183 pinguins-de-magalhães encalham no Espírito Santo
Os animais foram encontrados entre julho e setembro deste ano. Deste total, 141 foram localizados mortos e 12 estão em tratamento

O litoral do Espírito Santo já soma 183 encalhes de pinguins-de-magalhães, de julho a setembro deste ano, número superior ao registrado em 2024.
Do total, 141 animais foram encontrados mortos, enquanto apenas 12 seguem em tratamento. Os outros estavam com vida, mas não sobreviveram.
A maior concentração dos casos ocorreu em Anchieta, Guarapari e Regência, em Linhares. Cada município com mais de 20 registros.
Nativos da Patagônia, esses pinguins costumam aparecer na costa brasileira nesta época do ano em busca de águas mais quentes. Apesar do alto número de registros, o total ainda está longe do recorde registrado em 2012 no Estado, com mais de 400 casos.
Segundo o presidente do Instituto de Pesquisa e Reabilitação Marinha (Ipram), Luis Felipe Mayorga, o cenário atual, no entanto, tem se mostrado mais grave.
“Os pinguins têm chegado com muitas infecções respiratórias e isso tem diminuído muito a taxa de sobrevivência. Eles vão a óbito nos primeiros dois dias, no máximo. Os que sobrevivem precisam de um tratamento intenso desde o início, com nebulização, antibióticos, aquecimento e acompanhamento em internação”, explica.
Ele ainda ressalta que a situação tem mudado nos últimos anos e que os animais chegam cada vez mais frágeis. “Antigamente, bastava repor a energia com alimentação, hoje não. Eles chegam em condições muito debilitadas, e é por isso que sempre orientamos a população a não colocar no gelo nem molhar o animal, porque eles encalham já com frio”, afirma.
Após o resgate, os animais passam por uma fase de recuperação que pode durar semanas em ambiente seco e aquecido. Só quando readquirem a capacidade de termorregulação e voltam a engordar, são encaminhados para piscinas, onde começam a nadar novamente. Até lá, permanecem sob cuidados de veterinários e biólogos.
No Espírito Santo, os resgates são realizados por três instituições: o Projeto Tamar, em São Mateus, Linhares e Grande Vitória; o Ipram, em Conceição da Barra, Fundão, Aracruz e Serra; e o Instituto de Pesquisa e Conservação Marinha, responsável pelo litoral Sul.
A orientação é para que banhistas não toquem nos animais e entrem em contato pelos telefones: 0800 991 4800 e (27) 99970-2576.
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