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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Refluxo representa perigo também para os dentes

| 23/09/2020, 11:15 h | Atualizado em 23/09/2020, 11:20

Não é incomum uma pessoa ser surpreendida em uma consulta com seu dentista ao receber o diagnóstico de erosão dentária, mesmo sem apresentar qualquer queixa de dor. Mas, o que é erosão dentária? É a “perda de tecido dental duro (esmalte e dentina) por dissolução devido à acidificação da cavidade oral, sem ação de bactérias”.

Isso ocorre porque os dentes, quando expostos aos ácidos na boca, têm sua superfície amolecida, e depois, com a mastigação, deglutição, contato com língua e bochechas ou escovação, têm essa camada amolecida removida, causando o desgaste do dente. Essas perdas podem se localizar desde a ponta até a base do dente, perto da gengiva.

A erosão dentária pode ser provocada pelo consumo de alimentos ácidos (refrigerantes, frutas), álcool e drogas. Além desses, vômito, bulimia, anorexia, medicações que reduzem o fluxo salivar, e refluxo gastroesofágico podem ser causas da erosão dentária.

A doença do refluxo gastroesofágico é o retorno do conteúdo gástrico para o esôfago, que pode chegar até a boca e entrar em contato com os dentes. Entre os sintomas do refluxo gástrico na boca estão a sensação de boca seca, halitose, boca amarga e aftas recorrentes.

Nos dentes, a erosão causada pode levar a distúrbios estéticos, fonéticos e de mastigação, sensibilidade dentária e complicações da polpa dental (“nervo” do dente). Além disso, quando associado à escovação deficiente, à dieta rica em carboidratos ou à combinação desses fatores pode levar também a uma incidência maior de cáries. Adicionalmente, o bruxismo pode piorar o quadro de erosão dentária e fraturas, em dentes já enfraquecidos pela corrosão causada pelo ambiente ácido causado pelo refluxo gastroesofágico.
Assim, é muito importante uma cooperação entre o dentista e o médico especialista, para um bom diagnóstico, evitando o agravamento do problema e consequentemente tratamentos mais complicados, longos e onerosos.

O tratamento para os efeitos da erosão dentária pode ser simples nos estágios iniciais de perda de esmalte, quando o polimento da superfície afetada e a reconstruções diretas de resinas compostas com técnicas minimamente invasivas podem ser usados.

Em estágios médios, a terapia pode incluir o uso de restaurações onlays, coroas, facetas e/ou lentes de contato em cerâmica (porcelana), e, em estágios mais avançados, o tratamento pode requerer reconstrução total dos dentes com uso de coroas e tratamento endodôntico (canal).

Para as pessoas com refluxo gastroesofágico, é recomendável, pela manhã, depois de acordar, evitar a escovação dos dentes, pois a superfície dos dentes está amolecida pelo contato com ácido durante a noite, e o atrito com a escova dental vai remover essa camada; deve-se esperar cerca de 30 minutos após a refeição para escovar os dentes. Além do tratamento com o médico especialista, é recomendado uma dieta sem exageros em ácidos, como limão, e outras frutas e temperos cítricos.


Anuar Xible é mestre e doutor em Reabilitação Oral e professor associado da Faculdade de Odontologia da Ufes

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