Guitarrista capixaba Julia Smith aposta no pop autoral
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A capixaba Julia Smith tem se destacado no cenário nacional, com um som autoral e irreverente, que mistura pop e groove. Ela acaba de lançar seu primeiro EP, “Vai Lembrar de Mim”, com cinco canções.
O projeto, disponível nas plataformas digitais, começou a ser apresentado ao público aos poucos. Em agosto de 2019, Julia lançou o single “Bom Motivo”, seguido por “Amor de Verão”.
“Tão Bem”, “Assunto Particular” e “Vai Lembrar de Mim” também compõem esse projeto da capixaba, nascida e criada em Jardim da Penha. Seus pais ainda moram no bairro. “Há cinco anos moro em São Paulo. Me mudei para investir e focar na carreira”, conta ao AT2.
A capixaba do pop, que também chama a atenção na internet com covers de Dua Lipa, Justin Bieber, Ariana Grande, Drake, Anitta, Vitão, garante que adora fazer experiências artísticas e já está trabalhando em novos projetos.
“Sou uma cantora pop. Me considero criativa e adoro testar novos formatos”, diz a cantora, completando: “Estou muito feliz com o que vem acontecendo, e certa de que só estou começando”.
Para ela, que conheceu seu primeiro instrumento com quatro anos, incentivada pelos pais, e tem Tim Maia e Michael Jackson como influências musicais, garante que está só no início.
“Quero levar minha música e mensagem ao maior número de pessoas que conseguir. Pretendo me destacar com esse tipo de pop que eu faço, que ainda tem poucos representantes na cena”, garante.
E Julia Smith frisa que quer ir além de cantar. “Quero trabalhar com música não só como cantora, mas produzindo e ajudando outros artistas independentes como eu a realizarem seus sonhos. São muitos projetos na gaveta, e no coração”, ressalta, destacando que suas composições defendem o amor moderno, sem gênero.
Julia Smith | Cantora, compositora e produtora “Minhas ideias pulsam”
AT2: O EP “Vai Lembrar de Mim” é uma reunião de singles, que já vinhan sendo lançados?
Julia Smith: Quatro das cinco músicas do EP estavam prontas, tanto que lancei os primeiros singles no segundo semestre de 2019: “Bom Motivo” em agosto e “Amor de Verão” em novembro. Foram as primeiras composições após todo o meu processo de reinvenção como artista, que envolveu muito estudo, imersão em minhas referências e onde encontrei a sonoridade do meu som.
Lançou single no Carnaval?
Foi quando me senti inspirada novamente. Compus “Tão Bem” em uma semana. Aproveitei o momento, a letra da música e lancei.
E na quarentena...
Lançamos “Assunto Particular” e gravei um clipe em casa. Ficou algo tão intenso que achamos que não tinha como ficar de fora do “Vai Lembrar de Mim”. A música de trabalho leva o mesmo nome. Fecha com chave de ouro essa fase da minha carreira. Estou muito feliz!
Canta o amor de todas as formas, é isso?
Falo sobre o amor simples e descomplicado, sem cobranças. Sobre como amar pode ser leve e muito bom! Também falo sobre empoderamento, liberdade de ser e estar. Sem rótulos e gêneros.
Gravou o clipe de “Assunto Particular” na quarentena. Um clipe com efeitos e luzes.
Filmei em casa, com uma câmera profissional que utilizo para gravar meus vídeos do YouTube. O clipe tem pouca iluminação, mesmo com jogo de luzes. Mas produzo muito conteúdo com o celular.
Seu trabalho retrata sua essência. Encontrou seu DNA, seu viés artístico?
Uma parte dele, sim. Tanto que as próximas músicas que lançarei tem uma sonoridade um pouco diferente, trazem outras influências, além de novas parcerias de composição.
Gosto de testar novas referências para minha música, mas que seguem representando o que sou como artista.
É dona de uma mente criativa ou inquieta mesmo?
As duas coisas. Vivo plenamente para meu trabalho, e minhas ideias pulsam. Me considero criativa e perfeccionista, portanto inquieta.
Sua trajetória na música começou com quatro anos, com violino. Depois foi para o violão e guitarra. Sua história com a música foi acontecendo?
Estudei violino na infância incentivada por meus pais. Mas toda a história que vem depois, foi algo que busquei. Comecei tocando violão e toco até hoje. Mas minha grande paixão é a guitarra. Tive vários professores em Vitória, sou muito grata a eles. Continuo estudando, não fico uma semana sem tocar ou fazer aulas. E a composição permeou tudo isso.
Falando sobre mulheres e guitarra. É um campo que ainda tem muito que ser explorado?
Sem dúvida. Tem muita guitarrista aparecendo, recentemente. Mas o número de mulheres tocando guitarra ainda é imensamente menor do que de homens. É um caminho a ser percorrido, e as guitarristas brasileiras estão fazendo isso muito bem.
O Espírito Santo tem exportado muitos artistas. O Silva é um deles. Já tocou com ele?
Conheço o Silva há muitos anos. Fazíamos aula de coral juntos, na infância. Admiro muito o trabalho dele, tem aberto portas para artistas do Espírito Santo. Ainda não tive a oportunidade de trabalhar com ele.
Tem muita gente boa fazendo música no Estado. Sou muito orgulhosa de ser capixaba.
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