Ideias de professores mudam o ensino e ganham prêmios
Profissionais das redes pública e privada do Estado se destacam por projetos inovadores que visam despertar o interesse dos alunos
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Com boas ideias e determinação para tirá-las do papel, professores das redes pública e particular investem em projetos inovadores para despertar o interesse dos alunos. Alguns chegam a ganhar reconhecimento em forma de premiações ou exposições.
Na escola municipal Antônio Vieira de Rezende, em Central Carapina, Serra, o professor de Língua Portuguesa Fábio Mota não mede esforços para fortalecer o hábito de leitura entre alunos por meio de dança, teatro e música.
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Entre os projetos desenvolvidos no ano passado estava o “E agora, José?”, com temática sobre pessoas em situação de rua. “Os alunos fizeram teatro, releitura de poema e arrecadação de roupas para pessoas em situação de rua”.
“Valorizar ações inovadoras que enriqueçam a sala e a vida do aluno deve ser visto como um investimento educacional Edna Tavares, Doutora em Educação
“Premiar ações inovadoras é uma forma de incentivar o professor a querer inovar e produzir algo que faça sentido e modifique a vida do estudante Aleide Cristina de Camargo, Assessora de Apoio Curricular e Educação Ambiental da Sedu
No final do ano, o Projeto “Literatura - Identidade e Resistência”, que abordou a produção literária de escritoras negras, foi um dos homenageados com a estátua Chico Prego no evento Afrocelebrarte, da Prefeitura da Serra. “Esse ano, o Seminário Literário e Cultural trouxe a temática feminina a partir das canções de Chico Buarque.”
Na escola estadual Francelina Carneiro Setúbal, em Vila Velha, equipes conquistaram prêmios no Programa Shell de Educação Científica. Sob orientação de professores, participaram alunos do 2º ano do ensino médio dos turnos matutino e vespertino.
A professora de Química Karina Zago contou que o projeto foi trabalhado de forma interdisciplinar. “Os alunos precisavam pensar em solução de problemas no entorno da escola. Eles escolheram pegar uma área inutilizada da escola e dar um outro sentido a ela”.
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Bons resultados em competições nacionais
A professora de Geografia Liliane Tesch contou que os estudantes usaram o que tinham a sua volta, como pneus de uma borracharia ao lado, para fazer pufes para o espaço. “O coco foi usado para fazer vasos. Na pintura, usaram uma tinta de terra. Eles se empenharam, trabalharam em equipe e usaram a criatividade para transformar”.
Eles foram classificados em 3º lugar em nível nacional. Na turma do turno vespertino, as professoras Laiana Meneguelli e Gabrielli Pereira Simionato contaram que os alunos decidiram reutilizar a água do ar-condicionado para outras atividades da escola.
“Eles fizeram um dispenser dos aparelhos da sala da biblioteca. Isso funciona até hoje para regar plantas e usar nas obras da escola. Recebemos medalha de bronze no prêmio de projeto inovador, concorrendo com outros países.”
“O incentivo a projetos inovadores por meio de reconhecimento e valorização precisa ser uma constante nas políticas educacionais Cleonara Maria Schwartz, Doutora em Educação e professora da Ufes
Arte para sentir
Usando ferramentas como martelo, furadeira, além de impressora 3D e cortador a laser, estudantes do Centro Educacional Leonardo da Vinci deram forma, som e cheiro a pinturas famosas, como o Abaporu, Os Retirantes e Medusa. Realizado no espaço maker, o projeto “A beleza do sentir” teve a orientação dos professores Marcelo Moreto e Carla Jardim. O objetivo era adaptar obras de arte para que pessoas com deficiência visual pudessem explorá-las com outros sentidos.
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