Solidariedade é um dos remédios em tempos de isolamento social
Leitores do Jornal A Tribuna
O terceiro setor no Brasil tem origem nas Santas Casas de Misericórdia, criadas pelas igrejas ainda no século XVI, onde a saúde não era acessível, quando éramos uma colônia distante da metrópole que dava os seus primeiros passos. Essas instituições de saúde são a primeira referência histórica de uma entidade do terceiro setor em nosso País. Após esse pequeno resgate histórico, olhamos para o presente, onde vivemos hoje uma pandemia mundial com reflexos importantes na economia e na vida das pessoas.
Nossa história mostra a importância do terceiro setor para a saúde desde o seu início e, agora, mais uma vez. Ações como a doação de alimentos e recursos básicos de higiene neste contexto é uma ação humanitária com fins de saúde, de dar condições dignas para que os mais afetados cumpram o isolamento social e evitem a contaminação pela Covid-19.
Hoje, os reflexos do isolamento acentuaram os problemas já vivenciados nas comunidades carentes: desemprego, falta de renda, acesso precário à saúde, moradia, educação e alimentação.
Para combater a crise humanitária já instalada pela pandemia, é fundamental a organização e ação conjunta de entidades da sociedade civil, empresas e Estado. Não há dúvidas de que a solidariedade e a união de todos são alguns dos remédios necessários para enfrentar essa situação.
No entanto, sozinhas, as entidades não alcançam a todos. Daí a importância dos pequenos núcleos e da rede de apoio operacionalizados por associações de moradores, ação entre amigos e igrejas. Cada pessoa que se coloca nesse movimento voluntário, seja arrecadando doações ou mobilizando os seus pares para ajudar o próximo, é uma peça imprescindível dessa rede de solidariedade.
O que tem movido os voluntários nessa pandemia é a empatia. O ser humano é um ser social, segundo a teoria de Aristóteles, e precisa dos outros para se sentir pleno e feliz. O isolamento social, além dos reflexos na mente, também afetou a economia e muitos estão em maior dificuldade.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, destacou a necessidade de enfrentar a pandemia juntos. Uma missão nobre e que pode ser desempenhada por todos. O Estado desenvolvendo políticas eficientes de saúde e economia, as empresas desempenhando atividades de maneira consciente, preservando a saúde de seus trabalhadores, e o terceiro setor fazendo a articulação para direcionar recursos a quem precisa.
Toda ação conta, todo gesto tem valor e, como disse Guterres, para vencermos a Covid-19 devemos enfrentar isso juntos. No Espírito Santo, várias campanhas de ajuda humanitária estão em andamento, o movimento União ES, do qual a Fundação Otacílio Coser faz parte, é aberto à participação individual com doação de cestas básicas.
Ana Paula Carvalho é coordenadora do Programa Comunidades Sustentáveis da Fundação Otacílio Coser.
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