MPPE denuncia vizinho por homicídio qualificado e ocultação de cadáver de menina
Fernando Santos de Brito responderá por meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) formalizou, nesta terça-feira (16), a denúncia contra Fernando Santos de Brito pelo assassinato de Esther Izabelly Pereira da Silva, de 4 anos. O crime, que chocou a comunidade local em outubro, resultou em acusações de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Além do principal suspeito, Fabiano Rodrigues de Lima e Uilma Ferreira dos Santos também foram denunciados por ocultação de cadáver e fraude processual.
Detalhes da denúncia
A 1ª Promotoria de Justiça Criminal de São Lourenço da Mata sustenta que o crime foi cometido com emprego de meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. A Justiça atendeu ao pedido do MPPE e manteve a prisão preventiva de Fernando. Já Fabiano e Uilma, embora denunciados, tiveram as prisões convertidas em medidas cautelares e responderão ao processo em liberdade.
Segundo o inquérito policial concluído no início de dezembro, Fernando é apontado como o executor do crime, enquanto Uilma teria auxiliado na ocultação do corpo e na limpeza da cena do crime para obstruir as investigações. Ambos negam as acusações.
Dinâmica do crime e investigação
O corpo de Esther foi localizado em 21 de outubro, após 21 horas de buscas, submerso em uma cacimba de quase quatro metros de profundidade no quintal da residência dos suspeitos. A perícia confirmou que a causa da morte foi traumatismo craniano. Exames periciais descartaram violência sexual.
O crime teria ocorrido após uma reunião familiar onde o suspeito, que era vizinho da vítima, estava presente. De acordo com a delegada Juliana Bernart, o desaparecimento foi notado no início da noite:
Indícios: Um dos irmãos menores da vítima afirmou que a menina fora levada por um homem e apontou para a casa de Fernando.
Cena suspeita: Moradores relataram ter encontrado o suspeito nu em sua residência logo após o sumiço da criança.
Obstrução: A polícia aponta que Uilma e Fabiano realizaram uma limpeza no imóvel e retiraram móveis durante um protesto da comunidade, o que foi interpretado como tentativa de apagar vestígios.
Motivação indefinida
Embora o inquérito tenha detalhado a autoria e as circunstâncias da morte, a Polícia Civil ressaltou que a motivação do crime ainda não foi esclarecida. O processo agora segue para a fase de instrução na Vara Criminal de São Lourenço da Mata, onde serão ouvidas testemunhas de acusação e defesa antes da decisão sobre o julgamento em júri popular.
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