Ataque de aluno expõe abandono das escolas, diz sindicato de professores de SP
O Governo do Estado de São Paulo informou que a Polícia Militar foi acionada e que a Civil investiga os fatos
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Após o ataque que resultou na morte de uma professora de 71 anos e mais cinco feridos em uma escola na Vila Sônia, na zona oeste da capital paulista, o sindicato de professores do estado publicou uma nota criticando o que eles chamam de falta de segurança e abandono das escolas.
De acordo com a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), a entidade cobra há anos medidas do governo do estado para a redução da violência no ambiente escolar.
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O ataque aconteceu na escola estadual Thomazia Montoro, na rua Adolfo Melo Júnior, na Vila Sônia, zona oeste da capital. O suspeito tem 13 anos e é aluno do 8º ano do ensino fundamental. Ele foi apreendido pela polícia. Alunos e pais estão na frente da escola, muitos chorando.
As vítimas foram socorridas e levadas para hospitais da região.
Segundo a nota, "faltam funcionários nas escolas, o policiamento no entorno é deficiente e, sobretudo, não existem políticas de prevenção que envolvam a comunidade escolar para a conscientização sobre o problema e busca de soluções".
A Apeoesp critica, ainda, o que eles chamam de abandono de programas voltados para a harmonização do ambiente escolar -como o Programa de Mediação Escolar, criado em 2009 pela Seduc (Secretaria de Educação) a partir de proposta do sindicato. "As consequências fazem sentir no crescimento do número de casos", disse a entidade.
Questionado pela reportagem sobre as afirmações do sindicato, em nota, o Governo do Estado de São Paulo informou que a Polícia Militar foi acionada e que a Civil investiga os fatos. De acordo com o governo, os secretários da Educação, Renato Feder, e de Segurança, Guilherme Derrite, estão na escola para tomar as medidas e prestar apoio aos professores, familiares e alunos.
Disse ainda que lamenta a morte da professora Elisabeth Tenreiro, 71, e se solidariza com as famílias dos professores e alunos vítimas do ataque.
De acordo com o governo, mais informações serão divulgadas em breve.
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OUTROS CASOS
Outros casos de violência dentro do ambiente escolar marcaram o país nos últimos anos.
Em 13 de março de 2019, dois ex-alunos invadiram a escola Raul Brasil, em Suzano, e dispararam em direção a um grupo de alunos e da coordenadora pedagógica Marilena Ferreira Umezu, uma das vítimas.
Policiais chegaram à escola quando os dois atiradores ainda faziam os disparos na direção dos estudantes, que deixavam o prédio desesperados.
Em setembro de 2019, um estudante de 14 anos esfaqueou um professor nas dependências do CEU (Centro Educacional Unificado) Aricanduva, na zona leste. O ataque causou pânico e correria entre alunos e professores.
LEIA NA ÍNTEGRA A NOTA DA APEOESP
"Mais um caso de violência expõe o abandono das escolas estaduais
Mais um caso lamentável e chocante de violência em escola estadual expõe o descaso e o abandono do Estado em relação às unidades da rede estadual de ensino de São Paulo.
Um adolescente invadiu na manhã desta segunda-feira a Escola Estadual Thomazia Montoro, no bairro da Vila Sônia, na capital, e esfaqueou quatro pessoas, causando a morte de uma professora, identificada como Elisabeth Tenreiro, de 71 anos. As outras vítimas, pelas informações disponíveis, não correm risco de morte.
A Apeoesp vem há anos realizando pesquisas sobre a questão da violência nas escolas e cobrando da Secretaria Estadual da Educação e demais órgãos do Governo Estadual providências para a redução da incidência dessas ocorrências. Faltam funcionários nas escolas, o policiamento no entorno das unidades escolares é deficiente e, sobretudo, não existem políticas de prevenção que envolvam a comunidade escolar para a conscientização sobre o problema e a busca de soluções.
O programa de mediação escolar, criado em 2009 pela Secretaria da Educação a partir de proposta da APEOESP -em que professores trabalhavam na solução de conflitos e harmonização do ambiente escolar- foi virtualmente abandonado. As consequências se fazem sentir no crescimento do número de casos.
É necessário que o Governo do Estado ouça a comunidade e, de imediato, que recomponha o quadro de funcionários das escolas estaduais -não com pessoal terceirizado, mas com servidores selecionados por meio de concurso público-- e retome o programa de mediação escolar."
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