Médicos explicam quando a conjuntivite pode ser perigosa
Especialistas alertam que quadros virais da doença podem deixar sequelas, como uma microcicatriz que pode afetar a visão no futuro
Após a cantora Ana Castela compartilhar em suas redes sociais que estava com um quadro de conjuntivite que logo atingiu seus dois olhos, A Tribuna convidou especialistas para explicar quando a doença pode se tornar preocupante.
A oftalmologista Karine Moyses explica que a conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, que é uma membrana fina, transparente e que recobre a parte branca do olho. De acordo com ela, as causas são variadas.
“Ela pode ser alérgica ou infecciosa, sendo as infecciosas geralmente causadas por vírus ou bactérias”.
A médica explica que o contágio acontece principalmente pelo contato direto, sendo comum passar de um olho para o outro.
“A transmissão se dá geralmente pelas mãos ou superfícies contaminadas. Por isso a importância de lavar bem as mãos e evitar levá-las aos olhos”.
E um quadro inicialmente simples pode evoluir. Segundo o oftalmologista Pedro Trés, a conjuntivite pode até mesmo deixar sequelas.
“Os quadros virais, por exemplo, podem gerar uma microcicatriz, que vai atrapalhar a visão no futuro”.
O médico também adiciona que o sintoma mais comum é a vermelhidão nos olhos.
“Na conjuntivite viral, o paciente pode sentir também um incômodo, uma sensação de areia nos olhos. Os sinais de alerta são a não melhora do quadro e a piora da visão”.
A oftalmologista Damaris Bueno lembra que as crianças e as pessoas que usam lentes de contato são os grupos que precisam tomar mais cuidado.
“As crianças são o grupo com mais tendência a desenvolver a conjuntivite, e os usuários de lente de contato devem tomar cuidado, pois podem desenvolver quadros mais graves”.
Damaris diz que a principal forma de prevenir é manter uma higiene adequada.
“A recomendação é nunca colocar as mãos sujas no olho, além de evitar contato próximo de pessoas com olhos vermelhos ou já diagnosticadas”.
Karine ainda adiciona que é importante não se automedicar ao identificar os sinais.
“Nem todo olho vermelho vai ser uma conjuntivite, e cada tipo de colírio tem uma indicação, que deve ser feita por um médico especialista”.
Saiba Mais
Conjuntivite
É a inflamação da conjuntiva, uma membrana fina, transparente e móvel que recobre a parte branca do olho, chamada esclera.
Pode ter diferentes causas, sendo alérgica ou infecciosa.
As infecciosas geralmente são causadas por vírus ou bactérias.
Sintomas
- Coceira
- Olhos vermelhos
- Lacrimejamento
- Fotofobia, que é a sensibilidade à luz
- Sensação de areia nos olhos
A intensidade desses sintomas pode variar de acordo com a pessoa.
Tratamento
O tratamento depende da causa.
Quando é um quadro de conjuntivite bacteriana, o tratamento é com colírios antibióticos.
Nos casos de conjuntivite alérgica, o tratamento é feito com colírios antialérgicos.
Já na conjuntivite viral, geralmente o tratamento é para aliviar os sintomas, com colírios lubrificantes e, em alguns casos, anti-inflamatórios.
A orientação é não se automedicar e, identificando os sintomas, procurar um médico oftalmologista.
Transmissão
A transmissão se dá por contato direto, geralmente pelas mãos.
Superfícies contaminadas, como maçanetas, corrimãos, toalhas de rosto e até águas contaminadas, como piscinas, podem facilitar a transmissão.
Também é possível que a infecção passe de um olho para o outro.
A conjuntivite pode evoluir para quadros mais graves?
SIm, as conjuntivites virais podem deixar sequelas, como cicatrizes na córnea.
Em alguns casos, além da inflamação da conjuntiva, há também o comprometimento da córnea, o que chamamos de ceratoconjuntivite.
Já a conjuntivite alérgica, quando não tratada, pode piorar e causar alterações na região próxima à córnea.
A conjuntivite bacteriana, por sua vez, pode se tornar bastante purulenta.
Como evitar?
Manter a higiene das mãos;
Evitar contato com pessoas infectadas.
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