Mendonça planeja foco na Segurança Pública
Estado de São Paulo
Com quatro meses na Justiça, André Mendonça busca se afastar do triste episódio do dossiê dos antifascistas e imprimir sua marca no ministério: escolheu apostar em área cara aos bolsonaristas e ao País: a Segurança Pública.
A interlocutores, Mendonça promete empenho na implementação do sonhado Susp (Sistema Único de Segurança Pública). Segundo apurou a coluna, pesa também na escolha o campo minado em que se transformou o combate à corrupção sob Jair Bolsonaro: se ele não pode ser seletivo, melhor não ser a prioridade zero.
Tradução. Para adversários do Presidente, o combate à corrupção no atual governo federal tem sido seletivo: até agora, mira prioritariamente os inimigos do Planalto e da família.
Para lembrar. Sergio Moro deixou a Justiça acusando Bolsonaro de “abandonar” a agenda do combate à corrupção: “Me desculpem os seguidores do Presidente se essa é uma verdade inconveniente, mas essa agenda contra a corrupção não teve um impulso por parte do presidente da República”, disse o ex-ministro.
CLICK. Jair Renan Bolsonaro, filho do Presidente, se reuniu com o secretário de Cultura, Mário Frias, para tratar de jogos eletrônicos. Oposição viu “nepotismo”.
Resultados. Desde que Mendonça assumiu o lugar de Moro na Justiça, foram apreendidas 360 toneladas de drogas, 113% mais do que em um ano do programa de fronteira Vigia.
Não existe… O número de policiais nessas operações aumentou de 261 para 697. Desde Sergio Moro, Bolsonaro avalia recriar o Ministério de Segurança Pública, área atualmente subordinada à Justiça.
...vácuo... Na semana passada, houve a maior apreensão de drogas da história do País: 33,3 toneladas de maconha. O ministro chegou a ligar para os policiais responsáveis pela operação para parabenizá-los.
...na política. Moro até tentou empunhar a bandeira da redução dos homicídios no País, mas, na prática, não deu tempo.
Pera… Renato Sérgio de Lima, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, diz que é importante e necessário o fortalecimento do Susp, mas diz: “Deve passar também por esclarecimento dos crimes e melhora na investigação. Sem isso, é só bandeira eleitoral”.
Cola… O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) telefonou para o governador em exercício do Rio, Cláudio Castro. Disse que trabalharia pela renovação do regime de recuperação fiscal do estado.
…em mim. “O Wilson Witzel estava se recusando a reconhecer que o Rio não fez o dever de casa. Parece que o Cláudio vai adotar outra postura, mais humilde, realista e colaborativa”, afirmou à coluna.
Stop! A menos de três meses das eleições municipais, Jair Bolsonaro pediu ao relator da PEC do Pacto Federativo, o senador Márcio Bittar (MDB-AC), para tirar do texto a extinção dos municípios pequenos.
Taokey? Segundo relatos, Bolsonaro teria dito que o ponto é muito complicado e poderia atrapalhar no andamento da PEC. O relator, vice-líder do governo no Senado, deve atender ao pedido.
Como é. A medida, que contava com o apoio do ministro Paulo Guedes, prevê a extinção dos municípios com até 5.000 habitantes e arrecadação inferior a 10% da sua receita.
Bombou nas redes!
Enquanto aumenta gastos com marketing de seu governo desastroso, Bolsonaro corta orçamento que serviria para tirar o País da crise, como o da Saúde”
Alessandro Molon, deputado federal (PSB-RJ)
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Coluna do Estadão,por Estado de São Paulo