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CARNAVAL 2020

OPINIÃO: Cariacica e Vila Velha dominam o Carnaval de Vitória

| 16/02/2020, 20:09 h | Atualizado em 19/02/2020, 17:20
Carnaval 2020

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          Imagem ilustrativa da imagem OPINIÃO: Cariacica e Vila Velha dominam o Carnaval de Vitória
|  Foto: Rafael Guzzo

Em mais um ano de supremacia de Cariacica e Vila Velha no Carnaval de Vitória, Independente de Boa Vista e Mocidade Unida da Glória são as favoritas ao título.

A novidade é outra escola canela-verde, que apresentou o momento de maior catarse dos desfiles do Grupo Especial, com um samba épico, já sob sol escaldante.

A Independentes de São Torquato enlouqueceu o público remanescente no Sambão do Povo, que invadiu a avenida e fez da passarela o palco de um grande bloco carnavalesco.

Já a Novo Império apostou na crítica social e empolgou, enquanto a Imperatriz do Forte, com um desfile problemático sobre a Rota Imperial, é candidata a desfilar na Série A em 2021.

Sobre as Unidos de Jucutuquara e da Piedade, este colunista não comenta, porque não assistiu às apresentações. Nascido no Hospital das Clínicas e criado no bairro da Coruja, ele desfilou pela escola do local onde viveu a maior parte de sua existência. Por isso, precisou ficar na concentração e também não acompanhou a Piedade.

Mas os comentários sobre as demais agremiações seguem impávidos.


          Imagem ilustrativa da imagem OPINIÃO: Cariacica e Vila Velha dominam o Carnaval de Vitória
|  Foto: Rafael Guzzo

Mocidade Unida da Glória

Com um dos melhores sambas deste ano, a MUG foi para a avenida cantar a cultura indígena e mostrou a que veio já na comissão de frente. Representando índios e com uma bela coreografia, o grupo encantou o público. Mas senti falta de algo que surpreendesse. Criou uma expectativa que não foi correspondida.

Dono dos melhores carros, com um requinte impressionante em todas as alegorias, sobretudo o lindíssimo abre-alas, o Leão da Glória apostou em um elemento com uma enorme escultura de um índio que se levantava durante a apresentação. Padrão Rio de Janeiro.

Os dois casais de mestre-sala e porta-bandeira são outro ponto forte da escola. A bateria, com cuícas roncando alto e toques de caixa ferozes, fez bossas e paradinhas perfeitas.

O ponto fraco foram as fantasias. Com uma apresentação tão luxuosa, várias alas apresentaram adornos simples demais, pouco inspirados. E a temática indígena foi mal aproveitada nessa estética. Exemplo foi uma ala com borboletas, que pareciam desenhos feitos por uma criança.

A evolução também não foi perfeita. Correria no fim, mas poucos buracos. Um desfile que briga pelo título, mas sem garantias para a comunidade.

Boa Vista

Enquanto Vitória e Vila Velha dividem o público, Cariacica é uma só voz. Todos querem ver a Águia de Itaquari brilhar na avenida e chegam ao Sambão do Povo com o hino da agremiação no gogó. Isso explica o frisson com a apresentação da escola.

Mal dava para ouvir a voz de Emerson Xumbrega, tamanho o volume do coro entoado com o samba sobre os músicos do Espírito Santo.

Mas quem prestou atenção teve a impressão de que a escola não teve comissão de frente. Uma coreografia sem brilho e pouco criativa não mostrou a que veio. Só o menino Jeremias mesmo para dar algum fôlego no quesito.

Com carros muito criativos, a Boa Vista trouxe esculturas em homenagem a grandes nomes como o violonista Maurício de Oliveira e Alexandre Lima, da banda Manimal. Trouxe ainda os próprios artistas de vários estilos, incluindo Alemão do Forró, o axezeiro Beto Kauê, Xiru e Renato Casanova, num momento de flagrante emoção. O roqueiro Anderson Bacana, do Pé no Lixo, não parava de chorar.

O problema maior foi o abre-alas. Pelo menos dois rasgos grandes no acabamento comprometeram. Já a passagem dos integrantes não teve problemas de evolução, pelo menos não no setor onde estas informações foram obtidas. Em harmonia, nota 10, pois todos cantavam.

Com casacas e agogôs, a bateria fez seu show à parte, levantando a massa. A escola é a mais evidente candidata ao título.

