Líderes sem rejeição ao semipresidencialismo
Estado de São Paulo
Apontado por Luís Roberto Barroso como um antídoto às recorrentes crises do sistema político brasileiro, o semipresidencialismo ainda não conquistou totalmente os corações e mentes de dirigentes partidários.
Porém, não existe rejeição prévia ao modelo em importantes siglas do centro: “Pessoalmente, sou simpático à ideia”, diz o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi. “Essa proposta eu acredito que possa ser implantada quando já tivermos um número de partidos bastante reduzido”, afirma Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD.
Modelo. O semipresidencialismo vigora na França e em Portugal, por exemplo. É visto como uma maneira de reduzir o fisiologismo. Em linhas gerais, há um presidente da República e um primeiro-ministro no Parlamento, ambos dividindo funções do Executivo.
Nada... “Até o momento não há discussão sobre o sistema semipresidencialista encaminhada dentro MDB ou da Fundação Ulysses Guimarães”, diz Baleia.
...contra. “Li entrevistas do ex-presidente Michel Temer defendendo a tese. Como grande constitucionalista e com sua larga experiência, tem muito a contribuir”, diz Baleia. Segundo ele, nada impede que o tema seja aprofundado.
Enxuga. Kassab, como pré-requisito, defende uma reforma que reduza o número de partidos: “Parlamentarismo, presidencialismo de coalizão, com mais de 10 partidos representando, é muito difícil. Isso dificulta a governabilidade”.
Contraponto. Na esquerda, a visão e outra. Gleisi Hoffmann (PT) é refratária à mudança e lembra que a população escolheu o presidencialismo como sistema em plebiscito em 1993. “É tornar o presidente sem poder”, diz. Carlos Lupi (PDT) também é contra.
Fogos I. A filiação de 65 prefeitos e vices em São Paulo ao PSDB foi muito comemorada no Palácio dos Bandeirantes.
Fogos II. A demonstração de força dos pré-candidatos João Doria (presidente) e Rodrigo Garcia (governador) foi festejada em dobro porque o avanço se deu em cima de dois partidos de oposição: PSB e PTB.
Foi na veia. Como bem definiu o cientista político Vinícius do Valle no Estadão, “não preocupa a filiação religiosa” de André Mendonça, o indicado ao STF, “mas, sim, sua atuação, religiosa e política, 'terrivelmente bolsonarista’”.
Uia! Foi por pouco que não houve uma segunda prisão na CPI da Covid, a da diretora executiva da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, na terça-feira. Ala de senadores defendeu a medida, alegando desobediência dela à decisão do Supremo Tribunal Federal.
Calma. Entraram no circuito Simone Tebet (MDB-MS) e Eliziane Gama (Cidadania-MA) para convencer que não pegaria bem prender a depoente. Primeiro, pela situação da jovem, claramente fragilizada no primeiro dia; segundo, porque ela é um “peixe pequeno”.
A ver. O foco, defendem, deve ser o chefe dela, Francisco Maximiano, sócio da Precisa, cujo depoimento está marcado para depois do recesso parlamentar. Ele será confrontado ponto a ponto com o que disse Medrades à comissão.
CLICK. Simone Tebet (MDB-MS) não se intimidou diante de Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ): ameaçou levá-lo ao Conselho de Ética por algo que ele teria dito a ela.
Pronto, falei!
"Ao agredir o PT e o Lula, fazendo o jogo da direita autoritária e atrasada, Ciro mostra que não precisa de João Santana. Precisa mesmo é de um psiquiatra”.
Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo de advogados Prerrogativa
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Coluna do Estadão,por Estado de São Paulo