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A meta do peso ideal e, consequentemente, do corpo que corresponda às expectativas clínicas e estéticas é uma prioridade na vida de muitas pessoas, de ambos os sexos e de diferentes classes sociais. O acesso a informações que ajudam a nortear uma vida mais saudável e gama de opções de tratamentos disponíveis são aliados importantes nessa busca pelas medidas desejadas.

Na contramão desse processo, uma outra realidade: a obesidade já é mais comum do que a desnutrição na população em geral. O problema atinge diferentes faixas etárias, mas a terceira idade chama a atenção por uma diversidade de fatores.

Um deles é o fato do apelo estético não ser mais tão prioritário entre pessoas de mais idade. Para muitas delas, o ganho de peso é um processo natural do tempo que não merece tanta atenção. “Afinal, quem se importa?”, podem pensar alguns.

Para outros, o assunto pode até ganhar um pouco mais de importância, mas não a ponto de ser uma prioridade eliminar o problema, que depende de boa dose de força de vontade para ser combatido, de fato.

Apesar da preocupação com a aparência não estar no topo das prioridades, outros fatores precisam ser levados em conta, considerando que indivíduos da terceira idade estão mais propensos a algumas comorbidades que podem ser potencializadas pela obesidade.

E a lista de complicações decorrentes do sobrepeso é extensa. Com o envelhecimento, o ganho de peso é comum e aumenta as chances de se acumular gordura corporal ao longo dos anos.

Devido à pandemia, muitos hábitos precisaram ser mudados, principalmente entre os idosos, que integram o grupo de risco para a Covid-19 (mesmo depois da chegada da vacina).

Não são poucos os casos de pessoas com mais de 60 anos que abandonaram a prática de atividade física e até tratamentos médicos. E muitos até hoje não retomaram a sua rotina, seja por medo ou falta de estímulo para apostar num recomeço.

Com isso, foram afetados o corpo e a mente, resultando em quadros de depressão, obesidade, apatia e outros problemas.

Nesse cenário, a obesidade é uma realidade entre os idosos e se faz urgente acreditar que esse mal pode e merece ser combatido.
Pessoas da chamada melhor idade podem perder peso e controlar as doenças associadas à obesidade. Há tratamentos avançados para isso.

A cirurgia bariátrica também é uma opção para pacientes mais velhos, desde que cada caso seja avaliado de forma bastante criteriosa pelo médico.

“Mexa-se!” Esse é um conselho dado por tantos profissionais de saúde para estimular uma vida saudável aos seus pacientes, especialmente os sedentários.

Para muitos, contudo, essa recomendação não se limita a movimentar o corpo e, sim, interiorizar a necessidade de recomeçar de onde parou, priorizando a si mesmo e a saúde que ainda pode garantir muitos anos de vida e bem-estar.

GIBRAN SASSINE é cirurgião do aparelho digestivo