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Sambas do Rio homenageiam até Lula e não arrebatam

Maioria das escolas de samba presta tributo a personalidades. Canções agradam, mas não arrebatam

Rafael Guzzo
Rafael Guzzo
23/12/2025 - 16:39 • Atualizada em 23/12/2025 às 17:28
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          Imagem ilustrativa da imagem Sambas do Rio homenageiam até Lula e não arrebatam
Lula com dirigente da Niterói |  Foto: Ricardo Stuckert/PR

Após anos de narrativas majoritariamente ligadas à ancestralidade africana, o Carnaval do Rio de 2026 se volta para homenagens individuais. A diversidade dos enredos é marcante: de celebridades da música, como Ney Matogrosso, Rita Lee e Chico Science, à polêmica celebração do presidente Lula.

Os sambas são bons, mas nenhum chega a ser postulante a marcar a história. Há um deles, inclusive, abaixo da média, que "bate na trave", extrapolando em falhas.

Após repetidas audições, deixo aqui minhas opiniões sobre as obras de 2026. São avaliações pessoais e que não têm como objetivo antecipar notas de jurados. Mas não resisto a dar palpites sobre possibilidades de reações nos desfiles.

Unidos de Vila Isabel


          Imagem ilustrativa da imagem Sambas do Rio homenageiam até Lula e não arrebatam
Heitor dos Prazeres |  Foto: Reprodução / Wikipedia

A escola escolheu um dos pioneiros do samba para prestar seu tributo. Músico, poeta e pintor, Heitor dos Prazeres inspira belos versos que dialogam com sua arte e entrelaçam poesia, musicalidade e pintura em uma letra lírica.

A canção segue a tradição do samba-enredo mais clássico em suas estrofes, com melodia característica. A composição brinca com os "tons e os sons" do artista e convida, de forma inspirada: "Vem ser aquarela, pintar a Unidos de Vila Isabel". A canção ainda inclui a geografia do bairro, citando morros como “Macacos e Pau da Bandeira”.

O bom refrão, em saudação aos orixás Oxum e Xangô, parece conectar o samba à sua ancestralidade africana e se fixa à mente, tendendo a conquistar a avenida. Em uma das estrofes, a deliciosa constatação de que “macumba é samba, e o samba é macumba, pode até fazer quizumba, só não pode é separar” é daquelas que fixa um sorriso no rosto do fã de samba-enredo.

O hino da Vila me parece o que mais escapa ao lugar-comum em 2026. Numa celebração delicada, fica difícil resistir à melodia e aos versos. Mas não há um apogeu indiscutível na composição, um momento de catarse. Ainda assim, fica no topo do meu ranking.



Beija-Flor de Nilópolis

Exceção em meio a tantas homenagens, a Beija-Flor traz como enredo o Bembé de Santo Amaro, uma festa pública realizada no município de Santo Amaro da Purificação, na Bahia — o maior candomblé de rua do planeta.

Tipicamente nilopolitana, a composição tem uma certa visceralidade, a imponência e o caráter desafiador que lembram a tradição da escola. Há excelente harmonia entre melodia e letra, mesmo com a junção evidente de um trecho de outra canção, que altera levemente o clima da composição — artifício muito usado pelas escolas.

A letra brinca com rimas, como “retumba” e “macumba”, e desafia: “Não me peça pra calar minha verdade, pois a nossa identidade não é feita de papel”. O samba tem momentos de clímax, mas não surpreende e nem deve marcar época, ainda que seja empolgante e com todo o potencial para levantar a avenida.



Agradou muito aos meus ouvidos a voz de Jéssica Martin, que, ao lado de Nino do Milênio, comanda os microfones após quase cinco décadas com Neguinho da Beija-Flor, agora aposentado.


          Imagem ilustrativa da imagem Sambas do Rio homenageiam até Lula e não arrebatam
Bembé do Mercado |  Foto: Reprodução / Iphan

Unidos da Tijuca


          Imagem ilustrativa da imagem Sambas do Rio homenageiam até Lula e não arrebatam
Carolina Maria de Jesus |  Foto: Reprodução / Alma Preta

É paradoxal, mas o melhor samba de 2026 não está no topo do ranking. Explico: a obra sobre Carolina Maria de Jesus é belíssima, contudo, a meu ver, mergulha demais no baixo astral.

Diria que perde até um pouco da essência do Carnaval, embora preserve garantidamente as características de samba-enredo. Em um momento, a lancinante letra fala de “tantas Marias que viram seus filhos crucificados”. Pesado, real, urgente, embora fúnebre.

O hino é o único que arrepia os pelos do braço, que dá frio na barriga. Não se limita a contar a história; pede atitude para que ela mude. “Muda essa história, Tijuca”, diz o refrão, que, embora correto, não me parece catártico.

