"Tentativa de desabonar minha honra", diz Rose de Freitas
Escute essa reportagem

Alvo de mandado de busca e apreensão da Polícia Federal, na quarta-feira (12), a senadora Rose de Freitas (MDB) disse estar sofrendo uma tentativa de desabonar sua honra. Foram cumpridos dois mandados de prisão temporária contra um irmão e um primo de Rose, que é seu assessor parlamentar, segundo a Polícia Federal.
A PF informou que os mandados de prisão temporária e busca e apreensão foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques — nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro —, por conta do indício de suposto envolvimento da senadora, que tem prerrogativa de foro privilegiado.
“Desconheço, até o momento, as razões do mandado e reafirmo não ter cometido qualquer ato ilícito ao longo dos oito mandatos exercidos na vida pública. Fui igualmente surpreendida pelas prisões de meu irmão e de meu assessor, realizadas no Espírito Santo”, disse Rose.
A operação Corsários, que envolve a senadora, mira um suposto esquema de fraudes em licitações na Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), de 2015 e 2018, além de desvio em contratos firmados com prestadoras de serviços — auditoria indica o suposto desvio de R$ 9 milhões em dois contratos, de acordo com a Polícia Federal.
“Identifico clara tentativa de desabonar minha honra e dignidade. Não cederei a pressões de qualquer natureza, venham de onde vierem”, disse a senadora.
A ação teve início, segundo a PF, com o recebimento de denúncia de suposta exigência de vantagens ilícitas por servidores da Codesa em contrato de locação de veículos.
Ao todo, 10 mandados de busca e apreensão em residências e empresas de Vitória, Cariacica e da Serra, e também de Brasília, foram cumpridos, além do sequestro de bens e valores, e prisão em flagrante de um dos investigados pelo crime de porte ilegal de armas.
O QUE DIZ A SENADORA “Surpreendida pelo mandado do ministro”
“Fui surpreendida hoje, às 9h, pelo mandado de busca e apreensão expedido pelo ministro Nunes Marques, do STF, no apartamento funcional onde resido, em Brasília. Desconheço, até o momento, as razões do mandado e reafirmo não ter cometido qualquer ato ilícito ao longo dos oito mandatos exercidos na vida pública. Fui igualmente surpreendida pelas prisões de meu irmão e de meu assessor, realizadas no estado do Espírito Santo.
Confio no restabelecimento da verdade e na apuração das possíveis motivações que ensejaram tamanha agressão. Identifico claramente uma tentativa de desabonar minha honra e dignidade. Não cederei a pressões de qualquer natureza, venham de onde vierem.
Providências legais cabíveis estão sendo tomadas para que os fatos sejam devidamente esclarecidos e apurados. Sempre exerci com coragem, ética e dedicado trabalho os mandatos que honradamente recebi do povo do Espírito Santo.
Todos os demais esclarecimentos serão prestados pelos nossos advogados, que se pronunciarão oportunamente.”
Comentários