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Cidades

150 anos da imigração: uma viagem pela cultura italiana

Berço da imigração italiana no Brasil, o Estado festejou os 150 anos da chegada do navio La Sofia com um cortejo marítimo


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Imagem ilustrativa da imagem 150 anos da imigração: uma viagem pela cultura italiana
Chegada do La Sofia, navio que trouxe os primeiros imigrantes italianos, foi encenada por descendentes |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

Capixabas de todo o Estado fizeram no sábado (17) uma viagem no tempo para honrar a memória e a história de antepassados que, há 150 anos, deram início à imigração italiana no Brasil. O dia de festa emocionou os descendentes, resgatou tradições e reafirmou o papel do Espírito Santo neste evento histórico que mudou o País.

O Espírito Santo é considerado o berço da imigração italiana no Brasil, visto que, em 17 de fevereiro de 1874, o navio La Sofia atracou no Porto de Vitória, trazendo 388 pessoas do país europeu. Foi quando se deu início à imigração em massa de italianos para o País.

As comemorações do marco histórico tiveram cortejo marítimo até o centro de Vitória, com encenação da chegada dos primeiros italianos, além de uma missa na Catedral Metropolitana de Vitória e programação cultural, com grupos de dança típicas e o tombo da polenta.

O governador Renato Casagrande, que é descendente de italianos, se disse emocionado com a comemoração e falou sobre a importância de valorizar a memória dos imigrantes que escolheram o Brasil para construir a vida.

“Há 150 anos, os primeiros italianos a chegarem ao Brasil entraram por Vitória, trazendo sonhos e em busca de uma nova vida. Quando chegaram, encontraram um País a ser desbravado. Precisamos fazer uma viagem ao passado e dar importância a este momento. Os italianos e todos os outros imigrantes, que vieram forçados ou escolheram vir, construíram o Brasil”, disse Casagrande.

A contribuição italiana para a formação do povo capixaba se revela nos costumes, na música, na cultura e na economia, destaca a presidente da Associação Federativa Comunità Italiana do Espírito Santo, Rosa Maioli. Emocionada, ela fala sobre o quão simbólico é participar da encenação da chegada dos primeiros italianos.

“Tudo o que fazemos aqui, hoje, é para relembrar a história dos nossos antepassados, há 150 anos. Devemos muito a todos os imigrantes italianos. Sabemos, em nosso coração, que naquelas famílias que vieram para cá, há alguém que é parente nosso. É muita emoção poder viver este momento”.

VALORIZAÇÃO CULTURAL

Emoção em grupo

Imagem ilustrativa da imagem 150 anos da imigração: uma viagem pela cultura italiana
Gruppo di Ballo Fiori da Villa Italiana de Pendanga, em Ibiraçu |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

O Gruppo di Ballo Fiori da Villa Italiana de Pendanga, em Ibiraçu, marcou presença na comemoração dos 150 anos da imigração italiana no Espírito Santo-Brasil. A princesa do grupo, Larissa Sfalsin, 18, se emocionou ao falar sobre a honra de relembrar a história dos antepassados.

“Por ser descendente de italiana, estar aqui é uma gratificação muito grande. Meu avô está aqui hoje, e, então, é um momento muito emocionante e importante para mim e para toda a minha família”.

Momento histórico entre mãe e filha

Imagem ilustrativa da imagem 150 anos da imigração: uma viagem pela cultura italiana
|  Foto: Kadidja Fernandes/AT

Transmitir as tradições culturais e contar a história dos antepassados para a filha, Cecília, de 6 anos, é algo que a jornalista Maria Luiza Damiani, 35, valoriza muito. Ela contou sobre a emoção de viver a encenação da chegada dos primeiros italianos com a filha.

“A valorização do nosso passado e o reconhecimento da nossa cultura, que, hoje, já faz parte do povo capixaba, é algo muito significativo. Cresci com tradições muito fortes e, hoje, trazer para a Cecília é permitir que ela vivencie tudo isso e que saiba das próprias origens”.

Tradição atravessando gerações

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Marta Milanesi e a neta Lavínia em encenação |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

A aposentada Marta Milanesi, 66 anos, levou a neta Lavínia Bonella Milanesi, 6, para fazer a encenação da chegada do navio La Sofia em Vitória. A moradora de Alfredo Chaves se emocionou ao falar da gratidão em viver esse momento histórico.

“Ao lembrar de tantas histórias sofridas dos meus antepassados que vieram ao Brasil, me emociono muito. Meu avô veio com 15 anos. Hoje posso homenageá-lo com essa encenação juntamente a minha neta, Lavínia. Me seguro para não vir às lágrimas”.

De “médico” a membro do coral

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Célio Perini |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

Curador do museu Casa Lambert, em Santa Teresa, Célio Perini, viveu uma “dupla correria”. Ele participou do cortejo marítimo, lembrando a chegada dos imigrantes. Depois, trocou a roupa pelas vestes de coral e cantou na missa da Catedral.

“Vim de médico representando o Pio Limana, que veio no La Sofia. Aí, troquei de roupa para cantar no coral. O maestro Inárley Carletti falou que ia deixar meu lugar reservado. Foi maravilhoso!”

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