“Achei que tivesse levado um tiro”, diz grávida atingida por pedaço de poste
Acidente ocorreu na Orla de Itaparica, em Vila Velha. Clesiane Viana ficou internada por 11 dias
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Após 11 dias internada depois de ser atingida por um pedaço de poste enquanto passeava pela orla da Praia de Itaparica, em Vila Velha, a empresária Clesiane de Fátima Viana, de 34 anos, grávida de seis meses, voltou para a casa na manhã de quarta-feira (13).
Em recuperação e ainda sem poder andar devido ao afundamento do crânio, Clesiane conversou com a reportagem ao lado do marido, o empresário João Paulo Martinez, 31. Ela contou que quando foi atingida, pensava ser por um tiro.
“Eu achei que tivesse levado um tiro. Por que qual é a probabilidade de cair um pedaço de concreto na sua cabeça? Eu senti uma pressão muito forte na cabeça. Eu não perdi a consciência, só que nos primeiros minutos eu olhava para o João e pensava que havia caído em câmera lenta”, relembrou.
A empresária relatou ainda que não conseguia falar. “Eu não conseguia pedir ajuda. Já no chão, e vendo que estava sangrando, a minha primeira preocupação foi com o bebê e em avisar que faço uso de aspirina, devido ao risco de ter pré-eclâmpsia”.
Segundo Clesiane, foram as pessoas à sua volta que a avisaram de ter sido atingida por um pedaço de poste. “Ali, deitada, eu sentia o sangue quente escorrer pelas minhas costas e percebi a dormência nas pernas. Uma pessoa passou a mão na minha perna e eu disse que não estava conseguindo mexer. Eu sentia o toque, mas não conseguia movimentar”.
No dia do acidente, Clesiane foi atendida no Hospital Estadual de Urgência e Emergência São Lucas e liberada. Ao chegar em casa, ainda sem andar, desmaiou e foi levada para um hospital particular, onde foi feita uma tomografia que identificou um afundamento do crânio. “Quando vi o exame me bateu o desespero. Tive medo de não voltar a andar”.
A empresária precisou passar por uma cirurgia na cabeça, no dia seguinte ao acidente, para remover os fragmentos de ossos no cérebro. “Os dias de UTI foram complicados. Quando acordei da cirurgia, estava sozinha e o neném não estava mexendo. Eu fiquei desesperada. Também achei que após a cirurgia iria mexer minhas pernas, mas, infelizmente, não foi o que aconteceu”.
Clesiane terá de se submeter a várias sessões de fisioterapia para voltar a andar e, após o nascimento de Henrique, terá de passar por uma cirurgia para colocar uma placa no crânio.
"Meu objetivo é minha reabilitação"
Serena e otimista. Era assim que estava a empresária Clesiane de Fátima Viana, de 34 anos, grávida de seis meses de Henrique, após receber alta depois de ter sido atingida por um pedaço de concreto que se desprendeu de um poste na orla da Praia de Itaparica e atingiu sua cabeça, no último dia 3 de dezembro.
A Tribuna - Qual o sentimento após receber alta?
Clesiane Viana - "Foi a melhor coisa. Estava igual criança quando anda de carro pela primeira vez. Eu vim chorando e agradecendo à equipe do hospital. Foram dias complicados. Poder vir para casa, deitar na minha cama, sentar no meu sofá, comer a minha comida, é o melhor sentimento do mundo."
- Como foram os dias no hospital?
"Foram dias complicados, principalmente nos dias de UTI. Quando acordei da cirurgia, depois de ter tomado anestesia geral, não senti o bebê e me desesperei. Chorei muito. Foi horrível!"
- Em relação à sua saúde, vai precisar de novas cirurgias?
"Vou precisar de fisioterapia para reaprender a andar. Meu cérebro esqueceu como faz os movimentos. Já consegui algumas vitórias, como ficar em pé sozinha. Tenho de fazer uma cirurgia de reconstrução do crânio, mas isso depois de ter o bebê."
- Quais os sonhos que está planejando agora?
"Meu objetivo é minha reabilitação, para eu voltar com os meus movimentos para eu poder cuidar do meu pequeno quando ele vier ao mundo. Quero muito estar bem para o nascimento dele."
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