um grande investimento, um equipamento de grande porte, mas com um retorno garantido em desenvolvimento econômico, em visitação, em fluxo turístico”, disse Fabricio Noronha.
Para o secretário, além de atrações culturais diversas dentro do complexo e na praça externa, o Cais das Artes por si só será um patrimônio, que se integra à baía de Vitória.
O projeto é assinado pelo arquiteto capixaba, mundialmente premiado por suas obras, Paulo Mendes da Rocha, falecido em 2021.
“Esse é um lugar do mundo que será uma referência na América Latina. Temos pouquíssimos equipamentos deste porte no Brasil”.
O procurador-geral do Estado, Iuri Carlyle do Amaral Almeida Madruga, destacou o trabalho complexo de negociação até chegar a um acordo, que permitiu a retomada das obras no ano passado.
“Estamos falando em uma obra paralisada por cerca de 10 anos. Entendemos a época que foi um acordo vantajoso para o Estado do ponto de vista jurídico, econômico e financeiro, sem deixar de considerar o aspecto da celeridade, diante de todo esse histórico de obra parada”.
Estruturas metálicas em recuperação
Meses depois da retomada das obras do Cais das Artes, 110 trabalhadores estão atuando com uma missão complexa.
São mais de 200 toneladas de estruturas metálicas em recuperação, devido ao tempo em que a obra ficou parada, além de mais 62 mil metros quadrados de tratamento de concreto e 7 mil metros quadrados de placas pré-moldadas de concreto a serem instaladas.
A equipe de engenharia do consórcio responsável pela obra explicou que os trabalhos têm ganhado ritmo acelerado após o Departamento de Edificações e Rodovias do Estado (DER-ES) ter avançado com as liberações da recuperação das estruturas metálicas.
Agora, seguem em andamento junto ao órgão o pedido das licenças também para recuperação da impermeabilização, infraestrutura elétrica e da climatização.
Ao todo, são equipamentos de refrigeração com 800TR (toneladas de refrigeração) de potência instalados.
As liberações das etapas de obra vão possibilitar ainda um incremento da mão de obra atuando no local. A previsão é de que o pico da obra tenha 250 trabalhadores, entre equipes de engenharia e da área operacional.
Projeto
Assinado pelo consagrado arquiteto e urbanista capixaba Paulo Mendes da Rocha, vencedor em 2006 do Prêmio Pritzker – maior reconhecimento da arquitetura mundial –, o conjunto arquitetônico do complexo Cais das Artes é constituído por um museu, um teatro e um prédio administrativo anexo, edificados sobre uma praça aberta.
1- Teatro
Com capacidade para 1.300 espectadores, será equipado para receber eventos de grande porte, com espetáculos de teatro, ópera, dança, concerto, entre outros.
No foyer – espaço de entrada e acolhimento do teatro, onde estão localizadas as chapelarias e as bilheterias – há acesso aos conjuntos de elevadores e escadas, bar e área reservada aos artistas e funcionários.
O teatro terá camarins, salas técnicas e de ensaio.
2- Museu
Tem uma área expositiva de cerca de 3 mil metros quadrados, distribuídas em cinco salas. Elas contam com uma ponte rolante para movimentação de obras de arte.
Contempla, ainda, auditório para 174 lugares, biblioteca, salão de acolhimento, varanda e café (no térreo).
O acesso ao Museu é por meio de dois elevadores, escadas e rampas externas, que permitem a contemplação da baía de Vitória e do Convento da Penha.
3- Edifício anexo
Conectado ao Museu através de passarelas metálicas, este edifício abriga as oficinas, reservas técnicas e áreas administrativas. Possui elevador de carga e escada metálica.
Equipamentos
1 ponte rolante para cinco toneladas.
4 elevadores para 13 passageiros.
1 elevador de carga com capacidade para 3 mil quilos.
2 elevadores para 30 passageiros.
1 elevador de cenários/carga – 2.500 quilos.
1 elevador fosso orquestra.
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