Meninas sonham com carreira no futebol
Cada vez mais meninas têm se interessado pelo esporte de forma profissional, incentivadas também pelas escolas
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A Copa do Mundo Feminina de Futebol prova que lugar de mulher é nos gramados e com a bola no pé! Fora das telas, as escolas têm papel fundamental no incentivo ao esporte entre as mulheres. Tanto que meninas feras do futebol nas escolas capixabas já sonham com uma carreira de sucesso.
Os Jogos da Rede, torneio da rede estadual de ensino que começou na última segunda-feira, por exemplo, possui a categoria feminina.
O campeonato é uma oportunidade de ter a possibilidade de pensar o futebol feminino como uma carreira, aponta uma professora.
Com expectativas a mil para disputar os Jogos da Rede, as amigas de time Karolina Krauspenhar, 17, e Evelyn Negrelli, 15, da Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Professor Agenor Roris, em Vila Velha, vislumbram jogar futebol em times nacionais e internacionais.
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Elas contam que, quando novas, costumavam jogar com meninos e, agora, se sentem felizes por compartilhar os momentos e o desenvolvimento em campo com outras meninas.
“Juntas, nós aprendemos a lidar umas com as outras, já que o futebol é um jogo coletivo. Jogar com as meninas é uma sensação melhor porque nos apoiamos e vemos o desenvolvimento de cada uma, além do comportamento em campo ser diferente, mais respeitoso. Fizemos muitas amizades por conta do futebol”, conta Evelyn.
O histórico do futebol ser culturalmente atribuído aos homens afasta as mulheres de pensá-lo como uma profissão, aponta a professora de Educação Física Érika Bernardo.
O trabalho com os times de futebol das meninas, desenvolvido desde 2019 na escola e incentivado pelos Jogos da Rede, é uma das formas de estimular o protagonismo feminino no esporte, opina a professora.
A professora argumenta que a interação entre as amigas de time fortalece o senso de pertencimento, traz benefícios à convivência e demonstra que o futebol é uma possibilidade de carreira para as mulheres.
“Uma mulher pensar o futebol como profissão ainda é diferente de um homem pensar, mas isso tem mudado. Aqui, já temos alunas que pensam o futebol como uma carreira. O futebol é para todo mundo! É importante reforçar isso para elas”.
“Podemos estar onde quisermos”
Ao falar sobre a admiração pelas jogadoras Marta, Cristiane Rozeira e Ary Borges, da Seleção Brasileira de Futebol Feminino, os olhos da estudante Gabriela Pagotto, 17, capitã do time da escola, brilham. Desde nova, a adolescente sonha em construir uma carreira como volante, posição que atua na defesa do time.
“Eu ainda acredito que veem o futebol como coisa de homem. A sociedade é muito machista. Futebol é, sem dúvidas, lugar de mulher! Podemos estar onde quisermos. Eu sonho em construir uma carreira como jogadora”, conta Gabriela.
OPINIÕES
"Uma mulher pensar o futebol como profissão ainda é diferente de um homem pensar, mas isso tem mudado. Aqui, já temos alunas que pensam o futebol como uma carreira”, Érika Bernardo, professora de Educação Física.
"A ideia de que o futebol é para homens é descontextualizada. Já há países em que a atleta tem mais visibilidade. Algumas conseguem até bolsas de estudos em faculdades estrangeiras”, Ramon Alves, profissional de Educação Física.
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