Fortalecimento muscular contra doenças durante a pandemia
Leitores do Jornal A Tribuna
Cada vez mais vem sendo comprovada e reconhecida a importância da prática regular de exercícios físicos, bem como de movimentar mais o corpo no dia a dia. Ir à padaria a pé em vez de ir dirigindo, subir as escadas do prédio no lugar de usar o elevador e ir para o trabalho pedalando são apenas alguns exemplos de como trazer os benefícios da atividade física para o nosso corpo.
Mas quais são esses benefícios? Muitas doenças da atualidade, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial sistêmica (HAS), insuficiência cardíaca, doenças coronarianas e alguns tipos de câncer, como os de mama, próstata e cólon, por exemplo, possuem uma forte ligação com a composição corporal, em especial o excesso de peso, principalmente o acúmulo da gordura visceral.
O exercício físico associado a alterações no estilo de vida, como descansar, ter uma alimentação adequada, movimentar mais o corpo de uma maneira geral e controlar o estresse podem postergar ou mesmo evitar o surgimento de qualquer uma dessas morbidades, elevando a expectativa de vida e proporcionando uma maior qualidade de vida.
Aliás, vale destacar que qualidade de vida inclui, por exemplo, não depender de medicamentos ou ao menos diminuir a quantidade e a dependência deles e, assim, os seus efeitos colaterais. É também poder se movimentar com nenhuma ou poucas restrições devido a problemas osteoarticulares, ósseos e musculares.
O fortalecimento muscular fornece maior energia e aprimora a proteção natural do corpo. Estudos recentes demonstraram forte ligação entre o metabolismo energético - promovido pela contração muscular - e o fortalecimento do sistema imune, ajudando a combater células cancerígenas.
Esses achados reforçam a teoria de que o exercício favorece um estado de imunovigilância, que acontece quando o organismo passa a patrulhar os tecidos à distância. Esse processo ajuda a controlar o surgimento de tumores, entre outras anomalias.
Uma boa rotina de exercícios físicos também promove a manutenção da composição corporal em valores saudáveis, ajudando a manter o Índice de Massa Corporal (IMC) entre 18 e 24. A diminuição em 5% do peso já diminui os riscos associados ao sobrepeso, por exemplo, o desenvolvimento de diabetes, hipertensão, doenças coronarianas e insuficiência cardíaca.
É importante dizer que aumentar a massa muscular não significa ficar extremamente musculoso, mas manter uma proporção saudável entre massa muscular e massa de gordura.
Isso garante um melhor controle glicêmico; melhor controle pressórico (pressão arterial); torna o coração mais eficiente, fazendo com que o órgão tenha que trabalhar menos quando em repouso; melhora a qualidade do sono; diminui o tecido adiposo “ruim”, chamado de gordura visceral; melhora a circulação; promove angiogênese, que é a formação de vasos capilares para levar mais sangue oxigenado para a periferia, e melhora o cérebro, prevenindo ou retardando demências causadas por idade e por estilo de vida não apropriado.
Pedro Fortes Jr é diretor técnico da Associação das Academias de Ginástica do Espírito Santo.
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