Arquitetos sugerem novo visual para as ruas do Centro de Vitória
Substituição das redes de cabeamento aéreas, mudanças na mobilidade urbana e reforma dos prédios são algumas sugestões

Neste mês, a Organização das Nações Unidas, por meio da campanha Outubro Urbano, propõe um debate sobre a vida nas cidades e possíveis ações que as tornem mais inclusivas e sustentáveis.
Nesse sentido, arquitetos e urbanistas do Espírito Santo defendem que a revitalização do centro de Vitória deve ser considerada como uma demanda importante para a cidade, considerando seu valor histórico, cultural e turístico.
Em conversa ao jornal A Tribuna, o arquiteto e urbanista Murillo Paoli defendeu a restauração de prédios antigos, preservando a identidade e a história do local.
“O Centro Histórico tem características que são muito únicas dentro da cidade. Tem elementos de interesses de preservação, que são do nosso patrimônio material histórico e arquitetônico”.
Murillo Paoli apontou como uma das principais sugestões de mudança no Centro a substituição de redes de cabeamento aéreas por redes subterrâneas.
“Tem muitos fios passando em cima de nossas cabeças e toda vez que a gente olha para cima, a gente tem essa poluição visual de elementos que poderiam ser facilmente escondidos”.
Além disso, o arquiteto acredita que a preservação de prédios antigos, por meio de restaurações com inclusão de acessibilidade e estrutura modernizada, é uma forma de sustentabilidade.
“A própria conservação de um edifício histórico é considerado algo sustentável, porque se você demolir e construir algo do novo, olha quanto material foi desperdiçado”.
Para Eduardo Pasquinelli, vice-presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura no Espírito Santo, o caminho é incentivar a ocupação habitacional do Centro de forma inclusiva.
“É uma proposta de um bairro inclusivo. Então, a gente está falando de tudo, de raça, de gênero. Um espaço aberto a todas as vertentes, as camadas da sociedade”.
A presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Estado, Priscila Ceolin, ressalta a necessidade de mudanças na mobilidade urbana e em formas de utilização para espaços já construídos.
“Essas frentes seriam um bom caminho, a transformação de usos imobiliários dos imóveis já construídos, a mobilidade urbana e assegurar a preservação histórica”.
Entenda o conceito

Implementação de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), que facilitam a mobilidade urbana e reduzem o volume de carros, além da substituição de redes de cabeamento aéreas por subterrâneas, evitando a poluição visual.

Restauração de prédios antigos, preservando a estrutura original, bem como a indentidade histórica e cultural das construções, apenas adaptando com recursos mais modernos e acessíveis.

Construção de ciclovias, permitindo melhor acesso aos locais.
Sugestões
Convocação de audiências
Para ouvir as necessidades e opiniões da população.
Permite uma destinação mais planejada das verbas.
Substituição de redes de cabeamento aéreas por subterrâneas
Reduz a poluição visual.
Evita problemas relacionados à sobrecarga da rede.
Restauração de prédios antigos
A estrutura pode ser modernizada sem alterar a arquitetura original ou apagar a história do espaço.
É mais sustentável.
Arborização
Em praças.
Construção de jardins.
Estímulos de ocupação habitacional
Aproveitamento de edifícios para habitação social e valorização da ambiência.
Priorização de pedestres
Ampliação de calçadas e redução de estacionamentos nas ruas.
Mudanças na mobilidade urbana
Integração de transportes públicos circulares que incluam rotas na parte alta do Centro.
Implementação de mais ciclovias.
inclusão de Veículos Leves Sobre Trilhos (VLT).
Acessibilidade em ruas e prédios públicos para PCD's e idosos.
Fonte: Arquitetos e urbanistas entrevistados.
Você Sabia?
Vitória é terceira capital mais antiga do Brasil, com 474 anos. Em 8 de setembro de 1551, depois dos portugueses saírem vitoriosos na guerra contra aimorés e goitacás, a cidade recebeu o nome de Vila Vitoriosa, sendo, posteriormente, chamada de “Vitória”.
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