Alunos “ouvidores” recebem sugestões para o dia a dia
Em projeto na Serra, estudantes escolhem três representantes para serem ouvidores e repassar demandas à ouvidoria do município
Alunos da rede municipal da Serra estão transformando as escolas onde estudam com o projeto Aluno Ouvidor. Estudantes, escolhidos como representantes por outros alunos, registram demandas diretamente no sistema digital da ouvidoria do município e ganham retorno da Secretaria da Educação da Serra.
O projeto foi implementado em 2024 para promover a participação de alunos de escolas localizadas em comunidades com vulnerabilidade social nas atividades escolares, conta o controlador-geral da Serra, Emiliano Ricas.
“Nós simulamos uma eleição de três ouvidores, levamos urnas, contamos os votos. Isso faz os alunos terem contato com o processo democrático. Também damos a eles oportunidades de fazer críticas e sugestões sobre a escola e a comunidade onde vivem, para direcionarmos recursos para melhorar aquela realidade”, explicou.
A primeira escola a receber o projeto, em 2024, foi a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Pastor Oliveira de Araújo, no bairro Divinópolis.
Neste ano, as EMEFs Irmã Dulce, em Tubarão, e João Calmon, em Planalto Serrano, também receberam o projeto.
“O projeto é uma vivência que amplia habilidades dos alunos, como comunicação, responsabilidade e convivência, e contribui diretamente para o desenvolvimento integral dos nossos estudantes”, declarou a secretária de Educação da Serra, Mayara Candido.
Na EMEF João Calmon, os alunos ouvidores eleitos foram Alice Saibel, 14, Kaio Alves, 12, e Israel Nascimento, 14, conta o professor de História e orientador do projeto, Jordão de Campos Pereira.
“Agora, eles e todos os alunos sentem que pertencem, de fato, ao ambiente escolar, e não somente que vêm passar um tempo aqui todo dia. Alunos do matutino, por exemplo, estão frequentando atividades abertas no turno vespertino, e vice-versa”, disse.
Uma demanda feita por alunos da escola, e que foi atendida pela Secretaria de Educação, é o desjejum para estudantes do turno vespertino.
“Muitos estudantes da parte da tarde vinham para a escola sem comer, por enfrentar uma realidade difícil em casa, e só iriam se alimentar no intervalo das 15h. Eles apresentaram a realidade, por meio do Aluno Ouvidor, e solicitaram o desjejum para o vespertino. Esse pedido foi enviado no sistema da ouvidoria, aceito pela Secretaria da Educação, e será implementado a partir do ano que vem”, destacou.
Fique por dentro
Demandas ficam registradas
Integração de alunos
O aluno ouvidor é um projeto implementado pela Controladoria Geral da Serra em escolas da rede municipal, para estimular a participação e integração de alunos de escolas localizadas em comunidades com vulnerabilidade social nas atividades.
Escolas participantes
Em 2024, a EMEF Pastor Oliveira de Araújo, no bairro Divinópolis, recebeu o projeto. Neste ano, as escolas Irmã Dulce, em Tubarão, e João Calmon, em Planalto Serrano, também receberam o projeto.
Eleição de ouvidores
Estudantes das escolas participam de uma votação em que escolhem três representantes para serem os ouvidores da unidade e repassar demandas, sugestões e críticas à ouvidoria municipal da Serra.
Sistema integrado
As demandas ficam registradas no sistema digital integrado da Controladoria Geral da Serra, são repassadas para a Secretaria de Educação e verificadas com o corpo diretor de cada escola antes do acolhimento ou não pela prefeitura e envio de recursos.
O que a educação fez por mim
"A educação me abriu portas"
“Estudei no Colégio Monteiro Lobato até o terceiro ano e, em seguida, ingressei na faculdade de Economia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Aos 22 anos, tive minha primeira loja de bijuterias em um shopping da capital. Como descendente de libaneses, sempre tive espírito de vendas. Foram dois anos de muito aprendizado, dedicação e conquistas.
Depois, vendi o ponto e decidi me dedicar ainda mais aos estudos, decisão influenciada pelos meus pais, que são professores universitários aposentados e sempre me mostraram o valor da educação como ferramenta de transformação.
Fiz MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV, e mais tarde concluí mestrado em Economia, novamente na Ufes.
Hoje, atuo como analista do executivo e economista do governo do Espírito Santo, e também sigo minha veia comercial e sou sócia de uma loja de grife feminina infantil, a Peticolé, há três anos, na Praia do Canto. Recentemente, abrimos uma filial no Shopping Mestre Álvaro, na Serra.
Sou casada com Luciano, tenho 42 anos e sou mãe de dois filhos: Pedro, de 9 anos, e Júlia, que hoje tem 7 anos.
Conciliar a maternidade e a carreira, estar com amigos e a família e viajar é o que me move.
Acredito que a educação me abriu portas, me deu liberdade e me ensinou que é possível unir conhecimento e realização pessoal e profissional em uma mesma jornada”.
Caroline Cheib, 42 anos, economista e sócia da loja Peticolé
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