Novo Império

O futuro de uma sociedade só se constrói com atenção à infância. E foi sobre as crianças o enredo da Imperiana, que colocou a crítica social à frente da estética para fazer um desfile crítico e reflexivo.

Na comissão de frente, meninos moradores do morro com o prato vazio, numa coreografia que não foi perfeita, mas surpreendeu. Carro alegórico com crianças de rua expôs as chagas de uma sociedade finge não ver o problema.

Outro ponto alto foi a defesa das vacinas, em tempos de fake news sobre o assunto. Uma ala representava os vírus e a outra as vacinas e sua importância. Logo atrás, um carro na forma de um carrossel. As excelentes fantasias também colaboraram. Boas ideias, requinte, tudo bem feito. Inclusive o intérprete Kleber Simpatia vestido de Chaves.

Os ritmistas da Imperiana foram um dos pontos altos da noite. Tamborins bem marcados, paradinhas, paradonas, um primor. Uma bateria que conquistou a alcunha de melhor deste ano.

Alguns problemas de acabamento nas alegorias deixaram a escola distante de um campeonato, mas não tiraram seu brilho. Só que a agremiação teve problemas na evolução e na harmonia. Muitos componentes não cantavam e apenas caminhavam. E alguns tiveram de correr para fechar buracos.

Imperatriz do Forte

A escola do Forte São João foi prejudicada pela ausência de orientação aos foliões. Poucos organizadores de harmonia e evolução prejudicaram o desfile. Muitas falhas dentro das alas, descompasso no ritmo da marcha e buracos atrapalharam o casal de mestre-sala e porta-bandeira, por exemplo.

Versando sobre a Rota Imperial, a agremiação pecou logo na comissão de frente, com coreografia falha e sem surpresa. Um tripé mal acabado terminava por sepultar qualquer chance de sucesso.

Integrantes das alas não cantava e nem vibravam. Pareciam cumprir tabela. O abre-alas, aliás, trazia uma escultura de gosto duvidoso, apesar de um instigante tom azul vibrante. Muitas falhas de acabamento. Os demais carros alegóricos conseguiram ser ainda mais problemáticos.

O ponto forte foram as referências aos povos germânicos que habitam a região serrana do Estado. Uma beleza.

Independentes de São Torquato

“Vai clarear, amanhecer o novo dia / O astro-rei vem abençoar a Independentes que chegou para brilhar”. Numa feliz coincidência, o refrão da São Torquato, na voz arrasadora de Ricardinho, ressoou sob o sol escaldante que nascia na manhã do domingo e foi o que aconteceu de melhor no Grupo Especial deste ano.

Intrépida, a canela-verde teve problemas com seu abre-alas, que precisou ser despedaçado para desfilar. Alegorias com problemas de acabamento comprovavam que a escola nada disputaria, a não ser a permanência na elite.

Os problemas sobressaíram no aspecto geral da apresentação, apesar da excelente comissão de frente, em que seres invisíveis passeavam na coreografia, numa cena intrigante e surpreendente.

E o que importam as falhas do desfile? Com sangue nos olhos, os foliões pisaram a avenida chorando (literalmente) pelos problemas, mas com samba no pé, bradando o hino a plenos pulmões, em um clima que contagiou quem ainda acompanhava as apresentações.

O hino cativante e fácil de cantar foi conquistando os presentes, que no início cantarolavam timidamente, depois com maior ênfase e, por fim, soltavam o grito em uníssono.

Com o enredo “O Portal das Ilusões”, a canção indagava: “Espelho me diz quem é a mais bela do nosso Sambão”. E respondia: “É a São Torquato, a mais bela, encantando o povo na passarela.” Não foi a mais bela, mas foi emocionante.

No fim, o público — incluindo este colunista e seus colegas de imprensa — invadiram a avenida cantando o samba. O desfile terminou e ninguém queria deixar o Sambão: “Eu não vou embora”, gritavam os presentes.

Um detalhe: os jurados pareciam também contagiados pelo clima de farra que se instaurou. Meu palpite é que a São Torquato desfila no sábado em 2021, apesar das dificuldades.

Rafael Guzzo é jornalista, editor de Economia e Política, foi jurado do Troféu Tribuna e é folião apaixonado pela Mocidade Independente de Padre Miguel
 

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