Mudanças fazem contador assumir novo papel nas empresas
Leitores do Jornal A Tribuna
Durante muitos anos, a contabilidade foi vista apenas como uma área que resolvia burocracias dentro da empresa. Porém, ao longo dos últimos anos, ela tem passado por constantes mudanças, de ordem legal e tributária, que são editadas quase diariamente. Essas mudanças têm exigido o aperfeiçoamento da classe e que o contador assuma um novo papel: o de consultor e gestor financeiro dos negócios.
A contabilidade consultiva é um modelo em que a contabilidade e a empresa interagem de maneira mais estratégica.
É muito mais do que emitir folhas de pagamento, enviar os impostos a serem pagos e elaborar cálculos. Tudo isso é visto como obrigação pelo cliente, que encara ainda a contabilidade como um “mal necessário”.
Por isso, é preciso mudar esta visão limitada e passar a oferecer valor para gestores e líderes, orientando a tomada de decisão a partir de avaliações quantitativas e qualitativas.
O mercado atual exige que contadores e contabilistas tenham conhecimento em tributos, conceitos de riscos e finanças corporativas, assuntos que definem a estratégia de um negócio.
Outros grandes diferenciais são: auxiliar o cliente a escolher o melhor regime tributário para a empresa dele, gerando menos custos.
Fazer o balanço financeiro e sugerir investimentos ou controle de gastos em algumas áreas também é uma boa, avaliando se é o momento de demitir, contratar ou expandir.
O contador pode começar aos poucos: fornecendo notícias de forma clara, fazendo reuniões, gerando relatórios com gráficos. Muitas ferramentas gratuitas podem ajudar.
Valorizar a relação contador-cliente, tão comprometida nos dias de hoje, é evitar que o profissional da contabilidade se torne um tecnocrata, um escravo dos órgãos governamentais, um mero preparador de declarações e cumpridor de prazos, transmissor de declarações e obrigações acessórias — que, às vezes, são tão complexos quanto repetitivos.
O contador bem formado e atualizado tem condições de resolver a grande maioria dos problemas fiscais e contábeis dos empresários de forma menos estressante e mais eficaz.
Portanto, o contador precisa acompanhar as evoluções tecnológicas, estar por dentro da lei geral de proteção de dados, se atentar ao Sped e às mudanças do Simples Nacional.
Com esse novo perfil, o contador se torna um parceiro indispensável do empreendedor e uma fonte de informações valiosas para a tomada de decisão — e não somente um profissional que cuida de obrigações fiscais.
Mônica Porto é contadora, especialista em gestão tributária, professora IPOG e conselheira CRC/ES.
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