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Cidades

Aposentados perdem até R$ 12 mil com golpe dos falsos advogados

Criminosos roubam a identidade de profissionais e cobram de clientes. Orientação é não fazer pagamento sem confirmar antes


Aparentemente, a mensagem traz boas notícias: o advogado ou o escritório de advocacia informa que créditos a serem recebidos de uma ação judicial estão para sair.

Mas o que seriam valores a receber, na verdade escondem um golpe em que criminosos se passam por advogados para cobrar valores das vítimas. Os prejuízos chegam a R$ 12 mil em alguns casos.

No caso de ações que tramitam na Justiça Federal, como para pagamentos atrasados de benefícios previdenciários, os golpes têm envolvido RPVs (Requisição de Pequeno Valor) e precatórios (créditos judiciais que a União, nesse caso, deve pagar). Há situações ainda que valores são cobrados até para marcação de perícia ou sem nem mesmo ter uma decisão.

Imagem ilustrativa da imagem Aposentados perdem até R$ 12 mil com golpe dos falsos advogados
Juiz Rogério Moreira disse que golpistas descobrem que pessoas têm direito a receber e conseguem dados |  Foto: Divulgação

O juiz federal e diretor do Foro da Justiça Federal do Espírito Santo, Rogério Moreira Alves, revelou que já recebeu mais de um advogado trazendo a mesma queixa.

“De alguma forma, golpistas descobrem que pessoas têm direito a receber um RPV ou precatório, conseguem os dados da parte e do advogado. Então, o golpista constrói um perfil no WhatsApp, simulando ser de escritório de advocacia, usando a foto do advogado.”

Depois, segundo o juiz, o golpista entra em contato com o cliente e o induz a transferir dinheiro.

Entre os advogados previdenciaristas, não é difícil encontrar quem já tenha tido o nome usado para aplicar golpes nos clientes.

A presidente da Comissão Estadual dos Direitos das Pessoas Idosas da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Espírito Santo (OAB-ES), Juliana Pimentel Miranda dos Santos, destacou o aumento do número de tentativas desses golpes nos últimos meses.

“Temos orientado nossos clientes a não realizar qualquer depósito via Pix, pagamento de boleto, sem antes confirmar com os números de telefones oficiais do escritório”.

A advogada previdenciarista e coordenadora adjunta do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Bruna Ewald, também revelou que, só este ano, foram cinco tentativas em nome do escritório, com mensagens para vários clientes. “O último cliente que caiu no golpe pagou R$ 12 mil para o golpista”.

Ela explicou que a forma de atuação é semelhante. “Eles entram em contato dizendo que o cliente ganhou o processo e que, para liberação do valor, ele tem que pagar uma custa da contadoria, e que esse valor depois é restituído no montante”.

Ela ainda frisou que teve outros clientes que depositaram valores entre R$ 900 e R$ 3 mil. “Isso independe de expedição de precatório e RPV, os golpistas pegam processos que estão em andamento, em fase de recurso ou, às vezes nem teve sentença”.

Casos

Prejuízo

O advogado João Eugênio Modenesi Filho revelou que dois clientes foram vítimas de golpistas. “Um deles tinha um RPV a receber por causa de contribuições previdenciárias acima do teto. Os criminosos se passaram por funcionários do escritório e informaram que ele tinha R$ 100 mil liberado. Mas para que fosse isentado o Imposto de Renda, precisava pagar pela emissão de uma certidão.”

Após um depósito de quase R$ 3 mil, os criminosos falaram que tinha outro valor liberado, de R$ 170 mil a receber. “Mas para isso, ele precisaria fazer um outro depósito, de quase R$ 4 mil.” A vítima só percebeu o golpe minutos depois, quando o advogado emitiu um alerta ao receber informações de outros clientes.

Imagem ilustrativa da imagem Aposentados perdem até R$ 12 mil com golpe dos falsos advogados
Tentativa de golpe |  Foto: Acervo pessoal

Pensionista

O advogado especialista em Direito Civi Sergio Nielsen revelou que já recebeu ligações de alguns clientes relatando terem recebido mensagens de golpistas se passando por ele. “Uma das clientes, uma pensionista, chegou a pagar R$ 2.700 aos criminosos”.

