Antibióticos e analgésicos em falta nas farmácias capixabas
A maior falta se reflete em antibióticos do componente básico e medicamentos para transtornos respiratórios do componente básico
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Quem foi à farmácia nos últimos meses pode ter percebido a falta de medicamentos, a exemplo de antibióticos e analgésicos.
Pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) apontou que o desabastecimento de medicamentos nas farmácias se tornou uma realidade ocasionada por questões de políticas internacionais e dificuldade com importação de insumos, por motivos de lockdown na China, devido à pandemia, e guerra na Ucrânia, por exemplo.
A pesquisa “Desabastecimento de Medicamentos” da CNM, feita em agosto deste ano com dados de mais da metade (57%) das cidades do Brasil, aponta que 65% desses municípios sofrem com falta de medicamentos.
A maior falta se reflete em antibióticos do componente básico e medicamentos para transtornos respiratórios do componente básico. Há ainda falta de anti-hipertensivos.
Farmacêutico e membro do Grupo Técnico de Trabalho em Farmácia do Conselho Regional de Farmácia do Espírito Santo, Silvio Louzada ressalta que no Estado a falta é pontual, de alguns medicamentos como amoxicilina + clavulanato suspensão, usado, geralmente, no tratamento de infecção pulmonar, impactando mais as crianças.
“Nosso pedido é para que os médicos deem mais de uma opção de antibióticos, porque ficamos impedidos legalmente de trocar medicamentos”.
Na farmácia Farmes, em São Geraldo II, Cariacica, o gerente Jasse Xavier sentiu a falta de medicamentos, como antibióticos.
“Antes tínhamos o costume de pedir de 40 a 60 caixas, agora só conseguimos pedir seis, que é o tanto que a distribuidora disponibiliza para cada CNPJ”, afirmou.
A farmacêutica Ludhielle Oliveira, da Rede Inova Droganossa, na Ilha de Santa Maria, em Vitória, também confirma a falta de antibióticos e analgésicos. Um desses medicamentos, segundo ela, é a dipirona em xarope, tanto de marca quanto o genérico.
“A amoxicilina 400 miligramas também está em falta e durante três meses também tivemos falta de azitromicina. Na falta, pedimos que o cliente volte ao médico e troque a receita, mas já tivemos casos de o médico indicar quatro tipos de antibióticos, mas não termos nenhum tipo”, afirma.
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SAIBA MAIS
Pandemia e guerra entre causas
Pesquisa
Pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), em agosto, mostra que há um desabastecimento de medicamentos nas farmácias do País.
Foram contatados 3.178 municípios do Brasil, o que equivale a 57,1% . O maior número de respostas foi dos municípios da região Sul, seguido das regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
Em 65,2% dos municípios respondentes, o que equivale a 2.071, ocorre falta de medicamentos básicos.
Medicamentos
A maior falta se reflete em antibióticos do componente básico e medicamentos para transtornos respiratórios do componente básico.
Também faltam medicamentos para o sistema nervoso do componente básico, medicamentos para o sistema nervoso do componente especializado, anti-hipertensivos do componente básico e medicamentos para controle do diabetes do componente básico.
Motivo
Segundo a pesquisa, alguns dos motivos para o desabastecimento são questões de políticas internacionais e dificuldade com importação de insumos, por motivos de lockdown na China, devido à pandemia, e guerra na Ucrânia, por exemplo.
Estado
No Espírito Santo, segundo o Conselho Regional de Farmácia do Estado (CRF-ES) a falta de medicamento é pontual, com impacto em alguns tipos, como:
Amoxicilina + clavulanato de suspensão: usado, geralmente, em crianças, com pneumonia.
Kóide D: usado para tosse alérgica.
Ritalina LA: para tratamento de déficit de atenção.
Atensina: usado para regulação da pressão arterial.
Clenil HFA nasal: broncodilatador.
Dipirona xarope: alívio da dor e febre.
Fonte: Confederação Nacional dos Municípios e Conselho Regional de Farmácia do Estado.
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