Já falta vacina contra dengue nas clínicas particulares
Laboratório Takeda cancelou fornecimento de novas doses para as clínicas do Brasil para atender apenas à demanda do SUS
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Com o aumento dos casos de dengue no Estado, sendo que 19.088 foram notificados em 2024 até o momento, a procura em clínicas particulares pela vacina contra a doença tem crescido.
Só que há um fato desanimador: de acordo com os estabelecimentos consultados por A Tribuna, o estoque está esgotado. O problema, segundo Euzanete Maria Coser, infectologista pediátrica da CVP Vacinas, é uma questão de oferta do fabricante da Qdenga.
“Na semana passada, o laboratório Takeda cancelou o fornecimento de novas doses para as clínicas do Brasil. Nós, no momento, não temos mais vacinas para atender novos pacientes”.
Esse cancelamento de fornecimento se deu para que haja uma prioridade de atendimento ao Ministério da Saúde, que iniciará uma campanha de vacinação para a faixa etária de 10 a 11 anos.
“O laboratório está dizendo que só vai ter novo lote de vacina daqui a seis meses, mas pode ser que, com alguma reavaliação dentro dos estoques das distribuidoras, eles voltem a fornecer algum quantitativo para as clínicas”, completou Euzanete.
A profissional também ressaltou que quem já tomou a primeira dose não será prejudicado e poderá completar o esquema vacinal.
A mesma situação ocorre com as clínicas Burian Vacinas e Bee Vacinas.
“Estamos organizados nesse sentido. O laboratório Takeda nos fornecerá a compra da segunda dose para os clientes cadastrados que já fizeram a primeira dose conosco. Eles completarão o esquema”, comentou Leonardo Pereira Gobbo, enfermeiro responsável técnico da Bee Vacinas.
Oferta pelo SUS no Estado é adiada para mês que vem
Vacinação adiada! As doses da vacina Qdenga não chegarão ao Estado neste mês, como havia sido anunciado anteriormente.
De acordo com o Ministério da Saúde, a previsão é que todos os 521 municípios que fazem parte do esquema vacinal contra a doença, sendo 20 deles do Espírito Santo, recebam doses para a vacinação até a primeira quinzena de março.
Um lote inicial, com 712 mil doses, já foi distribuído contemplando 315 municípios no País. O Estado, porém, não foi incluído nessa primeira fase.
Por nota, o órgão ressaltou que “está trabalhando ininterruptamente para garantir a entrega das vacinas contra a dengue o mais breve possível”.
O público-alvo são crianças e pré-adolescentes de 10 a 14 anos. De acordo com o Ministério da Saúde, é a faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue, depois de pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A imunização terá início pelas crianças de 10 a 11 anos e irá avançar a faixa etária progressivamente, assim que novos lotes forem entregues. Ao longo do ano, serão recebidas 6,5 milhões de doses, garantindo a vacinação dos pequenos nos municípios selecionados.
Até agora são 19.088 casos no Estado
Casos de dengue por semana epidemiológica
Semana 1 (31 de dez. a 6 de jan.)- 1.354
Semana 2 (7 de jan. a 13 de jan.)- 1.873
Semana 3 (14 de jan a 20 de jan)- 2.466
Semana 4 (21 de jan a 27 de jan)- 2.995
Semana 5 (28 de jan a 3 de fev)- 4.332
Semana 6 (4 de fev a 10 de fev)- 6.068
A dengue
É uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti que tem como sintomas febre mais alta, dor muscular intensa, dor de cabeça e pode apresentar dor articular.
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à enfermidade, no entanto, pessoas mais velhas e as que possuem doenças crônicas, como a hipertensão arterial, têm um risco maior de evoluir para casos graves que podem levar à morte.
Prevenção: Além de se vacinar, é importante eliminar os focos do mosquito nas residências. A população também deve reforçar o uso de repelentes.
Vacina
A Qdenga é uma vacina produzida por uma farmacêutica japonesa, a Takeda, e é disponibilizada em clínicas particulares do Brasil desde o ano passado.
São duas doses, e o intervalo entre a aplicação delas deve ser de três meses.
Em 21 de dezembro de 2023 a vacina contra dengue foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Com isso, o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público de saúde.
Nos laboratórios particulares, o preço de cada dose varia entre R$ 420 e R$ 460.
Neles, pessoas de 4 a 60 anos conseguem receber o imunizante. Para isso, elas podem levar indicação médica ou se consultar em triagem com os profissionais dos próprios estabelecimentos.
Pelo SUS, porém, o público inicial será composto por crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
Segundo o Ministério da Saúde, essa faixa etária concentra o maior número de hospitalizações por dengue, depois de pessoas idosas - grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Falta de vacina
Na segunda-feira passada, dia 5, o laboratório Takeda emitiu um comunicado para informar a decisão de priorizar o atendimento aos pedidos do Ministério da Saúde no fornecimento dos imunizantes.
O fornecimento da vacina na rede privada será feito apenas para suprir o quantitativo necessário para que as pessoas que tomaram a primeira dose do imunizante completem o esquema vacinal com a segunda dose.
Clínicas como Burian Vacinas, Bee Vacinas e CVP Vacinas informaram que não têm mais estoque voltado para novos clientes.
Fonte: Secretaria de Estado da Saúde, Ministério da Saúde e pesquisa AT.
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