Doar órgãos é um gesto nobre, mas precisa ser dito ainda em vida
Leitores do Jornal A Tribuna
Neste dia 27 de setembro, foi instituído o Dia Nacional de Doação de Órgãos, uma data para ser lembrada e, acima de tudo, para ser tratada com a sua devida importância. Afinal, falar em doação de órgãos é falar em salvar vidas. E para nós, médicos, em especial, preservar a vida das pessoas é mais do que um ofício: é uma missão para a qual nos dedicamos diariamente.
O Dia Nacional de Doação de Órgãos vem nos lembrar da importância da conscientização da sociedade em relação ao tema e, ao mesmo tempo, contribui para que as pessoas conversem com seus familiares e amigos a respeito do assunto – nem sempre tratado claramente no dia a dia.
Estudos mostram que o Brasil tem, hoje, um dos maiores índices do mundo de aprovação à doação de órgãos e também é considerado referência mundial em transplantes. Mas trata-se ainda de assunto revestido de certo tabu na sociedade, resultando ainda, por vezes, num alto índice de recusa de familiares. Nós, da Unimed Vitória, decidimos abraçar esta como uma das nossas principais causas e iniciamos uma campanha para incentivar a doação de órgãos e proporcionar um maior debate sobre o tema.
Com o slogan #QueFiqueDito, começamos há três anos um movimento que joga luz ao tema, abraça o debate e retira os mitos a respeito da doação de órgãos. Apesar de o Brasil ser referência mundial em transplantes, o número de doações efetivas ainda é baixo em relação ao número de pessoas que aguardam na fila de doação.
Isso acontece basicamente por três motivos: a recusa das famílias em autorizar a doação, a falta do conhecimento do desejo da pessoa de doar os órgãos e, por fim, por desconhecimento e dúvidas sobre o assunto. Então, o melhor que temos a fazer é falar.
Queremos com essa campanha abrir o diálogo na sociedade para esse importante tema. Doar é um gesto muito nobre, mas que precisa ser expressado ainda em vida. Nosso movimento chama as pessoas a reforçarem sua vontade e deixarem claro para a família, amigos e toda a sociedade: quero ser doador.
Com proposta inovadora – a distribuição de tatuagens autoadesivas –, nossa campanha já ganhou as redes sociais e foi abraçada, inclusive, por cooperativas de outros estados. E esse é o plano. Queremos contagiar o maior número de pessoas possível para essa causa. Falar abertamente sobre o tema e dar a ele a devida importância a ele.
No Brasil, 45 mil pessoas aguardam na fila de doação de órgãos, enquanto no Espírito Santo são mais de 1.300 pessoas nessa situação. Nosso movimento objetiva encorajar aqueles que querem salvar vidas sendo doadores e inspirar mais pessoas a se interessarem sobre o tema. Afinal, esse é o nosso jeito de cuidar. É isso que nos inspira. Trabalhar com causas que sejam de interesse coletivo e que ajudem na evolução constante da nossa sociedade. Por isso, o Instituto Unimed Vitória convida: estampe seu desejo, fale sobre doação de órgãos. Abraçar essa causa é um gesto de amor e de solidariedade.
Fernando Ronchi é diretor-presidente da Unimed Vitória.
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