Quem é Kongjian Yu, renomado arquiteto chinês morto em acidente aéreo no Pantanal
Em seus projetos, parques e áreas verdes funcionam como esponjas, absorvendo o excesso de chuva e reduzindo enchentes

O arquiteto chinês Kongjian Yu, reconhecido mundialmente pelo conceito das “cidades-esponja”, está entre as vítimas do acidente aéreo que ocorreu na terça-feira, 23, no Pantanal de Mato Grosso do Sul.
Sua proposta explicava como era possível ajudar a combater as enchentes. “Conviver com a água em vez de combatê-la. Em seus projetos, parques e áreas verdes funcionam como esponjas, absorvendo o excesso de chuva e reduzindo enchentes. O conceito já é referência para mais de 250 cidades no mundo e virou política nacional na China”, conforme destacou o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU).
Segundo o instituto, Yu acumulou mais de 20 livros publicados e mais de 300 artigos científicos. “Seu trabalho recebeu prêmios internacionais, como o IFLA Sir Geoffrey Jellicoe Award (2020), o Cooper Hewitt National Design Award (2023) e o RAIC International Prize (2025)“, disse.
Também era editor-chefe da Landscape Architecture Frontiers e possuia doutorados honorários de universidades na Itália e na Noruega.
Conforme o CAU, depois de passar pela Bienal do Livro de São Paulo, ele viajou para o Pantanal para fazer gravações sobre seu trabalho com um grupo de cineastas, no sábado,20, e voltaria nesta terça-feira a Campo Grande.
Ele também esteve na Conferência Internacional CAU 2025, de 4 a 6 de setembro, em Brasília.
Em visita ao Rio de Janeiro, Yu sugeriu, inclusive, intervenções na Avenida Francisco Bicalho para devolver espaço aos rios e mitigar alagamentos, proposta que chamou atenção da imprensa e de especialistas brasileiros, de acordo com o instituto.
De acordo com publicação da Fapesp, em seus premiados projetos em cidades na China e em outros países, o renomado arquiteto “adotava a natureza e a metodologia conhecida como soluções baseadas na natureza para absorver, limpar e usar as águas fluviais e pluviais – em vez de expulsá-las com pressa das áreas urbanas com canalizações."
Graduado na Universidade Florestal de Beijing e doutor pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, ele afirmava que era necessário adaptar-se à água, não confrontá-la, inspirando-se nos agricultores de sua infância que criavam terraços e lagos nas montanhas, vivendo em harmonia com a água.
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