Trezena de Santo Antônio muda de data sem perder a vocação
Leitores do Jornal A Tribuna
Há quase oito décadas, com festivas solenidades, é pela primeira vez que a Trezena de Santo Antônio deixou de acontecer nos 13 dias do mês de junho, na Paróquia e Santuário-Basílica, em Vitória. A Trezena demonstra a dedicação a este popular e querido santo que marca, ainda hoje, com sua missionária vocação e testemunho evangelizador, a quem colhe de sua vida e prodigiosa história o estímulo na fé e a fortaleza na esperança.
A Trezena não aconteceu em junho devido ao surto do novo coronavírus, que vem atingindo o mundo inteiro, com a temeridade que ameaça a vida e que já tolheu centenas de milhares de irmãos nossos em extensas cifras populacionais, também em nosso Brasil, Estado e capital.
Na ocasião, decidimos não realizar a Trezena em bem e cuidados dos fiéis e devotos de Santo Antônio, para evitar aglomerações e multidão de fiéis que não poderiam reunir-se, senão por distanciamento físico. Se a fizéssemos, seria impossível não reunir fiéis, de se levar a dada tradicionalidade de que se reveste a grandiosa Trezena, que se realiza com a ocorrência de fiéis ao Santuário-Basílica.
Contudo, na esperança de alcançarmos reverenciar a Santo Antônio ainda este ano, transferimos para os dias 1º a 13 de agosto, sempre às 19h, a tradicional Trezena com igual entusiasmo, devoção e celebrativa memória, mesmo com a transmissão virtual.
A data foi escolhida, pois marca a pontual recordação do nascimento de Santo Antônio, que aconteceu no dia 15 de agosto de 1195, em Lisboa, Portugal, e da memória dos 800 anos do Martírio dos cinco Frades Franciscanos, no Marrocos.
Esse martírio levou Santo Antônio a se tornar também Frade Franciscano e missionário de apostólica operosidade.
Feliz motivação, portanto, para celebrarmos a adiada Trezena.
Padroeiro de Vitória, a ter como sinal simbólico o seu Santuário, hoje também Basílica, não deixaremos de prestar-lhe as homenagens que emergem do coração de seus devotos, especialmente em tempos de calamidades como esta que afrontamos, e a provar como Santo Antônio operou em seu tempo, diante de semelhanças enfrentadas em sua missão e por sua intercessão na operosa graça de Deus, de modo a ser debelada a endemia de certa peste que atingira, à largas, as regiões por onde exercia ele o seu apostólico e exemplar serviço.
A Santo Antônio de Lisboa e de Pádua, padroeiro e intercessor, instamos, na confiança em Deus, o Senhor, com nossas súplicas, a livrarmo-nos deste presente e afligidor mal, sustentando a coragem e resistência imbatível dos pesquisadores da ciência, médicos e profissionais da saúde na luta solidária em favor da vida, os redobrados cuidados já conferidos em todos, e o conforto da fé às famílias que sofrem pela perda de seus queridos, e a vida plena aos que partiram rumo ao coração do Pai-Grande, Acolhedor e Onipotente Bom Senhor.
Padre Roberto Camillato é reitor do Santuário-Basílica
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