Empatia para os profissionais da cultura do Espírito Santo
Leitores do Jornal A Tribuna
Uma das palavras mais ditas no momento é empatia. Sim, todos devem ter empatia pelas pessoas dos grupos de risco da Covid-19, pelos familiares das vítimas da terrível doença, pelos profissionais da saúde que cuidam dos pacientes, todos merecem a nossa empatia.
Existe outro grupo de pessoas que merece a empatia de todos. Ao ler esse texto imagine que você, trabalhador está por nove meses impedido de trabalhar e sem renda, que sua empresa permanece praticamente parada e sem receita, que as contas vencem, as dívidas aumentam e você ainda não sabe o que vai acontecer.
Essa é a realidade dos trabalhadores, fornecedores e empresas do setor de eventos, shows e entretenimento no Espírito Santo.
São milhares de pessoas no Estado, que vivem com muitas dificuldades financeiras, sob stress e desgaste emocional, além de outros problemas de saúde.
Para este grupo de profissionais e empresas, que foram os mais afetados pela pandemia, ainda não existe um olhar mais atento dos governos municipais, estaduais e federal.
O setor não é beneficiado pela Lei Aldir Blanc. As empresas do segmento, na sua grande maioria, micro, pequenas e médias empresas, não tiveram acesso às linhas de crédito oficiais, como Pronampe.
Neste momento, quando os governos anunciam a proibição dos eventos e shows no período de final de ano e verão, o setor, já debilitado, leva o mais forte e derradeiro golpe.
Para quem trabalha neste mercado, trata-se de um período tão importante quanto o mês de dezembro para o comércio e a Páscoa para a indústria do chocolates.
A retomada gradual e segura das atividades é extremamente necessária e precisa ser imediata. O setor apresentou, na semana passada, proposta de protocolos que já se mostraram seguros e eficazes em outros estados e países.
Também se mostra importante a criação de um mecanismo de ajuda financeira. Que possibilite as empresas se manterem abertas, que preserve empregos e que fortaleça o segmento para ser um dos indutores da recuperação econômica, a partir do momento que vacinação permita uma volta a normalidade.
Uma diversificada e extensa programação de entretenimento e eventos fomentará fortemente o turismo, serviços e comércio capixaba. Tendo impactos positivos de norte a sul do Estado, incentivando o turismo local e atraindo visitantes de outros estados.
Comprovadamente os eventos e o entretenimento são atividades econômicas que mais geram distribuição de renda.
Além de movimentar a cadeia de fornecedores e serviços do setor, também geram receita para outros setores como hotelaria, bares, restaurantes, transportes, comercio, etc.
Depois de tudo que estamos vivendo, as pessoas vão precisar de momentos de alegria e felicidade. Ninguém melhor do que os profissionais deste segmento para levar essas emoções e experiências para o público.
PABLO COTTA PACHECO é empresário e diretor regional da Associação Brasileira dos Produtores de Eventos.
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