Durante algum tempo questionei com meus coordenadores pedagógicos a forma como atuavam. Percebia a falta de argumentos. Mesmo porque, hoje compreendo, eram pessoas que não estavam preparadas para tal função. A interpretação do verdadeiro papel do coordenador pedagógico e sua valorização como profissional contribuem para que as escolas continuem produzindo novos modelos de coordenar, com qualificação e motivação para melhorar.

Pois a não “gratificação” é muito ruim, e tornam os futuros coordenadores diante da responsabilidade de um coordenador pedagógico vulneráveis.

Posso dizer, depois de tudo que pesquisei, que o papel desse profissional é fundamental para o bom desenvolvimento da organização para evitar que ocorra a indisciplina, contribuindo para que haja um ensino de qualidade.

A figura do coordenador pedagógico surgiu com as transformações na educação entre 1970 e 1990.

A partir das transformações sociais, políticas, econômicas, a mudança de valores e a fragilidade da educação, a desvalorização dos profissionais provocou situações de desânimo na educação, resultado de políticas educacionais formadas sem planejamento e sem a participação dos professores.

O coordenador pedagógico surge em meio a essas inovações educacionais voltadas para projetos diferenciados. Mudanças, porém, sem nenhuma qualificação, o que comprometeu o desempenho de sua função.

A figura do coordenador foi fruto de uma concepção progressista, onde as novas formas de gestão escolar e o processo de ensino e aprendizagem foram postas em prática.

Hoje o coordenador convive com adversas condições objetivas, prejudicando sua real função, a de planejar e acompanhar o processo didático pedagógico.

Leva-se em consideração que o atual cenário educacional da gestão democrática busca desenvolver uma gestão participativa, tendo o gestor e coordenador como o mediador das ligações entre escola – comunidade – e família, onde há organização orgânica entre a direção e participação dos membros da equipe escolar.

O século XXI inicia-se com uma bagagem cheia de incertezas políticas, ideológicas, comportamentais. Essa situação se reflete na escola, fazendo emergir sensações de impotência e pessimismo.

A função formativa exercida pelo coordenador pedagógico está diretamente relacionada à formação continuada dos professores para atuação em suas atividades.

Cabe a esse profissional auxiliar os docentes para que aprimorem conhecimentos e práticas pedagógicas por meio de ofertas de oficinas e cursos online, por exemplo, que abordem temas de relevância como didática, prática de ensino e método avaliativo.

As funções planejar, dirigir e controlar, significa assumir responsabilidade pela realização dos resultados e ações leais.

Luiz Alberto Bruno Sousa é professor de Letras Português e Inglês