Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

ASSINE
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
ASSINE
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

TRIBUNA LIVRE

Pela volta do barulho da escola

| 19/12/2020, 08:31 h | Atualizado em 19/12/2020, 08:35
Tribuna Livre

Leitores do Jornal A Tribuna



          Imagem ilustrativa da imagem Pela volta do barulho da escola

Neste ano insólito, inimaginável, imprevisível, muita coisa fez – e ainda faz – falta. Muitas pessoas se despediram, à distância, de entes queridos, de amigos, de vizinhos, de colegas de trabalho. Muitas pessoas perderam o emprego, foram à falência, passaram por necessidade financeira.

Muitas pessoas ficaram doentes, com ou sem vírus. Muitas pessoas estão com medo, com ansiedade, com depressão, com pânico. Muitas pessoas estão perdidas emocionalmente, pelas mais variadas razões. Muitas pessoas estão sofrendo. Muitas.

Das várias coisas que fazem falta neste ano, como equilíbrio, abraço, emprego, paciência, saúde, encontros, vacina... Dessas inúmeras situações que faltam em 2020, uma toca de modo especial pela carga emotiva que a acompanha: o barulho da escola.

O vozerio da criançada correndo no pátio, jogando bola na quadra, berrando em alguma brincadeira, participando de uma atividade recreativa, aqueles gritinhos tantas vezes tidos como incômodos ou excessivos, como aquela gritaria faz falta!

Porque esse alarido exprime saúde, vozes a plenos pulmões, interação humana, diversão, atividade física ao ar livre, proximidade de afetos, disputa sadia, entretenimento à moda antiga. Significa, em suma, vida.

A hora do recreio, atualmente, não tem graça, não tem pujança, não tem calor humano, não tem a exuberância da criança em todo seu esplendor.
A criança “a todo vapor” é uma locomotiva que arrasta o trem da história com alegria e confiança. Silenciar o “piuí-piuí” do trem é dolorido demais, é um anticlímax na vida da escola e de toda a comunidade que a circunda.

É bem verdade que estes longos meses de distanciamento social nos recordaram a importância da família na efetiva educação das crianças, assim como revelaram a muitos pais e mães a verdadeira missão hercúlea que é depositada nas mãos das professoras e professores.

Utilizando-me de uma frase antiga, e mais atual do que nunca, a pandemia e o “modo virtual” das atividades escolares nos relembraram que “a escola é a minha segunda casa, mas a casa é a minha primeira escola”. É em casa que se começa e se consolida o processo educacional.

Porém, vários aprendizados só são possíveis no ambiente coletivo escolar, por exemplo: o da convivência com o diverso, da prática do respeito mútuo e da sublime descoberta da amizade.

Em 2020, a sociedade passou por provações coletivas impensáveis até há menos de um ano, sem contar o negacionismo, a insensibilidade e a politização de medidas científicas, o que tumultuou e confundiu, ainda mais, um período já extremamente desafiador. Os tempos são duros e incertos, todos sabemos disso.

O melancólico silêncio ou o escarcéu dos debatestoscos não ajudam a desanuviar o espírito. Por isso, dentre tantos desejos para o ano vindouro – a começar pela vacina contra o coronavírus, deixo aqui um anseio bem simples, mas repleto de significado: a volta do barulho da escola, por ser uma algazarra que, por si só, tanta coisa boa representa.

CARLOS FONSECA é magistrado e escritor.

SUGERIMOS PARA VOCÊ:

Tribuna Livre

Tribuna Livre, por Leitores do Jornal A Tribuna

ACESSAR Mais sobre o autor
Tribuna Livre

Tribuna Livre,por Leitores do Jornal A Tribuna

Tribuna Livre

Leitores do Jornal A Tribuna

Tribuna Livre