O inegociável
Gilmar Ferreira
Gilmar Ferreira é jornalista esportivo com passagem por veículos como O Dia, Jornal do Brasil, Lance! e Extra. Reconhecido por sua apuração e análises sobre futebol, foi também comentarista da Rádio Globo. Atualmente, é colunista do jornal Tribuna e do Tribuna Online, onde escreve sobre clubes, bastidores e o cenário do futebol brasileiro.
Sob o ponto de vista econômico, me parece claro que a decisão da CBF de socorrer a Conmebol e sediar a Copa América tem a ver com a intenção de faturar um troco a mais com um evento para o qual já recebeu um adiantamento de US$ 1 milhão.
Sob o ponto de vista político, me parece claro que a decisão do governo federal de atender às pretensões das duas entidades (Conmebol e CBF) tem a ver com a batalha ideológica travada contra a ciência e aqueles que a evocam em meio à pandemia.
Mas será que, em meio a insana discussão, alguém já parou para pensar no ponto de vista esportivo? O que ganha o futebol ou o que significa para as seleções do continente o calendário louco que a Confederação Sul-Americana impõe aos jogadores?
É voz corrente entre técnicos e jogadores que a edição da Copa América que já havia sido adiada em 2020 poderia plenamente não ser disputada, em função da insegurança sanitária destacada por especialistas da saúde do mundo inteiro.
Os clubes estão envolvidos com seus espremidos calendários nacionais, alguns deles tendo de se desdobrar na disputa das copas continentais organizadas pela própria Conmebol, e as seleções estão voltadas para as Eliminatórias da Copa de 2022.
Mas para a entidade do paraguaio Alejandro Rodriguez, pouco importa o condicionamento físico dos jogadores nem tampouco a propagação da Covid-19, com o surgimento das novas cepas: o importante é o cumprimento dos acordos comerciais.
Afinal, o evento tem oito cotas de patrocínio vendidas para as marcas Ambev, Betsson, Diageo, Kwai, Mastercard, TAM, Teamviwer e TCL, e a estimativa é de que, mesmo sem torcedores, coloque cerca de US$ 120 milhões em seus cofres.
Ontem, ao ler o texto em que anunciava as cidades de Brasília, Cuiabá, Goiânia e Rio de Janeiro como sedes do mórbido torneio, o dirigente fez questão de frisar que as partidas serão realizadas sob rígidos protocolos de segurança.
Como se ainda não estivessem vivas na memória dos brasileiros as imagens da anárquica final da Libertadores de 2020, no Maracanã, vencida pelo Palmeiras. A partida contra o Santos foi franqueada a convidados, e houve aglomeração nas tribunas.
São vários os personagens desta história nefasta comprada por brasileiros que insistem em dividir o País em dois lados. Mas independentemente de quem esteja mais à direita ou mais à esquerda, há um bem que deveria ser inegociável: a vida.
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Gilmar Ferreira é jornalista esportivo com passagem por veículos como O Dia, Jornal do Brasil, Lance! e Extra. Reconhecido por sua apuração e análises sobre futebol, foi também comentarista da Rádio Globo. Atualmente, é colunista do jornal Tribuna e do Tribuna Online, onde escreve sobre clubes, bastidores e o cenário do futebol brasileiro.
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