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Brasil

Tentativa de empréstimo com "tio morto": dinheiro seria usado para TV e reforma

É o que alega Érika de Souza Vieira Nunes, presa por suspeita de levar o idoso já morto para sacar R$ 17 mil em um banco no Rio


Imagem ilustrativa da imagem Tentativa de empréstimo com "tio morto": dinheiro seria usado para TV e reforma
Érika, responsável por cuidar do “tio Paulo”, levou o idoso de 68 anos ao banco na tentativa de liberar empréstimo |  Foto: Reprodução de vídeo

Suspeita de levar o tio já morto para sacar empréstimo em um banco, Érika de Souza Vieira Nunes, de 43 anos, afirmou a policiais que o idoso, Paulo Roberto Braga, de 68 anos, queria o dinheiro para comprar uma televisão e reformar a casa na qual morava em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Ela foi presa em flagrante terça-feira (16) por suspeita de levar o idoso já morto para sacar R$ 17 mil na agência bancária, mas nega o crime.

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No primeiro depoimento, ela afirmou que há cerca de uma semana seu tio passou mal e foi levado à UPA de Bangu, na qual ficou internado por cinco dias com pneumonia. A Fundação Saúde, que faz a gestão da UPA, confirmou a versão.

Érika disse que o idoso ficou sob seus cuidados após ser liberado pelos médicos. Ao receber alta, Paulo teria dito a ela que havia solicitado o empréstimo de R$ 17 mil, que teria sido feito a uma empresa no dia 25 de março.

“O empréstimo não foi realizado pelo banco e sim por uma empresa. Para sacar o dinheiro ele precisava ir até o banco e assinar”, disse o delegado Fábio Souza. Ele não explicou qual era a empresa.

Há relatos de que Érika teria passado em outro shopping antes de ir para o local da agência, que fica em outro shopping.

Lá, teria inicialmente pegado a cadeira de rodas e tentado comprar um celular, além de sacar dinheiro em outro banco. Depois, teria chamado um carro de aplicativo e levado a cadeira de rodas. A polícia apura se essa sequência de fato aconteceu.

Imagens de câmeras de segurança mostram Érika no estacionamento do Shopping Bangu, onde aconteceu o caso. O vídeo mostra ela descendo do carro de aplicativo e colocando o tio na cadeira de rodas, com a ajuda do motorista.

Laudo de exame de necropsia, produzido pelo IML, concluiu que Paulo Roberto Braga, de 68 anos, morreu entre 11h30 e 14h30 de terça-feira — às 15h, o Samu confirmou o óbito. A causa da morte, segundo o documento, foi broncoaspiração do conteúdo estomacal e falência cardíaca.

A conclusão do perito que assinou o documento é de que “não há elementos seguros para afirmar, do ponto de vista técnico e científico, se Paulo Roberto morreu no trajeto ou no interior da agência bancária, ou se foi levado já cadáver à agência bancária”.

Transportar cadáver é crime, dizem especialistas

O transporte de um morto com a finalidade de cometer uma ato criminoso caracteriza o crime de vilipêndio de cadáver, segundo especialistas. O crime está no artigo 212 do Código Penal e a pena é de um a três anos de detenção e multa.

O advogado Marlilson Sueiro destaca que, no caso de Érika de Souza Vieira Nunes, que levou Paulo Roberto Braga morto ao banco, no Rio de Janeiro, poderão ser analisados outros crimes.

“O vilipêndio de cadáver é ultrajar, sem o devido respeito. E, em tese, poderá ser analisado se houve a tentativa de estelionato, mesmo que não houve a entrega de nenhum valor a ela”, afirma.

Os profissionais aptos a atestar uma morte são o médico, vinculado ou não ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO), ou o perito médico-legal, no caso das mortes violentas, destaca o advogado criminalista Matheus Sardinha da Motta.

“Não é preciso que o agente queira tomar para si o cadáver. Portanto, a depender das circunstâncias do caso, o transporte poderá caracterizar o crime previsto no artigo 211 do Código Penal (subtração de cadáver). A pena prevista é de reclusão de um a três anos, e multa”, afirma Matheus.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) o SVO é referência estadual na realização de necropsias com a finalidade de esclarecimento de óbitos por causa natural não elucidada, óbitos sem assistência médica ou com assistência médica onde a causa da morte não foi definida.

São consideradas situações de morte natural: morte súbita, óbitos domiciliares sem assistência médica e não suspeito de causa externa/violenta e óbitos em serviços de saúde sem causa conhecida.

A Sesa ressalta ainda que o recebimento de cadáveres no SVO é feito somente por veículos autorizados para a realização de transporte de cadáveres (carros de funerária e/ou rabecão).

Por nota, a Polícia Civil explicou que o transporte de corpos pelo Departamento Médico Legal (DML) é providenciado só em locais onde ocorreram mortes violentas, suspeita de violência, ou quando os corpos estão em avançado estado de decomposição.

Caso ganhou destaque na imprensa internacional

O caso da mulher que levou um cadáver em uma cadeira de rodas para tentar sacar um empréstimo de R$ 17 mil no banco no Rio de Janeiro repercutiu na imprensa internacional nesta quarta-feira (17).

A notícia foi dos nossos vizinhos Argentina ao Reino Unido, chegando até a Austrália.

O jornal argentino Clarín destacou o caráter grotesco do caso: “Horror: levou seu tio morto ao banco e tentou sacar um empréstimo”. O tabloide britânico “The Guardian” destacou que Érika sabia que o idoso estava morto no momento que tentava pegar o empréstimo e descreveu o crime como “chocante”.

O jornal americano TMZ ironizou o caso: “Mulher brasileira leva o tio morto ao banco.... 'Ei, podemos pegar um empréstimo?'”.

“O vídeo é extremamente sinistro... enquanto ela tenta forçá-lo a assinar documentos com sua mão inerte”, escreveu o TMZ.

O jornal americano New York Post chamou Érika de “descarada” e publicou o texto na seção “Estranho mas verdade”.

O caso chegou até a Austrália. O jornal “PerthNow” chegou a deixar a notícia do idoso morto na manchete principal da página inicial do site durante algumas horas.

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