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DOUTOR JOÃO RESPONDE

Pandemia ou sindemia?

| 08/12/2020, 09:43 h | Atualizado em 08/12/2020, 09:46
Doutor João Responde

Dr. João Evangelista


A urgência de observar e refletir sobre a vida parece ter voltado com toda força diante da pandemia. Neste mundo onde nada será como antes, dúvidas existenciais estão por toda parte, refletindo na busca por respostas, ecoando a frase “só sei que nada sei”.

A vida moderna faz com que estejamos sempre ocupados com alguma coisa, mas sempre desocupados conosco. Não pensamos em nós mesmos e nas relações de nossa finitude. O coronavírus trouxe a dimensão inseparável de todo ser vivo, que é a sua morte.

Pandemia é a disseminação mundial de uma doença infecciosa. A epidemia que atinge grandes proporções, podendo se espalhar por um ou mais continentes, ou por todo o mundo, causando diversas mortes, é considerada pandemia.

Apesar de a Covid-19 preencher todos os requisitos necessários, alguns cientistas começam a defender a ideia de que o planeta não está enfrentando simplesmente uma pandemia, mas uma sindemia, já que o vírus não atua sozinho, mas compactuando com outras doenças. A desigualdade social representa um papel-chave nessa nova situação.

A ciência é baseada principalmente em modelos de combate a epidemias que enquadram a atual emergência sanitária num conceito de peste que tem séculos de existência.

Hoje, essas condições estão se juntando dentro de grupos sociais de acordo com padrões de desigualdade profundamente enraizados em nossas sociedades. A agregação dessas doenças em um contexto de disparidade social e econômica exacerba os efeitos adversos de cada doença separada.

Uma epidemia sindêmica refere-se à ideia de que o vírus não age isoladamente, como um vilão solitário que simplesmente espalha pneumonia e falência de órgãos entre a população. Ele tem cúmplices, como a obesidade, diabetes, doenças cardíacas e condições sociais, que acabam agravando a situação do infectado.

A questão é que muitos dos comparsas do vírus, por si só, já são uma epidemia isolada em algumas sociedades. Obesidade, por exemplo, é um fator de risco para o desenvolvimento de diabetes e doenças cardíacas.

Sindemias são caracterizadas por interações biológicas e sociais, que aumentam a suscetibilidade de uma pessoa ver seu estado de saúde piorar ao contrair uma enfermidade.

No caso da Covid-19, atacar doenças não transmissíveis é um pré-requisito para combater a atual crise. Interpelar o vírus significa também abordar a hipertensão, obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas, e câncer, principalmente em países pobres.

Enquanto os governantes não elaborarem políticas e programas para reverter profundas disparidades, nossas sociedades sempre estarão à mercê de novas pandemias.

As perenes crises econômicas e sociais presentes no mundo não serão resolvidos por uma droga eficaz ou uma vacina salvadora.

Teremos de mudar a forma como vivemos neste planeta. Se não o fizermos, vamos pagar um preço cada vez mais elevado.

O esperado nos mantém de pé. O inesperado nos derruba e clama por recomeços.

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