Chef achado morto na BA fugiu da Espanha após escândalo de R$ 10 milhões
David e Érica da Silva Santos eram donos de um restaurante na região da Ilha do Pau do Macaco
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O chef de cozinha David Peregrina Capó, 53, que foi encontrado morto junto à esposa em Porto Seguro (BA), havia fugido da Espanha por conta de um escândalo de mais de R$ 10 milhões envolvendo "hipotecas fantasmas". As informações são do jornal espanhol El Mundo.
Capó teve problemas com a Justiça da Espanha há mais de dez anos. Segundo o El Mundo, dois mandados de busca e apreensão chegaram a ser emitidos contra o chef de cozinha em 2012. Capó é espanhol, nascido em Maiorca, e fugiu para o Brasil após o caso.
Chef foi condenado por fraude, apropriação indébita e falsificação de documentos. Somadas, as penas ultrapassavam os seis anos. Na época, a Justiça espanhola também expediu mandados de prisão, que acabaram prescrevendo.
Ele foi um dos 28 acusados em escândalo de mais de R$ 10 milhões. Capó participou de um esquema de falsos empréstimos imobiliários no banco Caja Rural, onde trabalhou como diretor de sucursal entre 2003 e 2004. O grupo foi acusado de desviar mais de 2 milhões de euros (cerca de R$ 10,7 milhões, pela cotação atual).
Esquema ficou conhecido como o caso das "hipotecas fantasmas". Jornais de Maiorca apontaram o chef como líder da organização criminosa e, logo depois, levantou-se a suspeita de que ele havia fugido para o Brasil. O julgamento do caso aconteceu apenas em 2012, ainda de acordo com o El Mundo.
Antes de vir ao Brasil, Capó ainda teve mais um trabalho em Maiorca. Após deixar a Caja Rural, o chef trabalhou por um "breve período" no setor de restauração na ilha espanhola, relatou o El Mundo. Logo depois, Capó fugiu para o Brasil, onde construiu uma nova vida e abriu um restaurante junto à esposa, a brasileira Érica da Silva Santos, 38.
AS MORTES
Chef e esposa foram encontrados mortos na última sexta (24). David e Érica da Silva Santos eram donos de um restaurante na região da Ilha do Pau do Macaco, conhecido pela localização privilegiada e pelo acesso exclusivo por embarcação.
Corpos estavam às margens do rio Buranhém, com perfurações por arma de fogo. O caso é investigado pela 1ª Delegacia Territorial de Porto Seguro. À reportagem, a Polícia Civil da Bahia disse que vai apurar as circunstâncias, a autoria e a motivação do crime.
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