A escritora, famosa por narrar a vivência na favela e que morreu na miséria, dá ao enredo um tom duro e lúgubre, que a canção acentua ainda mais. Em dado momento, o samba desafia: “A palavra é arma contra a tirania”.



Paraíso do Tuiuti

Fugindo da exaltação às personalidades, a escola escolheu um tema complexo e ligado à ancestralidade africana. O nome do enredo, inspirado em uma tradição religiosa de origem cubana, indica a ousadia da Tuiuti em meio aos demais temas de 2026: Lonã Ifá Lukumi.

Embora seja repleto de palavras difíceis de compreender — peço perdão pela franqueza, mas é uma verdadeira sopa de letrinhas para quem não conhece o iorubá — a canção tem uma melodia inspiradíssima, com influência clara da música cubana.

“Olodumarê criador espalhou axé e amor no ilê dos orixás”, canta, com fluência desapressada, em uma das estrofes mais belas o excelente intérprete Pixulé, dono de um vozeirão de timbre imponente que ajuda o samba a conquistar os ouvidos. É preciso escutar para entender. Faço o convite.

No refrão, uma voz clama “Eleguá” entre os versos, lembrando os cantos dos cultos afro e fugindo do lugar-comum de 2026, sem perder a identidade do samba-enredo.

A coragem da Tuiuti entrega uma bela canção, embora eu ache que será difícil que ela "pegue" na avenida — mas posso estar enganado.



Acadêmicos de Niterói

Minha insistência em comentar os sambas de enredo ano após ano reservou uma cilada: ter de citar Lula em meio a tanta polarização no eleitorado brasileiro. Importante ressaltar que não comento aqui sobre o homenageado, mas apenas acerca da canção.

É impossível falar que o hino da Niterói de 2026 é ruim. Musicalmente falando, a composição é belíssima, com melodia e letra inspiradíssimas, embalada por uma introdução com sanfona e pegada nordestina. Mas reside na obra uma grave questão conceitual: é um samba-enredo ou um jingle eleitoral?

Enquanto se dedica a contar a história do político, a letra — envolvida por belíssima e harmônica melodia — vai muito bem. De forma clara e obviamente romanceada conta a trajetória do retirante que deixou a cidade pernambucana de Garanhuns e, daí em diante, tudo é História.

Vale menção à participação da autora Teresa Cristina no microfone. E também à citação do filme “Ainda Estamos Aqui”, vencedor do Oscar.

A colocação é que os momentos candidatos à catarse destoam da explanação sobre a trajetória do homenageado e aproximam-se da lógica de uma campanha eleitoral — em ano de votação, com o político na disputa! E ainda provocam adversários políticos, falando em "mitos falsos".

O refrão com "olê, olê, olá, olá" rimando obviamente com "Lula, Lula" soa ainda mais fortemente como jingle, sobretudo após versos completamente contemporâneos como "sem temer tarifas e sanções, assim que se firma a soberania".

Para quem apoia o Presidente, é um deleite, e deve provocar histeria na avenida. De ambos os lados...



Acadêmicos do Grande Rio


          Imagem ilustrativa da imagem Sambas do Rio homenageiam até Lula e não arrebatam
Chico Science |  Foto: Reprodução / Youtube

Embora homenageie um ícone da música, a agremiação seguiu um caminho diferente de outras que apostaram no mesmo expediente: preservou seu estilo e manteve o samba com a pegada tradicional da escola.

Chico Science e o mangue beat — movimento cultural surgido no Recife (PE) na década de 1990, tendo o cantor como expoente — aparecem apenas na temática e na letra. A melodia segue a lógica clássica do samba-enredo.

Os versos relacionam as ideias de Paulo Freire à iniciativa de Chico. Ambos defendiam que o povo da periferia deveria deixar de ser espectador para se tornar protagonista da própria história.

Uma das estrofes mais inspiradas celebra o artista conectando-o à própria agremiação: "Eu sou do mangue, filho da periferia, sobre uma palafita Grande Rio anunciou". O destaque fica para a belíssima interpretação, mais uma vez, de Evandro Malandro.

O poderoso refrão traz citações aos sucessos "Maracatu Atômico" e "Risoflora". Tem potencial para explodir na avenida. Mas é nele que mora o ponto de maior estranhamento, digamos, no aspecto intelectual.

O trecho "A vida parecida com as águas, não é doce como o rio, nem salgada feito o mar" é apresentado como o fio condutor do enredo, a essência da narrativa, mas é onde percebo um vazio lógico. Seemanticamente, a construção me parece equivocada ao definir o tema pela ausência; uma abstração que não se resolve.

Admito que possa existir no verso uma mística, uma questão talvez romântica, literária, lúdica ou mesmo filosófica que justifique o autor a buscar esse "terceiro estado" da alma de forma tão vaga.

Ainda assim, a frase não me agrada.

