Dia do Professor: educadores do ES revelam emoção e desafios na hora de ensinar
Conheça histórias de profissionais que transformam vidas por meio do conhecimento
Nesta quarta-feira (15) é o dia daquele que ensina e transforma a vida das pessoas por meio do conhecimento: o professor.
Em homenagem a essa classe trabalhadora, A Tribuna reuniu profissionais de diferentes gerações que comentaram sobre o amor e o desafio de educar.
Francis Monteiro, 41, professor de Matemática do Centro Educacional Leonardo da Vinci, localizado em Vitória, disse que “ser professor tem muitas partes boas e alegrias que, muitas vezes, moram nos detalhes do dia a dia: quando um aluno supera um bloqueio, a turma se engaja num projeto, a curiosidade aparece nos olhos”.
Para ele, reencontrar ex-alunos e perceber que, de algum modo, a sala de aula segue viva neles, é um privilégio. Francis assumiu a sala de aula de Matemática na escola em 2009.
Quem também ama o que faz é o professor de Biologia do Leonardo da Vinci Hélder de Sá, 57. Segundo ele, é um trabalho gratificante. “Sempre lidei com jovens e é uma troca de experiências. Eles me ajudam a evoluir enquanto pessoa e enquanto profissional”.
Já Rafaela Daniel, 42, professora de educação infantil do Leonardo da Vinci há 16 anos, deu dicas para quem busca atuar nessa profissão.
“Tem que estar disposto para estudar durante toda a vida. O professor nunca para de estudar, é crucial ter paixão pela área, e empatia para entender os alunos. Além disso, a criatividade para engajar a turma, a versatilidade para lidar com desafios e a responsabilidade são fundamentais”.
Moacir Lellis, presidente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), destacou que o maior desafio do professor hoje é conciliar tecnologia e humanização no ensino.
“Ele precisa preparar os alunos para um mundo digital sem perder o foco na formação humana. A profissão do professor enfrenta hoje grandes desafios, além da necessidade constante de atualização diante das rápidas transformações tecnológicas e metodológicas”, disse.
Hélder também comentou sobre isso. “A gente sempre tem que se manter atualizado, as novas tecnologias estão aí e não podemos ficar para trás”.
“O prazer de ensinar não muda”, conta professor com mais de trinta anos de carreira
Mesmo após mais de três décadas de profissão, o professor de Educação Física João Carlos dos Santos, 69, segue feliz em sua jornada como docente.
“A emoção e o prazer de ensinar não mudam. Isso porque a química e o prazer em ver alunos aprendendo, saindo do anonimato psicomotor para uma fluidez de movimento é fantástico. E esse sentimento precisa ser alimentado permanentemente ao longo da profissão”, comentou.
João Carlos trabalha com as turmas de ensino médio do Colégio Estadual desde 2010, mas já deu aula em outras escolas de ensino fundamental da rede pública.
No ano passado, se aposentou pelo Estado, mas continua trabalhando e não pensa em parar. Sobre os motivos que o levaram a decidir trabalhar nesse campo, deu uma resposta sucinta: na época o recurso mais eminente que tinha em mãos era o esporte.
“Eu era um amante do futebol, durante minha jornada escolar tinha sido goleiro de handebol e participante do atletismo”.
Em relação a seu trabalho em sala de aula, comentou: “A melhor parte é poder compartilhar minha vida com o outro, e poder viver a interação com o humano em sua plenitude”.
A professora de Inglês Aisha Jureswski, 31, também trabalha no Colégio Estadual, onde estudou entre 2008 e 2010. Ela atua no local desde 2020, mas é professora do Estado há nove anos.
Segundo Aisha, essa é a profissão mais importante da sociedade. “Existe aquele clichê verdadeiro de que todas as profissões passam por pelo menos um professor. E ensinar é uma profissão, existe muito amor envolvido, mas também tem muitos desafios”.
Ao mesmo tempo em que ensina, ela contou que também aprende todos os dias.
“A gente aprende com as vivências e com as experiências uns dos outros dentro e fora da sala de aula, aprendemos com os desafios e as mudanças que cada geração está passando. Minha sala de aula de 2019 não é a mesma de 2025”.
Você sabia?
A profissão é antiga, com raízes que remontam às primeiras civilizações. Isso é demonstrado pelos filósofos gregos da Antiguidade, como Sócrates, que ensinava em praças públicas há cerca de 25 séculos. Ele fazia perguntas e provocava seus discípulos, o que os obrigava a pensar.
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