Ele contou que, diante das investidas dos golpistas, sempre tem usado as redes sociais para fazer os alertas, além de orientar os clientes. “Eu não mando mensagens para clientes. Sempre converso com eles por ligação”.

Valores para perícia

A advogada e professora universitária Aline Simonelli revelou que já teve cliente que perdeu cerca de R$ 2 mil após golpistas se passarem por uma secretária do escritório.

“Nesse caso, eles disseram que ela teria que pagar uma quantia adiantada para que o valor principal da ação pudesse ser liberado. No entanto, nesse processo em questão, a vítima nem tinha valores a receber”.

Já outra cliente perdeu cerca de R$ 3 mil, segundo Aline. “Essa tem valor de pagamentos atrasados de benefícios para receber, mas ainda não tem nada certo. Eles disseram que ela tinha que pagar um valor para perícia ser realizada, o que não é verdade”, revelou.

OAB busca a polícia e dá orientações à população

Diante dos crimes cometidos em todo o País por meio de redes sociais e, principalmente, pelo WhatsApp, advogados e a Polícia Civil têm alertado e orientado a população para os cuidados ao fazer qualquer transação bancária.

O coordenador criminal da Comissão de Direitos e Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Espírito Santo (OAB-ES), Hugo Miguel Nunes, revelou que a entidade tem feito várias reuniões com autoridades policiais, buscando uma resposta mais ágil e efetiva para tentar minimizar e evitar os danos causados a sociedade e também a advocacia.

“A conclusão desse trabalho é, principalmente, a orientação da população e dos profissionais alvos desses golpes. Observamos que quanto mais divulgamos as orientações, há menos vítimas”.

Umas dicas de proteção, segundo ele, é nunca fornecer informações pessoais ou financeiras sem verificar a identidade da pessoa ou do escritório de advocacia. “Contate diretamente o escritório de advocacia para confirmar a veracidade das informações.”

Ele também orienta que as pessoas sejam céticas em relação a documentos enviados via WhatsApp. “Verifique a autenticidade dos documentos junto a órgãos oficiais ou advogados de confiança. Golpistas geralmente usam táticas de pressão, como prazos curtos e ameaças de consequências legais”.

Outra dica de Nunes é que as pessoas levem o tempo necessário para verificar todas as informações antes de tomar qualquer ação.

“Use canais oficiais, como o site do Tribunal de Justiça ou da OAB, para verificar a existência de processos judiciais. Além disso, mantenha seu dispositivo com antivírus e atualizações de segurança. Se suspeitar de golpe, denuncie às autoridades e procure orientação jurídica”.

SAIBA MAIS

Como agem os golpistas

Por mensagens via WhatsApp enviados a clientes, estelionatários estão se passando por advogados ou por integrantes de escritórios de advocacia.

Eles usam imagens e dados pessoais da vítima, do processo e do advogado para que o perfil pareça com o verdadeiro.

No texto enviado, os criminosos informam a expedição de supostas decisões ou de precatório ou RPVs (Requisição de Pequeno Valor). Como os clientes realmente têm ações em curso e estão na expectativa de recebimentos de atrasados ou outros benefícios previdenciários, a conversa segue.

A partir daí, eles criam um pretexto para que o cliente tenha que pagar valores para a liberação do crédito. Entre os casos, dizem ser necessária a realização de depósito bancário relativo a supostas certidões negativas ou custas processuais, ou até mesmo para a realização de perícias.

Assim, induzem as pessoas a realizarem depósitos indevidos.

Cuidados

Ao receber qualquer mensagem com pedido de pagamento, o cliente deve ligar para o contato que ele possui do advogado, seja o do escritório ou do celular, ou envie o e-mail para perguntar se mandaram alguma mensagem.

Caso tenha sido vítima do golpe, ou apenas recebeu mensagem desse tipo e verificou com seu advogado que se tratava de uma fraude, deve registrar a ocorrência em uma delegacia.

Não transfira valores solicitados. Não há taxas quando se trata do efetivo pagamento do precatório.

Fonte: especialistas consultados.

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