Mesmo aceitando essa possibilidade poética, a imagem me soa esquisita e o resultado final me parece estranho aos ouvidos. No entanto, esse detalhe não anula o conjunto da obra, que está acima da média e deve garantir o canto forte durante o desfile.



Estação Primeira de Mangueira

A escola exalta Mestre Sacaca, importante figura da cultura popular do Amapá e da Amazônia. A letra tem algumas passagens curiosas, como, por exemplo, a que define a agremiação como "árvore, mulher" e "quase centenária".

E busca unir as regiões, tão distantes geograficamente: "Chamei o povo daqui, juntei o povo de lá, na Estação Primeira do Amapá".

O melodioso refrão e as estrofes parecem organizadas para o canto dos componentes, mas há um trecho que me parece difícil de cantar desfilando: "Te invoco do meio do mundo pra dentro da mata", repetido várias vezes em ritmo acelerado, acima da velocidade natural da canção. Parece um trava-línguas.

Considero a melodia repleta de soluções belas e criativas. É um samba, talvez, mais para ouvir do que para cantar — um dos meus favoritos para 2026. Mas, como em praticamente toda a safra, falta um momento de potência, um auge absoluto. Agrada muito aos meus ouvidos, mas tenho dúvida sobre se há potencial para arrebatar a avenida.



Acadêmicos do Salgueiro

Em uma homenagem provocativa, o Salgueiro escolheu como enredo a carnavalesca Rosa Magalhães, maior vencedora da folia carioca depois da inauguração do Sambódromo. Dos sete títulos que conquistou, cinco foram na Imperatriz Leopoldinense, a quem a escola parece desafiar.

Polêmicas à parte, Rosa também colaborou com outras escolas, e o Salgueiro traz para o centro de seu samba justamente os desfiles em que ela esteve no comando, celebrando seu legado. Um exemplo é a frase “andar na Ouvidor virou caso de amor”, em referência à apresentação vice-campeã de 1991.

A canção para 2026 é divertida, alegre, uma verdadeira farofa, cheia de citações — inclusive melódicas — a sambas de desfiles desenvolvidos por Rosa, como "O Tititi da Sapucaí", do Estácio de Sá em 1987.

No refrão, há uma menção ao clássico "Festa para um Rei Negro" (do refrão Olelê, Olálá), que virou grito de guerra até no futebol europeu. A referência é coerente, já que, no ano dessa apresentação, 1971, Rosa foi assistente no Salgueiro.

Com essas referências, a composição consegue trazer vibração e tende a conquistar tanto os componentes quanto o público. Mas o maior momento da canção nem é o refrão famosíssimo, e sim o clamor que o antecede: “Mestra, você me fez amar a festa, e eu virei carnavalesco, sonhei ser Rosa, te faço enredo”.

Ainda que repleto de clichês, o samba do Salgueiro é inventivo e saboroso.



Mocidade Independente de Padre Miguel

A personalidade e a obra de Rita Lee, tratada no enredo como "Padroeira da Liberdade", são o centro da canção da verde e branco para 2026.

Uma grande farofa, a canção usa e abusa dos trocadilhos com melodias e palavras relacionados ao comportamento, à ideologia e aos muitos sucessos gravados pela cantora.

Embora não seja exatamente original, o samba é divertido e funcional, brincando com as coincidências entre Rita e a escola, ambas "independentes e fáceis de amar, livres de qualquer censura". Ainda aposta na estética da artista, descrevendo sua fisionomia: “Cabelo de fogo e a lente encarnada, mutante da pele marcada”.

As referências à homenageada são corretas, tênues e não aprofundam polêmicas, buscando uma temática mais carnavalesca. Ainda assim, o samba tenta emular, pelo menos na gravação, um pouco do “tal de rock n' roll" que permeou a carreira da cantora.

Guitarras estão presentes na faixa em alguns momentos, um caminho inevitável que a escola já seguiu em pelo menos uma ocasião, quando homenageou o Rock in Rio, em 2011. Na época, não deu certo.



O momento mais pegajoso e com potencial para conquistar a comunidade a abraçar o canto é o refrão em que a escola é citada sob a melodia de "Erva Venenosa" e que termina com "desbaratina a razão, se joga, meu bem, no céu, no mar, na Lua, na Vila Vintém".

Não está entre meus sambas favoritos do ano, mas vejo mais pontos positivos do que negativos. Deve ganhar os fãs de Rita Lee e a comunidade desfilante, mas o potencial de conquistar o público em geral é limitado.


          Imagem ilustrativa da imagem Sambas do Rio homenageiam até Lula e não arrebatam
Rita Lee |  Foto: GUILHERME SAMORA / DIVULGAÇÃO

Portela

De letra densa, ritualística e claramente comprometida com a fidelidade à sinopse do enredo, o samba portelense homenageia Custódio Joaquim de Almeida, o Príncipe Custódio, liderança afro-brasileira do século 19 no Rio Grande do Sul e referência na preservação do Batuque, religião de matriz africana.

