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Cidades

Alerta nas praias: destruição de vegetação preocupa ambientalistas

Eles destacam que tem sido comum, no litoral do Estado, ver pessoas jogando lixo, abrindo trilhas e estacionando carros sobre a restinga


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Imagem ilustrativa da imagem Alerta nas praias: destruição de vegetação preocupa ambientalistas
João Pedro destaca que preocupação cresce durante o verão e o Carnaval, quando movimento nas praias é maior | Foto: Fábio Nunes/AT

Lar de várias espécies de seres vivos e importante como “barreira” que impede o avanço do mar e da erosão, a restinga no litoral do Estado tem sido motivo de preocupação para ambientalistas.

O doutorando em fisiologia vegetal pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), João Pedro Zanardo destacou que a preocupação cresce nessa época de verão e Carnaval, quando as praias estão mais cheias.

“Infelizmente, muitas pessoas tratam esse ecossistema como se fosse um mato que cresce na praia. Por isso, é comum vermos lixo sendo jogado, pessoas cortando caminho no meio da restinga, abrindo trilhas, pisoteando e até mesmo estacionando o carro em cima da vegetação”.

Ele apontou ainda que, ao longo do tempo, as cidades em volta das praias têm crescido e, com isso, a degradação desses ecossistema.

“Quando retiramos uma vegetação de um local, passamos a ter problemas que não tínhamos antes. Por exemplo, está cada vez mais comum casos de engordamento de praias devido ao avanço do mar. Além disso, é comum a gente observar a presença de animais como ratos nos calçadões”.

O professor de Biologia e conselheiro suplente do Conselho Regional de Biologia (CRBIO-10), Danilo Camargo Santos, salientou que entre os perigos associados à restinga está a abertura de pequenas trilhas dentro da vegetação.

“Também a realização de eventos próximos ou dentro da área da restinga, como churrascos, pisoteio e estacionamento de veículos na faixa da vegetação. O descarte de resíduos, restos de comidas e bebidas na vegetação também levam a riscos”.

Em Guarapari, a exploração imobiliária, aliada à ausência de demarcação e cercas para impedir o acesso de veículos, além do desmatamento, são apontadas por especialistas como as principais razões para o avanço da devastação das restingas, ecossistemas essenciais para a natureza.

Entre as áreas de atenção, o biólogo e analista ambiental Thiago Teixeira aponta as Três Praias e a região de Guaibura. “Em Guarapari, há casos de construções de casas e grandes condomínios sobre a areia da praia”.

Segundo ele, atualmente o Estado tem menos de 10% da vegetação nativa no entorno das praias.

Thiago destaca ainda a necessidade de uma ação concreta do poder público para evitar que essas áreas sejam devastadas, incluindo o fortalecimento da fiscalização e o aumento da conscientização da população.

Imagem ilustrativa da imagem Alerta nas praias: destruição de vegetação preocupa ambientalistas
Thiago Teixeira: preocupação com avanço imobiliário sobre as praias | Foto: Pedro Henrique Oliveira

Alta extensão

Regiões costeiras

Imagem ilustrativa da imagem Alerta nas praias: destruição de vegetação preocupa ambientalistas
Danilo Camargo Santos, professor de Biologia e conselheiro suplente do CRBIO-10

“As pessoas acham que a restinga é apenas aquela vegetação baixa presente na faixa de areia de praias.

Mas, na verdade, se houver condições favoráveis, a restinga pode ocupar regiões próximas da praia, às vezes com alguns quilômetros de extensão para dentro do continente. Ou seja, a restinga é uma vegetação típica de regiões costeiras associada à Mata Atlântica, ocupando áreas com solo arenoso”.

Prefeituras anunciam medidas para recuperar áreas

Nas épocas de maior movimento nas praias, prefeituras anunciam medidas para recuperação e fiscalização da vegetação nativa.

O secretário municipal de Meio Ambiente de Vitória, Tarcísio Foeger, afirmou que a capital tem hoje ações para recuperação e manutenção da restinga. “Existe um programa municipal — o Vix Flora — que tem o desafio de plantar uma muda de espécie nativa por cada habitante. Com isso, a gente vem recuperando toda a restinga da orla de Camburi. Fizemos a recuperação da restinga da Curva da Jurema, Guarderia e do Iate Clube, além da Ilha do Frade”.

Ele citou ainda o início da recuperação na Ilha do Boi. “Temos também ações de educação ambiental e de fiscalização”.

A Prefeitura de Vila Velha informou que também vem realizando um trabalho intensivo de recuperação e manutenção das áreas de restinga ao longo de toda a orla.

Há planos de recuperação de áreas degradadas em andamento na Praia de Itapuã, Praia de Itaparica, Parque Natural Municipal de Jacarenema, Barra do Jucu e Nova Ponta da Fruta.

A Secretaria de Meio Ambiente informou que, durante o verão, intensifica as ações de fiscalização e educação ambiental nas praias.

Já a Prefeitura de Guarapari informou que realizou, na tarde de ontem, uma reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente, para definir ações de proteção ambiental. Entre os temas discutidos está a implantação de um projeto para a preservação da vegetação nativa das praias. As medidas serão divulgadas em breve.

SAIBA MAIS

Restinga

É um ecossistema associado ao domínio da mata atlântica, que é um dos biomas mais ameaçados do País.

Ela está presente nas faixas litorâneas do Brasil e apresenta uma configuração de vegetação única, que é bem adaptada a fatores que normalmente dificultam o desenvolvimento de plantas, como altas temperaturas, solo permeável e pobre em nutrientes.

Importância

Segundo especialistas, a restinga desenvolve um papel importante nos ciclos naturais de diversas espécies de animais e plantas, apresentando uma grande biodiversidade de espécies.

Além disso, em ambientes urbanos ainda cumpre o papel na fixação do solo, impedindo o avanço do mar.

Por se tratar de uma área natural na cidade, desenvolve ainda funções como ser lar de animais que se alimentam de insetos, reduzindo a disseminação de doenças e também a temperatura do ambiente em que estão.

Principais ações que causam danos

1. Abertura de pequenas trilhas dentro da vegetação.

2. Realização de eventos diversos próximos ou dentro da área da restinga, como churrascos.

3. Pisoteio e estacionamento de veículos dentro da faixa da vegetação.

4. Descarte de resíduos sólidos, restos de comidas e bebidas na vegetação.

5. Retirada de areia da região litorânea.

6. Construções próximas ao litoral e especulação imobiliária.

Impactos

Especialistas apontam que a degradação da restinga está relacionada com o avanço do mar, sendo necessário, em muitos locais, o engordamento de praias.

Também tem sido visto, em alguns locais, o aparecimento de animais, como ratos, nos calçadões. Eles seriam menos comuns em ambientes preservados, pois seriam devorados por animais nativos da restinga.

Além disso, a diminuição da restinga pode comprometer a estabilização da faixa de areia. Ou seja, eventos de fortes chuvas ou maré alta podem mexer na disponibilidade de areia, como já visto em eventos onde o “mar bravo” invade o calçadão.

A diminuição ou retirada da restinga causa um impacto na fauna local.

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