Acidentes com motos já mataram 434 só este ano
Número representa aumento de 28,8% de vítimas fatais em comparação com mesmo período de 2023, quando foram 337 mortes
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Os números relacionados a acidentes com motos continuam alarmantes no Espírito Santo. Somente entre janeiro e outubro deste ano, 434 pessoas morreram em ocorrências dessa natureza, segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES).
Essa quantidade representa um aumento de 28,8% de vítimas fatais em acidentes com moto em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registradas 337 mortes. “Percebemos também uma maior proporção de jovens perdendo a vida em acidentes de moto, com idades variando de 18 a 35 anos”, frisou o gerente de Fiscalização de Trânsito do Detran-ES, Jederson Lobato.
A principal causa do alto grau de letalidade desse tipo de acidente é a vulnerabilidade de quem anda de moto, como explica o diretor técnico do Hospital Estadual de Urgência e Emergência São Lucas, Alexandre Bittencourt.
“As vítimas de acidentes de moto estão sujeitas a três tipos de trauma. O primeiro é provocado pela colisão. Devido à ausência de proteção na moto, o impacto ocorre direto no paciente. Após a colisão, ele cai no chão, causando um segundo trauma. E ainda corre risco de sofrer um terceiro, que é ser atropelado por outro veículo”.
Segundo Bittencourt, não é possível precisar a quantidade de vítimas de acidentes de moto que dão entrada no hospital, uma vez que esse levantamento não é feito na unidade. No entanto, ele garante que essas são as principais vítimas de acidentes automobilísticos.
“A maioria dos pacientes que dão entrada no hospital é vítima de algum trauma, motivado principalmente por acidente automobilístico. E os acidentes com moto são, de longe, os mais representativos”.
“Os mais graves sofrem traumatismo craniano, especialmente os que usam capacete de maneira indevida, além de lesões na coluna, que podem resultar na perda de movimentos”, completou.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), 8.154 pessoas foram internadas entre janeiro e agosto deste ano, vítimas de acidentes de trânsito – envolvendo ou não motos. Isso representou ao Estado um gasto superior a R$ 12 milhões.
O chefe do Setor de Comunicação do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), capitão Anthony Moraes Costa, ressalta que a imprudência é a principal causa dos acidentes com motos. “Não é incomum flagrarmos pilotos de moto desobedecendo regras básicas de segurança e circulação”.
Vulnerabilidade
Perdeu a esposa
O aposentado Santos Ribeiro Corrêa, 61, perdeu a esposa e também parte do movimento do braço direito após se envolver em um acidente com um caminhão enquanto dirigia sua moto na Rodovia do Sol, em Vila Velha, em agosto de 2013.
Na época, Santos trabalhava como motoboy e levava a esposa para uma entrevista de emprego quando foi surpreendido pelo caminhão em um cruzamento. “A vulnerabilidade para quem anda de moto é muito grande. Até mesmo uma mosca, se entrar no seu olho, pode provocar um acidente grave”, disse.
Raio-X
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