Com uma melodia alegre, diria que ensolarada na maioria da canção — o que é reforçado pela interpretação de Zé Paulo Sierra —, percebe-se a pretensão dos compositores em realizar uma obra cativante, o que se consegue apenas muito parcialmente.

Não há na melodia um momento de grande brilho, embora em todas suas variações ela soe agradável aos ouvidos. Ainda que não seja possível apontar falhas, falta um algo a mais, um momento de explosão.

Além disso, a fidelidade dos versos em relação à descrição do enredo cobra seu preço. A letra é pouco narrativa e excessivamente conceitual, o que dificulta a comunicação imediata com o público.

Há abundância de termos específicos e imagens abstratas, mas escassez de imagens concretas que facilitem o canto coletivo e a assimilação rápida da história.

O resultado é um samba correto, respeitoso e simbólico, porém mais contemplativo do que envolvente. Arrisco-me a dizer que a canção provavelmente dialogue bem com o desfile e os jurados, mas que vai depender fortemente da plástica e da interpretação para ganhar emoção na avenida.



Unidos do Viradouro

O samba que homenageia Ciça tem uma das letras mais competentes, narrando de forma reverente e celebratória o trabalho do histórico mestre de bateria, que começou sua trajetória no Estácio de Sá e esteve presente nos triunfos da Viradouro. A narrativa segue ordem lógica de uma maneira que não é perceptível em outra homenagem para 2026.

No refrão, minha malícia não permite que eu deixe de identificar um ar de provocação. "Não esperamos a saudade pra cantar, do mestre dos mestres, herdei o tambor", diz uma das frases. Ciça está vivíssimo e em plena atividade, na própria Viradouro. Vale lembrar que a atual campeã do Carnaval, Beija-Flor, homenageou em 2025 Laíla, carnavalesco e dirigente multicampeão morto durante a pandemia de covid.

Alfinetadas à parte, a obra emociona muito mais pela letra do que pela melodia. A música é cansativa, sobretudo o refrão, que não mexe com as emoções, parece não se encaixar perfeitamente ao clima dos versos.

Nas estrofes, a canção ganha até uma expressão passional mais robusta, como em "se a vida é um enredo desfilou outros amores", entoado de forma emocionada por Wander Pires, dono de uma das vozes mais belas da história do Carnaval.

No entanto, embora a letra seja admirável e a homenagem sólida, a melodia limitada e a falta de momentos de impacto tornam o samba mais contemplativo do que arrebatador.

O resultado é uma obra respeitosa e bem-intencionada, que brilha no conceito, mas depende fortemente da interpretação e da plástica do desfile para realmente emocionar a avenida.



Imperatriz Leopoldinense


          Imagem ilustrativa da imagem Sambas do Rio homenageiam até Lula e não arrebatam
Ney Matogrosso |  Foto: Divulgação /Pernambuco Cecon

A composição em homenagem a Ney Matogrosso é, na minha opinião, a única que pode ser considerada fraca da safra. Os problemas já começam no refrão, absolutamente distante da originalidade.

Completamente sem relação com o enredo, os versos "se joga na festa e esquece o amanhã, minha escola na rua pra ser campeã" podem até funcionar na avenida, mas são parte de uma reinterpretação do refrão do samba de 2024 da própria Imperatriz — que já citam obra de 2020 da capixaba Indendente de São Torquato, vale mencionar. No hino para 2026, mudam apenas as palavras. O sentido é muito parecido.

Para completar, a melodia chega a quase perder a característica de samba-enredo em alguns momentos. O interpréte Pitty de Menezes e o mestre de bateria Lolo conseguiram, em um grande trabalho, minimizar o fato, mas ele segue insanável em sua essência. Lolo, aliás, usou o problema a seu favor, criando a possibilidade de bossas e paradinhas, o que não muda o status da composição.

Soa constrangedor aos meus ouvidos o trecho que diz "livre para ser inteiro, pois sou homem com H... e como sou". Francamente, a passagem parece uma melodia perdida, fora do clima, com métrica forçada. Nada contra a letra, que, tirando a farofa indigesta do refrão, é correta, poética e provocadora.

Devo admitir que o resultado da composição é uma colcha de retalhos contagiante e que tem tudo para pegar na avenida. Até as arquibancadas podem cantar em uníssono o samba da Imperatriz. Mas, artisticamente, é uma obra abaixo da crítica.



Rafael Guzzo é editor multimídia de Economia e Política da Rede Tribuna e folião apaixonado pela Mocidade Independente de Padre Miguel

Ícone tags Tags análise de sambas CARNAVAL 2026 cultura afro-brasileira Homenagens música popular samba-enredo

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